Sindicatos de servidores da Previdência Social organizam um boicote ao programa do governo de revisão dos benefícios auxílio-doença e aposentadoria por invalidez, que deve começar em setembro.
Um dos motivos para o protesto é o fato de o governo ter proposto uma
remuneração extra para os médicos que farão as perícias, mas não ter
dado benefícios a funcionários da área administrativa nas agências do
INSS.
As principais entidades que representam os funcionários da Previdência, a
CNTSS/CUT (confederação dos trabalhadores da seguridade social) e a
Fenasps (federação dos sindicatos dos trabalhadores do setor), também
discordam da decisão de priorizar esses atendimentos, em vez de
antecipar as perícias que não são abrangidas pelo programa de revisão.
Há a orientação, por exemplo, para que os funcionários do setor
administrativo não permitam que os beneficiários convocados para a
perícia sejam atendidos. Uma das formas para fazer isso seria não chamar
as pessoas que esperam pelo atendimento. Também não está descartado
decretar greve e fechar as agências da Previdência para impossibilitar
as revisões.
O programa do governo prevê que o INSS convoque 1,7 milhão de
beneficiários que recebem auxílio-doença e aposentadoria por invalidez
há mais de dois anos. O governo estima uma economia de R$ 6,3 bilhões
por ano.
As pessoas serão convocadas por carta e poderão escolher uma data para
atendimento. As perícias serão agendadas para a primeira hora de
trabalho do médico, que recebe um adicional de R$ 60 por atendimento. O
bônus tem um custo estimado de R$ 127 milhões.
"O governo vai pagar os peritos para fazer o que já é dever deles. Não
tem hora extra. É dentro da jornada de trabalho. É um prêmio para cassar
o benefício dos outros", diz o presidente da CNTSS, Sandro de Oliveira.
O diretor da Fenasps Moacir Lopes disse que o programa vai congestionar
ainda mais as agências da Previdência e que o governo deveria fazer um
esforço extra para atender quem já está na fila de espera por uma
perícia.
As duas entidades afirmam que pedem ao governo o cancelamento do
programa e não reivindicam que o bônus seja estendido aos demais
trabalhadores das agências.
Francisco Eduardo Cardoso Alves, presidente da ANMP (Associação Nacional
dos Médicos Peritos), afirma que o programa não afeta a agenda normal
de perícias e que o bônus se justifica porque os peritos farão mais
atendimentos diários, dentro do seu horário de trabalho. Seria,
portanto, uma espécie de bônus por eficiência, segundo ele.
Fonte-UOL
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