O vírus da zika (pontos pretos) em tecido humano numa imagem de microscópio eletrônico (Foto: Cynthia Goldsmith/CDC)
Um estudo sobre a relação entre o vírus da zika e os casos de microcefalia começa a ser realizado nesta terça-feira (16) na Paraíba,
em uma parceria do Ministério da Saúde com 17 técnicos do Centro de
Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. A colaboração
já tinha sido anunciada pela pasta e deve durar cerca de 50 dias.
Segundo o ministério, os técnicos vão coletar informações com mulheres
que tiveram filhos recentemente na região, com e sem microcefalia. A
Paraíba é o segundo estado com o maior número de casos suspeitos da
malformação – foram 54 confirmados, 275 descartados e 427 sob
investigação até esta terça.
O objetivo do estudo, segundo a pasta, é estimar uma proporção de
recém-nascidos com microcefalia relacionada ao vírus da zika, além do
risco de infecção pelo micro-organismo. Além dos 17 membros do CDC, nove
técnicos do ministério e membros do governo local devem colaborar com a
investigação.
Os pesquisadores norte-americanos também devem se reunir com
autoridades locais e coletar amostras de sangue para exames
complementares. Além do vírus da zika, a equipe deve testar a presença
de causadores da microcefalia, como o citomegalovírus e a toxoplasmose.
Equipes do CDC atuam no Brasil para investigar o surto de doenças
relacionadas ao Aedes aegypti desde o ano passado. Atualmente, o centro
participa de um estudo na Bahia sobre a síndrome de Guillain-Barré, que
também teria relação com o contágio por zika, e colabora com a Fiocruz
em estudos laboratoriais de microcefalia em Pernambuco.
O estudo a ser iniciado na Paraíba não tem previsão para a divulgação
dos resultados. As investigações de campo sobre Guillain-Barré na Bahia
já foram concluídas, mas ainda não havia resultados divulgados até esta
terça.
‘Sem dúvidas’
Na quinta (11), o ministro Marcelo Castro afirmou que o governo
brasileiro não tinha mais dúvidas sobre a relação do vírus da zika com a
microcefalia. O que os pesquisadores investigam agora, segundo ele, é a
existência de outros fatores "colaterais".
Não há a menor dúvida de que o fator determinante da epidemia de
microcefalia que temos no Brasil é a epidemia de zika. O que nós vamos
investigar agora é se há outros fatores adicionais, outras influências.
Nós não temos hipóteses, tudo ainda vai ser investigado", disse, ao
anunciar uma parceria internacional para desenvolver uma vacina contra o
vírus.
O governo também estuda parcerias com o Instituto Nacional de Saúde dos
EUA (NIH) e com o laboratório GSK, envolvidos no desenvolvimento da
vacina contra o ebola. Até esta terça, os acordos de cooperação não
haviam sido anunciados oficialmente.
"O presidente Obama mandou um projeto ao Congresso pedindo US$ 1,8
bilhão para ações contra o vírus zika. Aqui, compreende-se
desenvolvimento de pesquisas, vacinas, medicamentos e ações de controle
de epidemiologias", diz Castro. Até esta terça, os governos do Brasil e
dos Estados Unidos não haviam anunciado nenhuma quantia a ser repassada
ao país.
Fonte-Bem estar-G1
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