Um jogo eletrônico utilizado na reabilitação de pacientes que sofreram acidente vascular cerebral (AVC) será utilizado no estímulo a crianças com microcefalia. A iniciativa é da startup pernambucana NeuroUp, de alunos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em parceria com a Fundação Altino Ventura. A ideia é treinar partes do cérebro que não recebem estímulo frequentemente, sem que o paciente perceba, o que, no caso das crianças microcéfalas pode ajudar no desenvolvimento de áreas inativas por causa das lesões associadas à doença.
Simples, o jogo consiste em
movimentar uma tartaruga que coleta objetos que aparecem no caminho, a
partir de um controle feito exclusivamente com impulsos nervosos. Por
meio de sensores, capazes de captar os estímulos neurais e musculares, o
personagem é guiado apenas com a força do pensamento ou de pequenos
movimentos. Com o exercício, há estímulo em partes não ativas do corpo.
Utilizei com a minha fisioterapeuta Luciana Chaves durante algumas sessões. Fazia parte do tratamento, mas parecia até um joguinho”, diz Patrícia Motta, paciente de 58 anos que teve um AVC em 2009.
Utilizei com a minha fisioterapeuta Luciana Chaves durante algumas sessões. Fazia parte do tratamento, mas parecia até um joguinho”, diz Patrícia Motta, paciente de 58 anos que teve um AVC em 2009.
Desde o início do tratamento com
os estímulos, ela conseguiu recuperar parte dos movimentos do pé
direito, área que ficou com sequelas. “Depois dos estímulos que fiz
durante o tratamento, consigo mexer meu pé quando me concentro”,
garante.
De acordo com Rozivera Rodrigues, neuropediatra da Fundação Altino Ventura, a experiência pode beneficiar as crianças microcéfalas treinando a atenção e resposta a estímulos. Entretanto, como as lesões de nascimento não seguem um padrão, as situações de testes ainda estão sendo estudadas para serem adaptadas à necessidade de cada criança. “A incidência de microcefalia em crianças, apesar de grande, é relativamente recente, e os bebês nascem com muitas lesões diferentes. Assim, além da maioria ainda ter pouco tempo de vida, muitos não conseguem ver ou se desenvolver fisicamente. Com a parceria com universidades, muita tecnologia tem chegado para ajudar”, explica.
De acordo com Rozivera Rodrigues, neuropediatra da Fundação Altino Ventura, a experiência pode beneficiar as crianças microcéfalas treinando a atenção e resposta a estímulos. Entretanto, como as lesões de nascimento não seguem um padrão, as situações de testes ainda estão sendo estudadas para serem adaptadas à necessidade de cada criança. “A incidência de microcefalia em crianças, apesar de grande, é relativamente recente, e os bebês nascem com muitas lesões diferentes. Assim, além da maioria ainda ter pouco tempo de vida, muitos não conseguem ver ou se desenvolver fisicamente. Com a parceria com universidades, muita tecnologia tem chegado para ajudar”, explica.
As
tecnologias que vêm sendo desenvolvidas no estado no campo da
neurologia permitem avanços significativos até mesmo em casos graves,
por exemplo, de paraplegia. Pesquisadores do grupo de neurodinâmica da
UFPE desenvolveram, por meio da startup Neurobots,
um “braço mecânico” movimentado apenas com impulsos cerebrais. O
aparelho, luva acoplada a uma espécie de exoesqueleto que simula os
articulações da mão, recebe os comandos de movimento de sensores que
captam a atividade cerebral do paciente. Os estímulos, codificados de
acordo com a área do cérebro onde se originam, são enviados ao membro
biônico e transformam-se em movimento, devolvendo a ação a partes
anteriormente inativadas pela paraplegia.
O
professor responsável pelo grupo, Marcelo Cairrão, revela que,
tardiamente, o estado está descobrindo o potencial das atividades
cerebrais na área da saúde. “É uma tecnologia produzida aqui. Nós
pesquisamos, construímos e oferecemos treinamento a quem quiser usar.
Além de ter preço inferior ao mercado, é adaptada à realidade
brasileira” afirma, lamentando que, apesar de, junto com São Paulo,
Pernambuco ser polo tecnológico do país, ainda falte incentivo e
investimento ao estudo e criação de soluções inovadoras.
Ubirakitan Maciel, fisioterapeuta e sócio-diretor da NeuroUp, afirma que, apesar das inovações, o Brasil ainda está muito distante da neurociência dos outros países. “Profissionais de saúde não têm equipamentos para o acompanhar o cérebro do paciente. Acreditamos que, no futuro, os diagnósticos e tratamentos usarão soluções tecnológicas cotidianamente. Nossa ideia faz parte de um pontapé inicial para uma mudança inovadora de cultura” conclui.
A colaboração científica do grupo da UFPE, inclusive, está entre as duas brasileiras selecionadas para participar do festival internacional de tecnologia Lions Innovation. Eles apresentaram em Cannes, na França, nos dias 21 e 22 de junho, as soluções que, mesmo com dificuldades, nasceram em Pernambuco e podem mudar o cenário da própria neurologia.
Fonte-Diario de Pernambuco
VEJA VÍDEO
Ubirakitan Maciel, fisioterapeuta e sócio-diretor da NeuroUp, afirma que, apesar das inovações, o Brasil ainda está muito distante da neurociência dos outros países. “Profissionais de saúde não têm equipamentos para o acompanhar o cérebro do paciente. Acreditamos que, no futuro, os diagnósticos e tratamentos usarão soluções tecnológicas cotidianamente. Nossa ideia faz parte de um pontapé inicial para uma mudança inovadora de cultura” conclui.
A colaboração científica do grupo da UFPE, inclusive, está entre as duas brasileiras selecionadas para participar do festival internacional de tecnologia Lions Innovation. Eles apresentaram em Cannes, na França, nos dias 21 e 22 de junho, as soluções que, mesmo com dificuldades, nasceram em Pernambuco e podem mudar o cenário da própria neurologia.
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