segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Estudantes armam ação para flagrar uso indevido de vagas especiais


Deu no G1 Sorocaba e Jundiaí

'Pegadinha' oferecia cadeira de rodas para motoristas sem deficiência.
Flagrantes ocorreram em vagas exclusivas de três pontos de Sorocaba (SP).

Estudantes de uma faculdade de Sorocaba (SP) se mobilizaram para realizar um ato de conscientização sobre o uso indevido de vagas exclusivas para pessoas com deficiência física. O grupo registrou em vídeo diversos flagrantes de motoristas sem credenciamento para estacionar nos locais específicos, em três pontos da cidade, durante dois dias.

A iniciativa, que surgiu de um trabalho da faculdade e envolveu toda a turma, tinha como proposta a produção de um vídeo viral. Após pesquisas na internet, os estudantes tiveram a ideia de fazer um trabalho externo de conscientização.

De acordo com um dos alunos participantes, Rodrigo Vieira Mustafa, de 22 anos, a ação, batizada de “Parou, Ganhou”, contou com a participação de 15 alunos. Cada pessoa flagrada estacionando em vaga exclusiva indevidamente era abordada por um falso repórter, um cinegrafista, assistentes com cornetas e faixa, além de duas pessoas carregando uma cadeira de rodas.

Rodrigo explica que o “infrator” era avisado que tinha sido contemplado com o objeto por ser a décima pessoa a estacionar no local, segundo uma regulamentação fictícia feita pelos estudantes.

Durante a "pegadinha", uma equipe verificava se o veículo possuía a credencial para estacionar nas vagas especiais, além de acompanhar as pessoas que estacionavam para garantir que ninguém fosse abordado injustamente.

Ainda de acordo com o estudante, a maioria das pessoas abordadas que estacionavam de forma irregular ficou constrangida e usou desculpas. Em um flagrante feito na praça Doutor Ferreira Braga, um motorista estaciona em frente ao espaço adaptado na calçada para locomoção do cadeirante e, quando retorna, alega que “foi na farmácia rapidinho”.

Rodrigo comenta que uma outra motorista se irrita ao ser parabenizada por ganhar a cadeira de rodas. Quando o falso repórter pede para conversar com ela, a mulher pergunta se ele está "zoando" e entra no veículo com agressividade. “Foram poucos casos em que falaram grosserias ou se irritaram”, afirma.

“Nossa intenção era causar constrangimento mesmo para conscientizar sobre essas atitudes que dificultam a vida das pessoas com deficiência”, ressalta o estudante.

O jovem relata ainda que a mobilização foi assistida e apoiada pelas pessoas que passavam pelos locais. “Quem estava ao redor também percebeu a ação e se conscientizou. Algumas passavam batendo palma e nos elogiando”, lembra.

Rodrigo garante que todos os envolvidos ficaram felizes com o resultado. “Nosso objetivo foi atingido”, comemora.


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