O pronunciamento, feito em 21 de junho do ano passado,
não contou com legendas ou intérpretes da Língua Brasileira de Sinais (Libras)
O pronunciamento, feito em 21 de junho do ano passado,
não contou com legendas ou intérpretes da Língua Brasileira de Sinais (Libras).
No mesmo dia, numa reação imediata, deficientes auditivos foram às redes
sociais. “Surdos não são brasileiros?”, questionaram, em um vídeo no qual
reproduziram o discurso da presidente, exibido na tevê, mas sem áudio ou
legenda, para que os que podem ouvir sentissem o mesmo drama. A especialista em
Libras Ângela Suassuna estava entre os insatisfeitos on-line: “A presidente
disse que falou para os manifestantes e para os não manifestantes. E o surdos?
Será que a presidente não sabe que tem 9 milhões de surdos no Brasil? Que esses
surdos votam e pagam impostos?”.
Ao todo, Dilma usou a rede de televisão 17 vezes. Não
houve intérprete de Libras em nenhum dos pronunciamentos do ano passado. A
diretora de Políticas Educacionais da Federação Nacional de Educação e
Integração dos Surdos (Feneis), Patrícia Rezende, diz que o uso de legendas não
é suficiente para garantir a acessibilidade aos deficientes auditivos. “Temos
que atender a pluralidade de surdos brasileiros. Há uns que preferem
intérpretes de Libras, há outros que preferem legenda.”
Em 21 de junho, antes do pronunciamento, a Feneis
procurou a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, para pedir
acessibilidade aos surdos. A chefe da pasta respondeu horas depois da exibição
do discurso “silencioso” de Dilma, com uma promessa. “Vou falar com a ministra
Helena (Chagas, da Secretaria de Comunicação da Presidência) para providenciar
para os outros pronunciamentos”, escreveu Gleisi. Nos seguintes, houve legenda,
mas sem intérprete.
Fonte-
Daniela Garcia - Correio Braziliense
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