DO G1 SC
Quando Clemir Rodrigo Zoboli nasceu, em agosto de 1990, foi
desacreditado pelos médicos. Portador de uma deficiência na coluna, com
poucas horas de vida passou por uma cirurgia. Logo depois veio a notícia
da hidrocefalia (acúmulo de líquido no cérebro) e de uma paralisia
cerebral. Hoje, aos 24 anos, ele superou a rejeição, o preconceito e as
limitações, e comemora a maior conquista de sua vida: um emprego.
O jovem trabalha como auxiliar de almoxarifado em uma loja de material
de construção. “É uma correria, mas eu gosto”, conta o rapaz, um dos
personagens da série Conquistas, exibida pelo Jornal do Almoço
nesta semana, que homenageia a Associação de Pais e Amigos dos
Excepcionais (Apae) de Joinville, que completa 50 anos neste fim de
semana.
Quem trabalha com ele garante que Rodrigo é um ótimo funcionário. “Ele é
muito prestativo. Todo mundo gosta dele”, diz o almoxarife Maureli
Joaquim. Mas nem sempre foi assim. “As chances dele eram muito remotas”,
lembra a mãe, a aposentada Marlete Zoboli.
A família encontrou o apoio de que precisava quando o menino passou a
frequentar a Apae. Com ajuda profissional, Marlete descobriu que
proteger demais o filho poderia atrapalhar seu desenvolvimento.
O esforço de todos rendeu frutos, e Rodrigo hoje se orgulha do emprego
conquistado há um ano. De acordo com Maria Luiza, as empresas entram em
contato para saber quais os alunos podem entrar mercado de trabalho. “É
ótimo. Melhora a auto-estima do aluno”, diz.
Outro caso que chama a atenção é o de Flaviane, de 27 anos. Portadora
de síndrome de Down, ela chegou à instituição com apenas 2 meses de
vida. “Pelos médicos, ela não andaria”, diz a mãe, Dilma Dagmar
Bittencourt.
Com apoio de fonoaudióloga, psicóloga, fisioterapeuta e terapeuta
ocupacional, hoje Flaviane tem um convívio social pleno, segundo a
instituição. “Eu amo a minha escola”, diz a jovem.
Ela não andava. Agora corre
Trilhando o mesmo caminho dos colegas com mais de 20 anos, a pequena
Luísa, de 3 anos, também carrega uma história de superação. Ela nasceu
com problemas motores, com poucas perspectivas de falar e andar.
Na Apae, a menina foi submetida a um tratamento intensivo, no qual a
criança veste uma roupa especial, parecida com a dos astronautas, que
ajuda no desenvolvimento motor. Elásticos fixados na roupa e na gaiola
estimulam a pequena Luísa, que respondeu rápido ao tratamento.
“A Luisa chegou com um quadro de paralisia cerebral. Tinha atraso motor
bem importante. Não andava, não manipulava objetos, brinquedos. Não
tinha interação nenhuma”, conta a fisioterapeuta Gillyann Rafaela
Mendes. “Na segunda semana, a gente já obteve uma resposta bem grande
com ela”
A mãe, a costureira Valdete Nunes de Castro, agora tem uma preocupação
comum aos pais de qualquer criança de 3 anos. “Ela quer correr. Tem que
cuidar para ela não cair. Ela quer correr demais”.
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