Deficientes físicos de Guarapuava, na região central do
Paraná, reclamam das condições das calçadas do município. Principalmente
cadeirantes e deficientes visuais encontram dificuldades no acesso e na
mobilidade pelas ruas da cidade. O Ministério Público do Paraná (MP-PR), em
parceria com os alunos de engenharia civil de uma faculdade particular de
Guarapuava realizaram um estudo a respeito da acessibilidade em Guarapuava. A
pesquisa concluiu que 69% das residências do município não possuem calçadas
adequadas.
O cadeirante José Acir da Luz enfrenta dificuldades todos
os dias, antes mesmo de sair de casa. “A falta de pavimentação da calçada
dificulta a movimentação da cadeira de rodas”, reforça. Já o deficiente visual
Adolfo Ferraz diz que os buracos, as placas no meio do caminho e calçadas sem
guia são os problemas que mais o incomodam.
O inquérito para investigar a situação das calçadas de
Guarapuava foi aberto pelo MP-PR em 2011. “A calçada é responsabilidade dos
proprietários dos imóveis. O MP pretende incitar o município para tomar as
providências no que diz respeito a regularização dessas calçadas”, explicou a promotora
Caroline Chiamulera.
Na tentativa de amenizar os problemas de acessibilidade,
a prefeitura está preparando uma cartilha que deve ser entregue aos moradores
da cidade até junho deste ano. O informativo contém as normas e exigências a
respeito das calçadas. “As nossas calçadas estão em péssimo estado. Desde junho
do ano passado nós montamos uma comissão dentro do Conselho do Plano Diretor,
responsável por elaborar uma cartilha para entregar para o cidadão, para que
nós pudéssemos fazer calçadas com acessibilidade em toda a cidade” , afirma o
secretário municipal de Habitação, Flávio Alexandre.
O gerente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia
do Paraná (Crea-PR), Thyago Giroldo Nalim, diz que a cartilha proposta pela
prefeitura irá somar a existência de materiais que os moradores podem consultar
a respeito do assunto, mas que não resolveria completamente o problema. “Em si
só ela não tem esse poder de garantir a acessibilidade. Se nós não conseguirmos
despertar o senso crítico da população e dos gestores públicos, nós não
conseguíremos adaptar as nossas calçadas, tanto na cidade, quanto no estado do
Paraná”, afirmou.
Nalim também disse que o Crea pode fiscalizar a situação
das calçadas no município. “Ano passado nós fizemos uma ação no estado todo
referente ao levantamento da situação das calçadas em relação a acessibilidade
e, então, trabalhamos em parcerias através de convênios junto ao MP para fazer
essa orientação e prevenção nessa questão”, esclareceu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário