Para otimizar o auxílio dado às famílias de bebês com microcefalia em
Pernambuco, profissionais ligados à assistência social estão se
reunindo em seminários para discutir formas de padronizar o atendimento à
criança e aos familiares. Após os encontros, realizados nas cidades do
Recife, Caruaru (Agreste) e Serra Talhada (Sertão), foram elaboradas
cartas-propostas com as sugestões dos profissionais para a melhoria da
identificação do perfil socioeconômico dos responsáveis pelos
recém-nascidos. A longo prazo, o objetivo é transformar as sugestões dos
profissionais em um protocolo de assistência social para as famílias
das crianças com a condição.
De acordo com o secretário de Desenvolvimento Social, Criança e
Juventude (SDSCJ) e coordenador dos dois últimos seminários, Isaltino
Nascimento, a ideia é conhecer todos os pais cujos filhos receberam o
diagnóstico de microcefalia e identificar quais os perfis sociais e
econômicos dessas famílias. “Dos casos confirmados de microcefalia que
temos atualmente, 50% deles não são acompanhados pelos profissionais de
assistência social. Não sabemos qual o perfil de renda das famílias,
onde moram e qual a condição econômica deles”, explica Nascimento.
Para regularizar essa situação, o objetivo da secretaria é fazer uma
busca ativa das famílias de bebês com a malformação. “Estamos hoje com
um problema grave, porque a quantidade dos casos confirmados está
aumentando e, na maioria deles, as famílias vivem em situação de extrema
pobreza e, em alguns casos, não recebem benefícios”, esclarece o
secretário.
Durante os seminários, profissionais da Companhia Energética de
Pernambuco (Celpe) e do Insituto Nacional do Seguro Social (INSS) também
orientaram os assistentes sociais para dialogar sobre os benefícios a
que as famílias têm direito, como descontos na conta de luz e Benefício
de Prestação Continuada (BPC).
Elaboradas por técnicos da Secretaria de Desenvolvimento Social,
Criança e Juventude (SDSCJ), as cartas-propostas contêm as sugestões dos
profissionais que participaram dos seminários para ampliar a
assistência a essas famílias e serão encaminhadas para o governo e a
para a Presidência da República. Ainda de acordo com Isaltino, cursos de
qualificação profissional para os profissionais que lidam com as
famílias de bebês com microcefalia também estão entre os objetivos das
cartas.
O próximo seminário deve acontecer no município de Vitória de Santo
Antão (Zona da Mata), no dia 12 de abril. As sugestões dos profissionais
que participaram dos encontros devem auxiliar na criação do primeiro
protocolo de assistência social para as famílias de bebês com
microcefalia em Pernambuco.
Segundo Isaltino Nascimento, o documento vai dialogar com o protocolo
clínico-epidemiológico, divulgado em dezembro do ano passado, e ajudará
os profissionais a conhecerem o perfil das famílias de bebês com a
malformação.
Fonte-G1 CARUARU E REGIÃO
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