O governo vai passar um pente-fino nos benefícios de quem ganha
auxílio-doença há mais de dois anos. Há suspeitas de irregularidades.
De imediato, o governo diz que não haverá mudança, mas as pessoas vão
ser notificadas. Hoje, R$ 13 bilhões são gastos com quem recebe o
auxílio-doença há mais de dois anos. Depois de dois meses de espera,
Lucilene Diniz conseguiu o auxílio-doença. A cabeleireira e manicure não
consegue trabalhar por causa de uma inflamação no ombro. Saiu da
agência do INSS sabendo que vai ganhar o benefício por seis meses até se
recuperar.
“É essencial para ajudar na medicação, nos tratamentos, essas coisas todas, não é tudo, mas ajuda”, diz.
Um milhão e seiscentas mil pessoas estão na mesma situação que
Lucilene, sendo que 900 mil recebem o benefício há mais de dois anos. É o
caso de Durvalina Costa, trabalhadora em serviços gerais, que já fez
umas cincos perícias para garantir o auxílio.
“Tenho os laudos, tem ressonância comprovando que eu tenho problema de saúde”, afirma Durvalina.
O auxílio-doença é um benefício pago pelo INSS ao trabalhador que está
doente ou que sofreu algum tipo de acidente. Para ganhar o auxílio, o
beneficiário precisa comprovar que está incapaz, ter pelos menos um ano
de contribuição. Só fica isento disso quem sofreu um acidente de
trabalho ou está com alguma doença prevista em lei, como câncer. O
trabalhador deve estar afastado há pelo menos 15 dias corridos ou
intercalados dentro de 60 dias.
O governo gasta por ano R$ 23 bilhões com o auxílio-doença, sendo que
R$ 13 bilhões vão para pessoas que recebem o benefício há mais de dois
anos. E isso chamou a atenção do governo porque há suspeita de fraudes.
Agora, o Ministério do Planejamento quer fazer um pente fino para saber
quem realmente tem direito ao auxílio.É uma tentativa de frear os gastos
com o INSS e economizar.
“Seguramente nós teremos uma surpresa altamente positiva, vamos ver
bilhões serem reconduzidos ao Tesouro Nacional”, disse o ministro-chefe
da Casa Civil, Eliseu Padilha.
O ministro do Planejamento disse que os beneficiários que estão há mais
de dois anos com o auxílio-doença vão ser notificados até o fim do ano.
Por enquanto, os benefícios não vão ser cancelados.
“A mensagem que eu acho importante é que as pessoas não se preocupem de
imediato porque elas serão notificadas e agendadas no momento adequado,
sem atropelos”, garantiu o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira.
Só reforçando o alerta do governo, ninguém precisa sair correndo para os postos do INSS. O recadastramento vai ser agendado.
Fonte-G1
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