terça-feira, 25 de março de 2014

Deficientes de Guarapuava reclamam da falta de acessibilidade em calçadas


Deficientes físicos de Guarapuava, na região central do Paraná, reclamam das condições das calçadas do município. Principalmente cadeirantes e deficientes visuais encontram dificuldades no acesso e na mobilidade pelas ruas da cidade. O Ministério Público do Paraná (MP-PR), em parceria com os alunos de engenharia civil de uma faculdade particular de Guarapuava realizaram um estudo a respeito da acessibilidade em Guarapuava. A pesquisa concluiu que 69% das residências do município não possuem calçadas adequadas.

O cadeirante José Acir da Luz enfrenta dificuldades todos os dias, antes mesmo de sair de casa. “A falta de pavimentação da calçada dificulta a movimentação da cadeira de rodas”, reforça. Já o deficiente visual Adolfo Ferraz diz que os buracos, as placas no meio do caminho e calçadas sem guia são os problemas que mais o incomodam.

O inquérito para investigar a situação das calçadas de Guarapuava foi aberto pelo MP-PR em 2011. “A calçada é responsabilidade dos proprietários dos imóveis. O MP pretende incitar o município para tomar as providências no que diz respeito a regularização dessas calçadas”, explicou a promotora Caroline Chiamulera.

 
Na tentativa de amenizar os problemas de acessibilidade, a prefeitura está preparando uma cartilha que deve ser entregue aos moradores da cidade até junho deste ano. O informativo contém as normas e exigências a respeito das calçadas. “As nossas calçadas estão em péssimo estado. Desde junho do ano passado nós montamos uma comissão dentro do Conselho do Plano Diretor, responsável por elaborar uma cartilha para entregar para o cidadão, para que nós pudéssemos fazer calçadas com acessibilidade em toda a cidade” , afirma o secretário municipal de Habitação, Flávio Alexandre.

O gerente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR), Thyago Giroldo Nalim, diz que a cartilha proposta pela prefeitura irá somar a existência de materiais que os moradores podem consultar a respeito do assunto, mas que não resolveria completamente o problema. “Em si só ela não tem esse poder de garantir a acessibilidade. Se nós não conseguirmos despertar o senso crítico da população e dos gestores públicos, nós não conseguíremos adaptar as nossas calçadas, tanto na cidade, quanto no estado do Paraná”, afirmou.

Nalim também disse que o Crea pode fiscalizar a situação das calçadas no município. “Ano passado nós fizemos uma ação no estado todo referente ao levantamento da situação das calçadas em relação a acessibilidade e, então, trabalhamos em parcerias através de convênios junto ao MP para fazer essa orientação e prevenção nessa questão”, esclareceu.

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