Para uma pessoa sem deficiência física alguma, a criação de uma cadeira
de rodas que se transforma em maca parece algo sem importância. Mas
para os profissionais da saúde, a criação dos alunos de uma universidade
de Mogi das Cruzes pode fazer toda a diferença no atendimento.
O protótipo foi desenvolvido com um custo médio de R$ 750. O professor
responsável pela coordenação do projeto explica que a motivação foi
social. “Nós queremos atender as necessidades do pessoal da saúde. A
nossa própria universidade atende muitas pessoas na área da saúde, na
fisioterapia, e nós não temos equipamento suficientes”, conta o
professor Antonio Carlos da Cunha Migliano.
Segundo o professor, os alunos do curso de engenharia mecânica
desenharam a cadeira e a criação tem chances de ser comercializada. “Há
uma necessidade da pessoa ser atendida na própria cadeira porque em
muitos lugares não há macas ou profissionais que possam ajudar no
transporte do paciente da cadeira para a maca.”
A fisioterapeuta Marcia Pinez diz que a cadeira pode ajudar nos
atendimentos. “Este modelo de cadeira facilita a transferência dos
pacientes, já que ao inclinar a cadeira e mantê-la como maca os braços
que sempre atrapalham na transferência nivelam e não corremos o risco de
bater as costas do paciente.”
O modelo já é utilizado pelos alunos de fisioterapia da universidade.
“Não conheço nenhum tipo deste modelo no mercado, nós nunca tínhamos
visto algo semelhante”, completa.
Outras invenções
Outra novidade apresentada pelos alunos de engenharia da produção é uma
bicicleta capaz de carregar aparelhos celulares. O professor Celso
Pimenta diz que o processo é simples: “Um capacitador vai armazenando
energia de 12 volts. Conforme a pessoa vai pedalando, a energia
armazenada, de acordo com os movimentos rotativos, vai sendo transmitida
para a bateria do celular. Quanto mais a pessoa pedala, mais energia
ela produz e mais energia ela vai armazenando.”
Segundo o professor, o custo da bicicleta fica em torno de R$ 400. O
baixo custo está associado ao uso de materiais reciclados na montagem.
Ao todo, 49 alunos estavam envolvidos na montagem de 11 bicicletas.
Cada uma possui um diferencial. Além da bike capaz de recarregar
celular, os alunos também desenvolveram bicicletas com assento duplo
traseiro e com espaço para o transporte de deficientes físicos.
Os catadores de materiais recicláveis da cidade também inspiraram os
alunos na criação de carros para recolhimento de lixo. A ideia foi
desenvolver carrinhos adaptados para a necessidade de cada catador.
“Pensamos em algo mais leve, versátil e prático. Nós nos atentamos as
necessidades da pessoa, observando o tamanho da pessoa, do braço e assim
por diante.”
Todos os nove carros criados podem suportar até 600 kg e o custo médio é
de R$ 550. Os carrinhos desenvolvidos também serão doados aos catadores
da cidade.
Fonte G1
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