São poucos os cariocas com mais de 30 anos que não ouviram a
história de Camila Lima. A jovem, aos 12 anos, foi atingida por um tiro
na coluna quando deixava o colégio em Vila isabel, na Zona Norte do Rio,
em direção à casa de uma amiga. Era a primeira vez que Camila ganhara
permissão para sair sozinha do colégio. A alguns metros dali, criminosos
assaltavam uma loja comercial. Seguranças particulares, contratados por
lojistas da 28 de Setembro, reagiram e deram início a um tiroteio. Uma
das balas se alojou na coluna da adolescente e a deixaria tetraplégica. O
caso traumatizaria a cidade, mas centenas (talvez milhares) de sessões
de de fisioterapias depois, com cirurgias e tratamentos no Brasil e no
exterior, a socióloga Camila, que se formaria na PUC, consegue ficar de
pé e acumula energia a cada dia. Seu esforço, a luta diária, tem a
ajudado a se fortalecer para as novas batalhas. E a próxima será travada
nesta terça-feira (01/03) quando os lojistas que contrataram a
segurança particular poderão ser finalmente condenados a pagar uma
indenização.
De acordo com laudos médicos realizados à época, o trauma sofrido por
Camila em 3 de setembro de 1998 provocou uma tetraplegia nível C6/C7.
Durante estes anos ela tratamentos de fisioterapia e reabilitação que
gradativamente apresentaram resultados positivos. Tal recuperação
permitiu inclusive que fosse fotografada de pé durante uma sessão de
fisioterapia - uma imagem inspiradora para outros pacientes. Uma parte
mais complexa deste tratamento foi feita com o cientista Carlos Lima, em
Portugal, um especialista em tratamento com células tronco.
Camila é hoje uma mulher de 30 anos. Trabalha na Comissão de Valores
Mobiliários (CVM) e é capaz de dirigir seu próprio automóvel adaptado.
Leve, bonita e simpática, ela não perde o sorriso do rosto marcante
assim como jamais abdicou da esperança. Sua história tem inspirado
pessoas de todo o país e ajuda a criar coragem para enfrentar as
vicissitudes.
O julgamento nesta terça-feira será na V Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio e o horário previsto é 10hs.
O julgamento estará a cargo da desembargadora Cristina Gaulea. Na ação,
o advogado João Tancredo, especialista em direito civil, pede
indenização por danos morais - dano ao qual a população da cidade do Rio
de Janeiro testemunhou. O processo deveria ter sido julgado em 2014,
mas à época as empresas Sendas e Drogarias Pacheco recorreram e
atrasaram a indenização.
Fonte-Conexão Jornalismo
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