O interesse inicial de Felipe Oliver, de 29 anos, pela
Lingua Brasileira de Sinais (Libras) surgiu da necessidade doméstica de
ajudar o irmão que é surdo, mas logo depois virou profissão. O tradutor e
intérprete, que também atua na área educacional, aponta uma infinidade
de oportunidades num mercado ainda pouco explorado, até mesmo pelo fato
de a atividade ter sido reconhecida como profissão, por lei, há menos de
seis anos.
Uma prova de que o campo está se abrindo está
nos convites que, volta e meia, Felipe Oliver recebe para eventos, como
a última edição do Rock in Rio, quando foi chamado para fazer
demonstração para o público dos shows e imprensa de uma mochila especial
que transforma a voz do cantor e o som dos instrumentos em vibrações.
Em eventos esportivos, sua estreia foi nos Jogos Parapan-Americano, de
2007, quando uma rede de lanchonetes o contratou para atuar junto à
clientela com deficiência auditiva. Ele crê que os Jogos Olímpicos e
Paralímpicos desse ano vão abrir novas oportunidades.
— A gente faz um trabalho social importante, mas profissionalmente existe um campo enorme de atuação — assegura Oliver.
A
tradutora e intérprete Gildete da Silva Amorim, membro da Associação
dos Intépretes de Libras do Estado do Rio de Janeiro (Apilrj) aponta as
escolas como grande empregadoras, por conta da necessidade de aplicação
da política nacional de educação inclusiva. Mas as oportunidades não
param por aí. Por força da lei eleitoral, as campanhas abrem chances de
trabalho na tradução para linguagem dos surdos dos programas eleitorais
de TV. Além disso, vários órgãos públicos mantém tradutores e
interpretes de Libras em seus quadros de pessoal. Há também espaço nos
grandes eventos e para atuação em teatros, traduzindo para a linguagem
dos sinais as falas dos atores.
— Hoje, somente as escolas das redes municipal e estadual, empregam cerca de 500 profissionais — estima Gildete.
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