Por Letícia Alcântara
Fonte-Romário ex jogador de Futebol e hoje Deputado Federal
Os avanços do parlamento em favor das pessoas com
deficiência são especialmente garantidos por três deputados federais que tem em
comum a deficiência física: deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP), deputada Rosinha
da Adefal (PTdoB-AL) e o deputado Walter Tosta (PSD-MG) . Obviamente, eles não
são os únicos, um número importante de deputados lutam pela causa, mas o
trabalho destes três tem um simbolismo especial, por representar a capacidade
de superação de suas próprias barreiras para lutar pelo direito de outras pessoas.
O deputado federal Romário (PSB-RJ), avalia que a
presença deles na Câmara é fundamental para que os direitos das pessoas com
deficiência sejam efetivados. “Ninguém tem mais propriedade para atuar por
estas bandeiras do que quem sente na pele, por ter uma sensibilidade especial.
A presença deles aqui engrandece este parlamento, além do trabalho, pela
beleza. Rosinha e Mara são minhas musas”, elogia Romário. Rosinha também
reforça a importância de deputados deficientes na Câmara: “quem não é visto não
é lembrado”, sintetiza.
As histórias de vida destes três deputados demonstram
porque a causa da deficiência deve ser defendida por todos os cidadãos, nenhum
deles nasceu deficiente, mas se tornaram em um trágico momento de suas vidas,
seja por doença, acidente ou violência.
A tragédia que mudou a vida da deputada Mara Gabrilli
aconteceu em 1994, quando – então com 26 anos – ela sofreu um grave acidente de
carro que a deixou tetraplégica. Você não leu errado, Mara é tetraplégica, não
move uma só parte do seu corpo do pescoço para baixo. Sua condição é tão
inédita, que a Câmara dos Deputados foi obrigada a reformar o Plenário para
recebê-la. A deficiência não a tornou inválida, muito pelo contrário, a tornou
uma defensora das pesquisas que ajudem a reabilitar pessoas. No parlamento,
Mara é relatora do projeto de Lei 4411/2012, do deputado Romário, que facilita
a importação de material para pesquisa científica no País.
Outra parlamentar com um trabalho exemplar é a deputada
federal Rosinha da Adefal. Ela perdeu a mobilidade das duas pernas aos dois
anos de idade, quando foi acometida por poliomielite (paralisia infantil). Em
seu nome parlamentar, Rosinha carrega o nome da Associação dos Deficientes
Físicos de Alagoas, Adefal, que demonstram que sua luta começou há tempo, no
seu próprio estado.
Já o deputado federal Walter Tosta foi vítima da
violência urbana, segundo sua assessoria, ele ficou paraplégico aos 15 anos,
após ser atingido por uma bala perdida no Rio de Janeiro. Tosta foi relator de
um projeto importantíssimo para os deficientes na Comissão de Constituição e
Justiça da Câmara dos Deputados, o projeto da aposentadoria especial para as
pessoas com deficiência. Já sancionada, a Lei, que reduz a tempo de
contribuição destas pessoas em até 10 anos, entrará em vigor definitivamente
hoje, com a assinatura do decreto regulamentar pela presidente Dilma Roussef.
Neste Dia internacional da Pessoa com Deficiência, eles
fizeram uma avaliação das conquistas da sociedade. Tosta defende a celebração
da data, acredita na afirmação de direitos, que através dos movimentos
estaduais e federais têm se concretizado. Já a deputada Mara Gabrilli avalia
que nos últimos anos a vida do deficiente físico melhorou, mas que ainda existe
um caminho árduo pela frente. Para Rosinha, essa, assim como outras datas, é um
momento de chamar atenção, conscientizar e promover a igualdade. “Um dia
extremamente positivo”, comemora.
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