Sábado à tarde eu* e meus filhos (Antônio, com 9 anos, e Leonor com 7
anos) sentamos para assistir, com calma, a reprise da abertura das
Paralimpíadas Rio 2016.
Logo na primeira imagem de um atleta sem os braços, minha pequena Nonô
(Leonor) deu um salto do sofá e disse que não entendia como alguém pode
nascer "assim". Com calma expliquei que tudo (e todos) na vida pode
nascer com a sua "diferença", que aquela pessoa não tinha o braço mas
tinha todo o corpo funcionando saudavelmente (tanto que era um atleta!),
tinha família, filhos que o amavam, etc., que ele era "diferente" e
perfeito!
Meu filhote de 9 anos, para minha grata surpresa, ajudou-me a explicar para a irmã que muitos de nós "não temos diferenças físicas mas temos maus comportamentos e isso é uma deficiência de verdade".
Durante a cerimônia, naquela parte do "coração que pulsava" (momento
maravilhosoooo!), segurando pra não chorar, expliquei a eles que todos
temos um coração e é isso o que nos faz humanos e iguais nos direitos e
deveres.
Quando "a escada virou rampa", rolou entre nós uma discussão produtiva.
Antônio e Leonor (nenhum dos dois piscava na frente da TV!) se tocaram
que uma rampa igual aquela "todo mundo sobe mesmo né???"... e perguntaram:
-Ôh Mãe, por que não fazem rampas???
-Tá vendo, filho? Agora é sua vez de cobrar, na escola, nas excursões. Incluir é também um trabalho para crianças!!!
-Ôh Mãe, por que não fazem rampas???
-Tá vendo, filho? Agora é sua vez de cobrar, na escola, nas excursões. Incluir é também um trabalho para crianças!!!
E não bastou o fim da cerimônia.
Ontem, enquanto eu descansava, flagrei meus filhos no quarto de
brinquedos desenhando momentos da abertura, e registrei a ideia da
inclusão sob os desenhos deles. Desenharam o coração e também alguns dos
atletas com deficiência.
Foi uma surpresa para mim, pois como mãe, tenho a certeza de que essa
arte despretensiosa dos meus filhos mostra o quanto estão esclarecidos
e, conhecendo cada um deles, sei vão tratar com mais naturalidade e um
pouco de curiosidade (e não aquele espanto inicial) qualquer pessoa
"diferente" que eles conhecerem.
Plantar a inclusão na cabecinha de crianças sem PRÉconceito é fácil,
pode ser simples e prepara nossos filhos para serem pessoas muito
melhores!!!
Fonte-Cantinho dos cadeirantes
Nenhum comentário:
Postar um comentário