O Metrô de São Paulo não investe em acessibilidade desde 2014, segundo
levantamento feito pelo SPTV com base nas planilhas de execução
orçamentária da companhia nos últimos três anos.
Em 2013, os gastos com acessibilidade chegaram a R$ 6,4 milhões. Em
2014, os investimentos pararam meio e o ano fechou com um número
negativo. Em 2015 não foi feito nenhum investimento nessa área. E, em
2016, a acessibilidade simplesmente não está na tabela.
O governo do estado disse que investiu R$ 13 bilhões nos últimos 5 anos
no Metrô em São Paulo e que este ano serão mais R$ 3 bilhões do tesouro
estadual na companhia. Mas não destacou o quanto disso foi para a
acessibilidade.
O passageiro Luis Carlos Félix da Silva, que é deficiente visual, faz o
mesmo caminho todo dia. Ele precisa contar com a ajuda de quem encontra
pela frente para não se perder. A dificuldade já começa no terminal de
ônibus de Itaquera, onde precisa da ajuda de um fiscal conhecido para
chegar nas catracas. Dali até o trem, ele depende de mais ajuda.
“O piso tátil do terminal, do ponto de ônibus da lotação de onde a
gente desce vindo de caso, até você adentra o metro, até a estação ele é
desgastado. Ele feito no chão no piso no concreto, mas ele se desgasta e
perde a sensibilidade”, diz Silva.
Na estação Belém só tem piso tátil nas escadas nas bordas, na parte
debaixo e na parte de cima. Mas não tem o caminho feito de piso tátil do
vagão até a escada, e da escada até a saída. Assim, o deficiente visual
acaba se confundido com o piso da estação, que é um piso preto de
bolinhas. Então, ele precisa de ajuda de alguém para passar pela catraca
e sair da estação.
Na estação da Sé, os obstáculos são os mesmos. Essa dificuldade é um
reflexo da falta de investimento da companhia em acessibilidade.
Prejuízo de R$ 332 milhões
Nesta quarta-feira (4), a planilha orçamentária do Metrô mostrou que a empresa teve que absorver um prejuízo de R$ 332 milhões.
Isso porque, desde 2011, a verba que, por contraro, o Metrô tem que
repassar para a Via Quatro por passageiro transportado é maior que o
valor da tarifa.
Esse prejuízo continua até hoje. No ano passado, o governo do estado se comprometeu a cobrir o rombo a partir de 2015.
José Carlos Nascimento, diretor financeiro do Metrô, disse ao SPTV que
"essa perda não afetou em qualquer momento a qualidade do serviço
oferecido pelo Metrô".
"Os investimentos não ficaram comprometidos por conta desse recurso
porque os investimentos são garantidos por financiamentos e empréstimos
contraídos juntos a instituições financeiras e pelo recurso transferido
pelo governo do Estado pelo Tesouro Estadual."
As equipes de fiscalização do Tribunal de Contas do Estado ainda não
analisaram as contas do Metrô de 2015. O dados serão consolidados em um
relatório de fiscalização que servirá de base para análise dos órgãos
técnicos. O Metrô poderá se manifestar e, segundo o TCE “em sua
argumentação e justificativas, a companhia deverá, inclusive, informar
as medidas que serão adotadas (ou foram adotadas) para cobrar os seus
credores.”
Fonte-G1VEJA VÍDEO
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