Já estamos acostumados a ver nos esportes pessoas se superando em
busca de conquistas e resultados esportivos, o que se refletem também na
vida pessoal desses atletas e de quem os assistem.
Se já tivemos vários exemplos dessas histórias de superações na
Olimpiada do Rio, imagina só o que podemos esperar da Paralimpiada à
partir do próximo dia 7 de setembro? Em mão dupla, ao longo de todas as
suas edições. ela beneficiou não só os atletas paralimpicos, mas a
construção de uma sociedade inclusiva com um todo!
Este é o maior evento esportivo mundial envolvendo atletas com
deficiências físicas(de mobilidade, amputações, cegueira ou paralisia
cerebral), além de pessoas com deficiência intelectual.
Realizados pela primeira vez em 1960 em Roma, Itália, teve sua origem
em Stoke Mandeville, na Inglaterra, onde ocorreram as primeiras
competições esportivas para pessoas com deficiência física, como forma
de reabilitar militares feridos na Segunda Guerra Mundial. Desseseis
anos depois, já eram quarenta países competindo, levando a mais pessoas
com deficiência a possibilidade de praticar esportes em alto nível nas
vinte e sete modalidades compõem o programa dos Jogos Paralímpicos.
O esporte devolve na pessoa com deficiência uma função e atividade na
vida. Ela se descobre capaz de realizar coisas que nem imaginava e até
de forma competitiva. A convivência coletiva com outros atletas, equipe e
tantas outras pessoas fortalece ainda mais a sua autoestima. E nesse
círculo, a inclusão social ocorre de maneira natural.
E neste ganho entre pessoas/atletas com deficiência e sociedade, a
mídia mundial vem desempenhando um papel fundamental. Mostrando essas
pessoas como atletas competitivos, sem, contudo, apelar para os estigmas
culturais. Por muito tempo nem se falava em Paralimpiadas na mídia.
Hoje toda a imprensa brasileira aborda o tema e até canais de
televisão transmitem modalidades ao vivo. Isto graças aos resultados que
as pessoas com deficiência foram conquistando no esporte e na vida. Mas
todas as abordagens jornalísticas precisam ser isentas de tintas
piegas, nem coitadinhos, nem super heróis. Os paralimpicos são atletas
preparados para dar o melhor de si, pessoas como as demais com erros e
acertos.
E com resultados surpreendentes!
Nas últimas edições os esportes paralímpicos deram mais resultados ao
Brasil do que os esportes olímpicos. As pessoas sem deficiência veem
que esses atletas paralimpicos como capazes e, consequentemente, a
sociedade rever de forma positiva os seus conceitos sobre deficiência.
Além que, outras pessoas com deficiência sem ser atletas podem se
espelhar nelas, descobrir-se capaz de realizar seus sonhos e se
superarem. E nesse jogo todos ganham!
Emílio Figueira, psicólogo educacional e autor do livro “Psicologia e
Inclusão – Atuações psicológicas em pessoas com deficiência” (Wak
Editora)
Nenhum comentário:
Postar um comentário