quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Servidores do INSS ameaçam boicotar pente-fino de benefícios

Sindicatos de servidores da Previdência Social organizam um boicote ao programa do governo de revisão dos benefícios auxílio-doença e aposentadoria por invalidez, que deve começar em setembro.
Um dos motivos para o protesto é o fato de o governo ter proposto uma remuneração extra para os médicos que farão as perícias, mas não ter dado benefícios a funcionários da área administrativa nas agências do INSS.

As principais entidades que representam os funcionários da Previdência, a CNTSS/CUT (confederação dos trabalhadores da seguridade social) e a Fenasps (federação dos sindicatos dos trabalhadores do setor), também discordam da decisão de priorizar esses atendimentos, em vez de antecipar as perícias que não são abrangidas pelo programa de revisão.
Há a orientação, por exemplo, para que os funcionários do setor administrativo não permitam que os beneficiários convocados para a perícia sejam atendidos. Uma das formas para fazer isso seria não chamar as pessoas que esperam pelo atendimento. Também não está descartado decretar greve e fechar as agências da Previdência para impossibilitar as revisões.
O programa do governo prevê que o INSS convoque 1,7 milhão de beneficiários que recebem auxílio-doença e aposentadoria por invalidez há mais de dois anos. O governo estima uma economia de R$ 6,3 bilhões por ano.
As pessoas serão convocadas por carta e poderão escolher uma data para atendimento. As perícias serão agendadas para a primeira hora de trabalho do médico, que recebe um adicional de R$ 60 por atendimento. O bônus tem um custo estimado de R$ 127 milhões.
"O governo vai pagar os peritos para fazer o que já é dever deles. Não tem hora extra. É dentro da jornada de trabalho. É um prêmio para cassar o benefício dos outros", diz o presidente da CNTSS, Sandro de Oliveira.
O diretor da Fenasps Moacir Lopes disse que o programa vai congestionar ainda mais as agências da Previdência e que o governo deveria fazer um esforço extra para atender quem já está na fila de espera por uma perícia.
As duas entidades afirmam que pedem ao governo o cancelamento do programa e não reivindicam que o bônus seja estendido aos demais trabalhadores das agências.
Francisco Eduardo Cardoso Alves, presidente da ANMP (Associação Nacional dos Médicos Peritos), afirma que o programa não afeta a agenda normal de perícias e que o bônus se justifica porque os peritos farão mais atendimentos diários, dentro do seu horário de trabalho. Seria, portanto, uma espécie de bônus por eficiência, segundo ele.

Fonte-UOL

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Tradução