domingo, 6 de novembro de 2016

Morre Alexandra Szafir, 50, símbolo da luta contra doença degenerativa




A advogada Alexandra Lebelson Szafir morreu na manhã desta sexta-feira (4), em São Paulo. Ela lutava contra a esclerose lateral amiotrófica (ELA), uma doença genética degenerativa diagnosticada em 2005, segundo informações da OAB-SP. Ela tinha 50 anos e deixa dois filhos.

O ator Luciano Szafir, irmão de Alexandra, postou no Instagram a mensagem: "Minha irmã Alexandra, a maior guerreira que conheci perdeu a batalha para essa doença nojenta que é a esclerose lateral amiotrofica. Ale obrigado por tantos bons momentos na minha vida. Te amo pra sempre!!!!"
O enterro de Alexandra será na tarde desta sexta-feira (4) no Cemitério Israelita do Butantã.
Bacharel em direito pela USP, Alexandra era sócia do prestigiado escritório Toron, Torihara e Szafir Advogados e membro do IBCCRIM - Instituto Brasileiro de Ciências Criminais. Ela ganhou em 2006 o Prêmio Advocacia Solidária, oferecido pelo TJ/SP, IDDD e Instituto Pro Bono para homenagear advogados que trabalham gratuitamente em causas sociais.

Marcos da Costa, presidente da OAB-SP, manifestou seu pesar e lamenta a perda de “uma guerreira que superou suas dificuldades para realizar seu sonho de ser advogada e assim dar sua contribuição para um mundo mais justo”.


Livro
Em 2010, Alexandra Szafir publicou o livro  “Descasos: uma advogada às voltas com o direito dos excluídos” (Editora Saraiva, 82 páginas), escrito com uma ajuda especial: um software que dava ao nariz de Alexandra a possibilidade de mover o mouse e teclar. No livro, ela narrava de forma simples e bem estruturada o descaso com que a Justiça pode tratar aqueles pelos quais deveria zelar.
Não diria que o Judiciário é desigual; as pessoas têm essa impressão porque geralmente só os casos de pessoas de classe social mais alta são noticiados pela imprensa”, afirmou, em entrevista por e-mail ao G1 em 2010.
“Mas quando esses casos são confrontados com o de uma pessoa pobre na mesma situação jurídica de um rico, os tribunais o tratarão da mesma forma. Basta lembrar que quando o Superior Tribunal Federal (STF) limitou o uso de algemas, em um caso em que se tratava de um humilde pedreiro”, afirmou.
A renda do livro de Alexandra foi revertida para a Associação Brasileira de Esclerose Lateral Amiotrófica (AbrELA).


A Esclerose Lateral Amiotrófica, é uma doença rara e com causa ainda não completamente conhecida. Afeta os neurônios motores da medula espinhal e é progressiva.
Na maioria dos casos, leva de seis meses a um ano entre os primeiros sintomas e a completa paralisia, explica Jorge El-Kadum, titular e vice-presidente da Academia Brasileira de Neurologia (ABN) entre 2004 e 2008.

Fonte-G1

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