Cadeirante e com limitações motoras
devido a uma paralisia cerebral no momento de seu nascimento, João Paulo
Lopes, 25 anos, é o primeiro aluno com deficiência a cursar a graduação
de Dança da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O jovem aluno iniciou sua primeira semana de aula no início de março, no Centro de Artes e Comunicação da Universidade, que transferiu as aulas do primeiro período para salas do térreo para facilitar seu acesso e presença.
O
processo de admissão consistiu na realização do Exame Nacional do
Ensino Médio (Enem), no ano passado, no qual obteve média geral 476,36.
Após passar pela primeira fase, realizou um teste prático e entrevista,
etapa mais desafiante do processo. “Pensava que seria um clima de
competição. Mas os outros candidatos torceram por mim. Até aplaudiram
quando terminei a apresentação”, comentou o universitário.
Com
35 vagas, o curso de dança da UFPE tem pouco tempo de existência:
criado em 2009, a quarta turma irá se formar este mês. Para cursar a
graduação, João irá receber uma bolsa de R$ 400 do programa Incluir, do
Ministério da Educação e contará também com a ajuda de uma estudante de
pedagogia para auxiliá-lo durante o curso.
Dança e acessibilidade
Assim
como para João a deficiência nunca foi um fator limitante para
perseguir seu desejo de dançar, muitos projetos vêm se consolidando na
pesquisa da dança independente das restrições que o corpo possa ter.
Companhias como Giradança, Pulsar e Dança Sem Fronteiras apostam na investigação de linguagens como a danceability, método criado por Alito Alessi que utiliza a improvisação de movimento para promover a expressão e a troca artística entre pessoas com e sem deficiência.
[Foto: Workshop com Alito Alessi © Karolina Miernik]
Fonte: Jornal do Commercio
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