MANAUS - Um elevador de baixo custo e fácil instalação para pessoas com deficiência está sendo produzido por pesquisadores no Amazonas.
O equipamento que utiliza componentes 100% nacionais e mão de obra
local conseguiu reduzir o preço final em 63,15% se comparado ao produto
da líder de mercado.
Com o apoio do Governo do Estado via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam),
o elevador tem previsão de conclusão até o segundo semestre de 2016.
Outro ponto positivo da ferramenta é que não demanda muitas obras civis
para instalação. Podendo utilizar qualquer espaço disponível que possua
as dimensões da plataforma onde a pessoa de mobilidade reduzida fica
durante a subida e descida do elevador (1,20 x 0,80 m). Com mínimas
modificações, a instalação do equipamento é feita com parafusos no
chão.
“Um elevador
tradicional destinado a vencer o mesmo desnível precisa de um poço com 3
metros de profundidade, enquanto o nosso precisará de apenas 30 cm.
Apesar da redução de custos, reduzimos nossa margem para ter um produto
que atenda as pessoas com menos recurso financeiro, além de já termos
estudado as possíveis isenções aplicadas para pessoa física”, disse Gil
Filho, um dos responsáveis pelo projeto.
Com
a ideia de reduzir os custos e atingir uma parcela da população que
hoje não pode adquirir este tipo de equipamento, além de dar uma opção
às empresas que precisam se adequar às leis de acessibilidade, o
elevador possui ampla aplicação, já que pode ser utilizado em
instituições bancárias, residências, órgãos públicos, embarcações,
comércios, indústrias, hospitais, hotéis, escolas, cinemas, teatros,
campos de futebol, clínicas etc.
De
acordo com o pesquisador, por conta da utilização de um motor elétrico
de baixa potência, também é possível acioná-lo através de baterias,
aumentando a independência do sistema e os locais onde possa ser
instalado.
A utilização de mecanismo pantográfico, nunca
adotado para este fim. Com isto eliminamos cabos, correias, polias,
redutores, e muitos outros itens de um elevador convencional,
possibilitando utilizarmos uma estrutura mais esbelta, o que reduz o
peso e a quantidade de material empregado na fabricação”, disse o
pesquisador.
Outro detalhe
que diferencia o elevador do modelo tradicional é a inovação incremental
devido à alteração das características das plataformas de elevação
existentes no mercado. Por meio de uma inovação radical baseada na
ampliação da finalidade dos elevadores pantográficos, até então nunca
utilizados para atender pessoas com mobilidade reduzida, segundo o
pesquisador. “Em nossa vasta pesquisa não encontramos equipamentos
idênticos em nenhum lugar do planeta Terra. No caso de plataformas
pantográficas tradicionais, não há fabricantes nacionais. Há
equipamentos com o mesmo propósito e voltados à acessibilidade, mas que
utilizam o mecanismo tradicional, porém não encontramos fabricantes na
região Norte do Brasil”, disse Gil Filho.
O
pesquisador contou que com a produção do elevador, a equipe pretende
ampliar o mercado com outros produtos, como as plataformas pantográficas
(sem fabricantes nacionais) e os elevadores pantográficos para carros
(sem fabricantes regionais).
O
elevador de baixo custo e ampla aplicação é um dos 40 projetos aprovados
no âmbito do Programa Sinapse da Inovação. Fruto da parceria firmada
entre a Fapeam com a Fundação Centros de Referência em Tecnologias
Inovadoras (Certi), que visa transformar os resultados de projetos de
pesquisa de universidades e instituições de ciência, tecnologia e
inovação em produtos inovadores competitivos, além de fortalecer o
empreendedorismo inovador.
“O
apoio do programa Sinapse da Inovação da Fapeam foram imprescindíveis
no andamento de nossa pesquisa. Sem este projeto, não teríamos recursos
financeiros para tirar esta ideia do papel. Além disto, os cursos e
palestras a que tivemos acesso durante este percurso, nos incentivaram a
participar de eventos e projetos de empreendedorismo”, disse.
Este
foi o primeiro projeto de empreendedorismo que a equipe participou. Com
o ingresso no programa Sinapse da Inovação, eles buscaram outros
programas de incentivo à inovação, chegando inclusive à semifinal no
prêmio Santander Universidades, ficando entre os 45 melhores dentre os
mais de 26 mil inscritos no Brasil. “Posso também dizer que o Sinapse,
nos incentivou não só neste projeto, mas também nos fez trabalhar em
outros três projetos de inovação que deveremos colher frutos já em
2016”, disse o pesquisador.
FONTE-PORTAL AMAZONIA