segunda-feira, 10 de agosto de 2015

'Me ensinou a nunca reclamar', diz pai de criança com paralisia cerebral


DO G1 CARUARU E REGIÃO


Aos sete anos de idade, após nascer com paralisia cerebral, passar 54 dias na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTI Neo) e ser submetido a oito cirurgias em Caruaru, Agreste de Pernambuco, o pequeno João Carlos foi o responsável por uma grande mudança na vida do pai, o representante comercial João Carlos Alves, de 32 anos. "Meu filho me ensinou a nunca reclamar da vida e sempre agradecer", diz.
Em maio de 2007 João Carlos descobriu que seria pai pela primeira vez. Em novembro daquele ano o bebê nasceu de forma prematura. Nas ultrassonografias a criança não demonstrava nenhuma deficiência. Ao nascer, foi diagnosticado com paralisia cerebral, que acabou impedindo-o de conseguir sentar e andar sozinho.
João lembra da felicidade de saber que seria pai e dos problemas que enfrentou quando o filho nasceu. “Eu sempre quis ser pai. Quando soube da gravidez da minha esposa fiquei muito feliz. O momento em que o João nasceu foi muito emocionante, mas logo veio a tristeza por saber que poderia perdê-lo a qualquer momento. Todos os dias eu recebia uma novidade pior sobre meu filho. Os médicos não acreditavam que ele fosse sobreviver pelo modo como ele nasceu. Na época eu trabalhava como estoquista de uma livraria e cheguei a faltar muitos dias para ficar junto deles [mulher e filho] no hospital”, conta emocionado.



De pai para filho

Além do nome, o menino compartilha com o pai a paixão por futebol e pelo Sport Club do Recife. O time já é tradição na família. Segundo João, "mesmo quem não torce, 'simpatiza' com o clube".  A tradição de ser rubro-negro começou com o avô paterno - já falecido - do pequeno João. Em memória ao pai e devido ao amor pelo time, o pai de primeira viagem ensinou ao filho a torcer pela equipe recifense. "A primeira roupa que comprei para ele foi do Sport. Ele já teve chupeta e ainda tem o mascote do clube. Até o grito de guerra ele sabe cantar", diz orgulhoso.
 Para a criança, torcer para o Sport é "tudo", como o próprio grito de guerra diz. "Eu gosto muito do Sport e torço igual ao meu pai. Adoro assistir ao jogo com ele", contou o menino.


Mudança de vida
Devido à necessidade de assistência constante ao filho, João Carlos mudou de emprego. Tornou-se representante comercial para não ter horário fixo de trabalho e poder auxiliar mais o menino e a mulher, tanto nos cuidados no lar como nas idas ao médico. O pai, sempre presente, também realiza exercícios com João em casa. “Além de pai, acabo sendo fisioterapeuta dele também”, brinca.
 O garoto não nega o jeito do pai para fazer os alongamentos. "Ele cuida direitinho de mim", disse.




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