segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

A LIÇÃO DE VIDA DE GUTO AVAIANO: PARALISADO CEREBRAL E GRADUADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA


Torcedor fanático do Avaí, Augusto Delfino tem paralisia cerebral e tinha o sonho de ser jogador de futebol. Durante o parto, Guto Avaiano, como é conhecido, teve uma parada respiratória que não comprometeu a parte cognitiva, o raciocínio mas afetou os movimentos e a fala. Ele se comunica usando a cabeça para digitar com ajuda de um aparelho. A partir daí foi buscar seus sonhos. Estudou até se tornar o primeiro brasileiro graduado em Educação Física do Brasil, se tornou um blogueiro que trata dos assuntos do seu time de coração e agora quer ser técnico de futebol.


É difícil duvidar da capacidade deste catarinense de 25 anos, que provou que o esporte requer mais que um corpo. Com gana, raça e força de vontade, ele aprendeu a ler, escrever e a se comunicar se adequando às possibilidades. Joga xadrez, dá palestras, já assistiu desfiles de escola de samba, acompanha peladas dos amigos e tem uma vida muito além das limitações que não o impedem de conviver.


Mas a grande paixão de Guto é o Avaí. Ele, em seu blog, escreve sobre o time do coração. Guto não perde quase nenhum jogo do Avaí na Ressacada, é torcedor conhecido por lá, sempre acompanhado dos pais, que o ajudam no estádio e torcem junto.

- No primeiro jogo em que eu levei o Guto na Ressacada, ele ficou triste porque o Avaí perdeu. Eu expliquei, ele era bem pequenininho: na vida, a gente pode perder e pode ganhar. E ele sempre quis ganhar. Sempre – disse o pai, Marcos Antônio Delfino.


- Geralmente, são as mães que seguram a onda, porque tem que tocar, né? Tocando a vida, participando da vida do deficiente, tu não choras pela dificuldade. Tu choras pelo que tu não consegues fazer para ele – afirmou Rute.


O Esporte Espetacular levou dois ídolos de Guto à Ressacada.

Foi um encontro emocionante com Gustavo Kuerten, o ex-número um do tênis e famoso torcedor avaiano, e também com Marquinhos, ídolo azurra. Jacaré, ex-jogador do time catarinense, ainda chegou para o bate-papo animado. Guga tinha um irmão, falecido há dez anos, com problemas parecidos com os de Guto, e reconhece o quanto as pessoas estão convivendo melhor hoje com as diferenças.

- Eu acho que as pessoas estão muito mais preparadas. Até mesmo porque tem mais experiências. Antes, conviver com o deficiente, até mesmo para a própria família, era escondido, era fechado em casa – disse o ex-tenista.


- Olha o que ele fez, cara? O que eu estou reclamando da minha vida? Perdi hoje, mas amanhã a gente segue a vida. Vamos seguir em frente. Nossos problemas são muito pequenos – complementou o ídolo do Avaí.

Na reportagem, você acompanha ainda como eram as aulas na universidade, todas as emoções da formatura de Guto, o trabalho que ele realiza com o pai, o convívio com os amigos e o quanto, apesar de todos os problemas, com a ajuda da tecnologia e o acolhimento das pessoas, Guto pode levar uma vida muito alegre.

- Ele nos ensina muito sobre felicidade, como ser feliz dentro daquilo que é possível – define Maria Letícia Knorr, uma de suas professoras na faculdade.


Fonte: Globo Esporte



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