Cada dose custa cerca de R$ 600 e, dependendo da idade da
criança, o número de doses pode variar de duas a três, chegando a R$
1.800
Foto: reprodução
Liberada no Brasil em maio do ano passado, mas sem
cobertura pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a vacina conhecida como
Meningo B, que imuniza contra a meningite bacteriana tipo B, está
disponível apenas nas clínicas particulares. Cada dose custa cerca de R$
600 e, dependendo da idade da criança, o número pode variar de duas a
três, chegando a R$ 1.800. O valor é inviável para muitas famílias
brasileiras e quem não pode bancar a vacina para os filhos acaba
sofrendo com isso, principalmente após boatos de que os casos de
meningite tipo B estão aumentando no País.
Apesar de ser uma
doença grave e a vacina ter sido criada há apenas um ano, a meningite B
está controlada no Brasil e não há ocorrência de surto. “O subtipo de
meningite C continua sendo o mais perigoso e com maior número de casos
no País. Com a introdução da vacina contra meningite C no Programa
Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde para crianças de até
2 anos, houve uma queda significativa de casos nessa faixa etária, o
que acabou resultando no aumento do percentual da meningite B. Ou seja, o
percentual de meningite B aumentou mais pelo controle do subtipo C do
que pelo número de casos”, explica o médico Eduardo Jorge da Fonseca
Lima, presidente da Sociedade de Pediatria de Pernambuco.
Mesmo
com o controle da doença no País, a meningite tipo C ainda é responsável
por 70% dos casos. O subtipo B corresponde a 20%. No Brasil, ainda há
registros dos subtipos A, W e Y (no total, 12 subtipos circulam no
mundo). Para o médico Eduardo Jorge, embora considere importante a
introdução da nova vacina contra meningite B no calendário de vacinação
do SUS, a prioridade seria ampliar a faixa etária da meningite C. “Em
janeiro de 2016, o governo introduziu o reforço da meningite C para
crianças de 5 anos, porém as mais velhas e os adolescentes continuam
desprotegidos. Defendo a ampliação no calendário para jovens de até 19
anos ou, pelo menos, o reforço aos 11 anos de idade”, explica.
Atualmente, além das crianças de até 2 anos (com reforço aos 5), o
Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza a vacina somente para
pacientes de risco, com alteração de imunidade, como pessoas com HIV ou
doenças oncológicas.
Fonte: Secretaria de Saúde de Pernambuco
Em relação à vacina meningo B, o médico indica que os pais que têm
condições de pagar vacinem seus filhos. “A vacina imuniza contra quase
todos os subtipos de meningite que circulam no mundo. A tecnologia
utilizada é bastante avançada e por isso seu custo é elevado. Para os
pais que podem pagar, eu indico, até porque a meningite B, embora
controlada, é uma doença grave, com letalidade em torno de 20% e risco
de graves sequelas, como amputação de membros e surdez”, afirma.
A
chefe do serviço de infectologia pediátrica do Hospital Universitário
Oswaldo Cruz, Ângela Rocha, também defende que o combate à meningite C
deve ser prioridade, mas para quem pode pagar pela proteção contra o
subtipo B, que assim faça. “Quem tem condições, terá uma proteção a
mais. Como a vacina é muito nova, não há previsão para cobertura do
SUS", explicou.
PROCURA – Por causa da grande
procura, os estoques da vacina meningo B nas clínicas particulares do
Recife estão esgotados. No início da semana, a reportagem entrou em
contato com três clínicas e foi informada que o produto estava em falta,
previsto para chegar ao longo desta semana.
Fonte-NE 10
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