Uma parceria entre laboratórios e empresas de pesquisa médica de três
estados desenvolverá um kit de teste rápido para diagnosticar o contágio
do vírus da zika. Segundo anúncio feito nesta terça-feira (1) no parque
tecnológico Tecnopuc, em Porto Alegre,
o teste consistirá na coleta de uma pequena amostra de sangue da ponta
do dedo do paciente, que, em 15 minutos, ficará sabendo se contraiu o
vírus da zika
"A proposta é desenvolver um teste rápido para utilizar na ponta do
serviço. Não requer estrutura laboratorial. É como um teste de gravidez,
a diferença é que será preciso dar uma picada no dedo, como um teste de
glicose que os diabéticos fazem, para colocar uma gota de sangue em um
dispositivo", explica o diretor do Laboratório Farmacêutico do RS
(Lafergs), Paulo Mayorga, que também é presidente da Associação dos
Laboratórios Oficiais do Brasil (Alfob).
O produto deverá ficar pronto para ser registrado na Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (Anvisa) em seis meses. A iniciativa é de uma
parceria entre a empresa FK Biotec, de Porto Alegre; o Lafergs, o
Laboratório Farmacêutico do Estado de Pernambuco (Lafepe) e a Fundação
Baiana de Pesquisa Científica e Desenvolvimento Tecnológico
(Bahiafarma).
Segundo Mayorga, há a possibilidade de que o teste detecte também se o
paciente contraiu dengue ou febre chikungunya. "Vamos concentrar nossos
primeiros esforços na questão do zika, mas meta é obter uma resposta em
relação às três doenças", diz.
O pesquisador da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
(PUCRS) e diretor-presidente do Grupo FK-Biotec, Fernando Kreutz,
destaca que o teste também poderá apontar se o paciente já teve contato
com o vírus, já que há a suspeita entre especialistas que o paciente que
tenha sido infectado fica imune à doença, como ocorre com a dengue.
Neste caso, a característica do exame será um diferencial em relação aos
testes disponíveis atualmente.
"Detectamos a presença de anticorpos presentes na fase aguda da doença,
nas primeiras semanas de contato com o vírus. Logo em seguida, outra
classe de anticorpos é produzida, e mostra que a pessoa entrou em
contato com o vírus e tem imunidade", explica Kreutz.
DO G1 RS
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