sexta-feira, 28 de novembro de 2014
Livro ‘Ir e Vir’ ganha edições em áudio e braille
Recursos foram produzidos pelo Instituto
Sul-mato-grossense para Cegos Florivaldo Vargas (Ismac).
A primeira edição foi lançada em agosto de 2013. São relatos de dentistas, médicos, psicólogos, educadores, advogados, jornalistas e empresários. Há depoimentos do iatista e medalhista olímpico Larz Grael e da deputada federal Mara Gabrilli. Faço parte deste trabalho (capítulo 8).
Publicado pela editora Gibim, o trabalho tem distribuição gratuita. Faça aqui o download da versão em PDF. Para receber o livro, mande e-mail para janine@creams.org.br.
“Meu contato maior com a acessibilidade surgiu após um acidente de motocicleta que me deixou imobilizado por vários meses. Nesse período, o tema começou, até mesmo involuntariamente, a fazer parte dos meus trabalhos como engenheiro. O caminho ainda é longo”, diz Jary de Carvalho e Castro.
quinta-feira, 27 de novembro de 2014
Enem, vestibulares e a acessibilidade para os surdos
Por José Petrola
Este mês tivemos o Enem com maior participação de
estudantes com deficiência auditiva – 8.799 candidatos declararam a surdez na
inscrição, 88% a mais do que no ano passado. O número talvez seja ainda maior,
já que alguns surdos usuários da língua portuguesa não declaram a deficiência
por não necessitarem de atendimento em língua brasileira de sinais (Libras) –
embora a presença da prótese auditiva possa causar mal-entendidos com fiscais
que as confundem com mecanismos de “cola”.
Porém, a prova apresentou muitas dificuldades para os
surdos que usam a Libras, como a estudante Natália Carla, que não conseguiu
completar a prova porque o intérprete traduzia literalmente as palavras, sem
traduzir o contexto(http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2014/11/nao-entendi-nada-afirma-estudante-surda-que-prestou-prova-do-enem.html?utm_source=facebook&utm_medium=social&utm_campaign=g1 ).
A Lei 10.436, de 2002 reconhece a Libras como meio legal
de comunicação e obriga as instituições públicas a oferecerem acessibilidade
aos surdos. Porém, ressalva que, no sistema educacional federal, estadual e
municipal a Libras não pode substituir a modalidade escrita da língua
portuguesa. Além disto, devemos lembrar que a maioria dos candidatos que presta
o Enem tem como objetivo o ingresso numa faculdade ou no mercado de trabalho
onde a língua corrente é o português.
O que chama atenção para a carência do ensino de
português para surdos no Brasil. Há uma necessidade urgente de estrutura,
professores qualificados e novos métodos que aumentem o acesso do surdo à
língua portuguesa. Podemos tomar como exemplo os surdos dos Estados Unidos, que
vêm usando alguns métodos para aperfeiçoar o ensino do inglês escrito e a
tradução entre o inglês e a American Sign Language (ASL), com o uso, por
exemplo, de linguagens auxiliares, gramaticalmente mais próximas da língua
oral. O bilinguismo também é inclusão.
Por fim, precisamos tomar cuidado para não reduzir a
surdez à Libras e não reproduzir o estereótipo de que surdos são incapazes.
Embora hoje exista menos preconceito, ainda há algumas barreiras para usuários
de aparelhos auditivos e implantes, que às vezes são obrigados a retirá-los
durante as provas. Não é possível promover a acessibilidade sem reconhecer a
diversidade dentro da surdez.
Fonte: Guia Inclusivo
quarta-feira, 26 de novembro de 2014
ENEAC 2014
De 1 a 3 de dezembro de 2014 irá acontecer no Rio de
Janeiro-RJ o Encontro Nacional de Ergonomia do Ambiente Construído – ENEAC e o
Seminário Brasileiro de Acessibilidade Integral.
Os eventos ocorrem simultaneamente e são voltados para o
público acadêmico que desenvolve pesquisa sobre o ambiente construído, buscando
através da ergonomia e da acessibilidade, soluções que permitam aos seus
usuários melhoria na qualidade de vida.
O evento ocorre desde 2007, e em 2014, o V ENEAC
acontecerá na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-Rio, sob
a coordenação local do Laboratório de Ergodesign e Usabilidade de Interfaces,
parte do Programa de Pos-Graduação em Design.
A programação do evento e demais informações podem ser conferidas no site oficial: http://www.leui.dad.puc-rio.br/eneac2014/
Fonte-Elisa Prado Arquitetura
O surdo que escuta o sinal Wi-Fi e "coisas que ninguém mais consegue"
Mesmo perdendo a audição aos 20 anos de idade, Frank
Swain escuta “mais” do que qualquer ser humano do planeta. Fazendo uso de uma
tecnologia revolucionária há algum tempo, o garoto consegue – por meio de
aparelhos auditivos – ter uma vida relativamente normal. Não bastando ser um
surdo que escuta, Swain agora também faz parte de um experimento que o permite
“ouvir” sinais Wi-Fi.
As funções “básicas” do aparelho de Swain funcionam de
forma “incrivelmente difícil”, como explica: “Diferente dos óculos – que
simplesmente dão foco ao mundo, os aparelhos auditivos digitais precisam
recriar o som. Mais do que isso, eles amplificam os sons ‘úteis’ e suprimem
barulho. É uma tecnologia que exige muita programação”.
Para Swain, essa digitalização do som é um mundo de
portas abertas, capaz de gerar novas e interessantes experiências: “Na
essência, eu escuto a interpretação de um computador. E esse tipo de ‘curadoria
digital’ me intriga. Se vou passar o resto da vida ouvindo uma versão
interpretada do mundo, quais elementos gostaria de adicionar?”.
E como em um filme de ficção científica, o jovem decidiu
entrar em um projeto ousado chamado ‘Nesta’ ao lado do artista sonoro Daniel
Jones. Depois de muita pesquisa, os dois conseguiram desenvolver o ‘Phantom
Terrains’, um aparelho auditivo digital capaz de captar os sons dos sinais de
Wi-Fi.
“Assim como a arquitetura de prédios conta sobre suas
origens e propósitos, nós estamos começando a entender o mundo social pela
paisagem inserida na rede”, conta Jones. Com esse trabalho, os dois conseguiram
traçar endereços de casas comuns por suas transmissões de Wi-Fi. “Descobrimos
que as rotas de algumas áreas residenciais estão totalmente inseguras”, afirma
Swain.
Para os autores, o “mundo moderno está infundido com
dados”. O garoto acredita que o projeto pode se tornar algo ainda maior:
“Phantom Terrains abre as portas desse mundo para um pequeno passo da sintonia
entre todos esses campos tão distintos”. Ele também completa: “Essa camada
extra de som já está inserida no meio das outras; já faz parte da minha
paisagem sonora. Então enquanto carregar meu celular comigo, eu sempre serei
capaz de escutar o Wi-Fi”.
O artista Jones pensa que o “maior desafio é humano”. “O
grande desafio é conseguir criar uma representação sonora do complexo mundo da
rede sem obstruir as camadas comuns já acostumadas ao ouvido humano”.
Já Swain acredita “que apenas o tempo irá nos mostrar se
a experiência foi bem sucedida; se sim, esse será um importante passo para
tirar os computadores das caixas de vidro”. E ansioso, o jovem conclui: “Espero
que um dia as pessoas possam ouvir o barulho dos números e suas discordantes
melodias. Particularmente, eu almejo adicionar ainda mais informação nessa
narrativa, espero escutar coisas no mundo que mais ninguém consegue”.
Fonte-Revista Galileu
Assinar:
Postagens (Atom)