quarta-feira, 17 de junho de 2009

Elevação: Precaução necessária


Uma das piores consequências de ser cadeirante é a úlcera de pressão, conhecida como escara. São feridas causadas por pressão não aliviada que resulta em danos aos tecidos. São categorizadas em vários estágios, sendo o primeiro identificado por manchas avermelhadas na pele e o último por perda total de pele, músculos e em alguns casos até do osso.
O grande problema é a falta de sensibilidade, uma pessoa normal que fique sentada várias horas muda de posição várias vezes e em determinado momento não aguenta e se levanta. Como os cadeirantes, principalmente as vítimas de lesão medular, tem pouca ou nenhuma sensibilidade, ficam horas na mesma posição e até dias, o que favorece o aparecimento das escaras. Para os lesados medulares não é só a cadeira que causa escaras, se não houver mudança de decúbito quando deitado os perigos de aparecimento das escaras permanece.
São duas as principais formas de prevenção de escaras: observação e movimentação. Através da observação, de preferência com o auxílio de outra pessoa, o cadeirante identifica locais no corpo que estejam apresentando vermelhidão ou alteração de consistência, prestando maior atenção nas juntas e proeminências ósseas.
A movimentação inclui mudança de decúbito (posição na cama) e mudança de posição na cadeira, incluindo a elevação. Não pretendo me estender na teoria, a maioria dos cadeirante sabe o que é preciso, e quem não souber clique aqui que tem um apanhado completo sobre o assunto.
Meu objetivo aqui, como na maior parte dos posts, é dar dicas sobre o dia a dia e a aplicação das teorias na prática. A mudança na cama deve se tornar um hábito, a pessoa pode começar colocando alarmes, seja em celular, relógio ou rádio-relógio, de três em três horas para fazer a mudança de posição. Esta recomendação é mais utilizada em hospitais e centros de reabilitação, mas com a prática acredito que não há necessidade de ser em tão poucos períodos de tempo. o que sugiro mesmo é a pessoa se acostumar a inciar o sono em várias posições e variar. Não é tão fácil, pois a gente acostuma a dormir em determinada posição que é mais confortável. Aí entra o início do processo, colocando alarmes, a gente acostuma a dormir em outras posições, pois de madrugada, no auge do sono, mesmo que a pessoa fique em uma posição diferente da habitual acaba dormindo novamente pelo cansaço.
Outra coisa que pode ajudar é posicionar o alarme um pouco distante da cabeceira, de forma que a pessoa tenha obrigatoriamente que se mexer e mudar de posição para desligá-lo. Claro que não pode ser tão longe que traga perigo de queda.
Quanto à mudança de posição sentado, no dia a dia, para nos acostumarmos a nos movimentar podemos inicialmente nos mirar em alguém e acompanhar a mudança de posição que a pessoa normalmente faz, e a cada duas mudanças da pessoa, ao fazer a terceira realizar a elevação, por um tempo mínimo de 30 segundos. No início demanda atenção, mas depois de um tempo fica automático. Outra opção é pedir a alguém que te lembre de movimentar-se, mas o ideal é fazer por conta própria para virar costume.
Há também um teste que o cadeirante pode pedir a alguém normal que sente-se em sua cadeira por meia hora e diga o que acha desconfortável e se a densidade da espuma está boa. Para garantir a prevenção existem no mercado vários tipos de almofadas complementares, das mais baratas, feitas de gel, até as caríssimas infláveis de borracha. É um investimento que vale a pena, porque uma vez abertas as escaras, o processo de cura é muito lento e complicado.
Eu nunca tive escaras, mas sempre segui as mudanças de decúbito e faço elevações constantemente.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Acessórios úteis

REACHER

Esse acessório é outro que preciso ter! Sabem pra que serve esse “trequinho”? Para pegar objetos que normalmente não alcançamos por estarem em locais muito altos. Exemplo bom: produtos nas prateleiras de supermercado. Acredito que já tenha no Brasil algo parecido, pelo menos nos anos 80 tinha um brinquedo chamado “mão biônica” que funcionava de forma parecida. O reacher (algo como alcançador, em inglês) possui uma garra numa das extremidades e na outra você tem uma alavanca que aciona essa garra. Assim que puder, vou comprar um!


ADAPTAÇÃO PARA DIGITAR





Mais um acessório que salvou minha colega durante um período: a adaptação para facilitar a digitação. A dela era na versão tupiniquim, mas funcionava do mesmo jeito. Assim que ela voltou pra casa, uma das formas de comunicação com o mundo que mais usava era o computador. Como tinha pouca mobilidade dos dedos, sem essa adaptação não teria sido possível digitar nada por um bom tempo.

ESPUMA PARA TALHERES




Essa espuminha também me foi muito útil para minha colega. Como não conseguia segurar nada, o pessoal da TO pegou um pedaço de isopor em forma de tubo e fez um buraquinho no meio onde se encaixava o talher. Simples assim. Mas foi uma ajuda e tanto na hora de comer.


PORTA COPOS



Tá ai um acessório que eu já deveria ter há muito tempo. Ao invés de ficar carregando copo de água ou café no pedal da cadeira, ou mesmo colocá-lo no espaço lateral entre o bumbum e o protetor de roupa, o apoiaria no meu porta copos e ficaria tudo bem. Não sei se é fabricado aqui no Brasil, mas deveria. Alguém aí interessado em produzir essa engenhoca? Pelo menos um comprador já existe: euzinho!







Essa tabua de transferência ajudou muito minha colega blogueira Cris costa quando sofreu o acidente e esse objeto o ajudou muito, foi literalmente sua salvação. Como tinha pouco equilíbrio de tronco e pouca força nos braços, entrar e sair do carro e passar para a cama ou cadeira de banho era um suplício, e precisava de duas pessoas para o ajudar. Com essa tábua, carinhosamente apelidada de “skibunda” pelos seus amigos, ganhou uma independência bem maior. Ela é bem fácil de usar e não fica caro mandar fazer uma. Ela não precisa ter mais que uns 45 cm de comprimento, 20 cm de largura e 1,5 cm de espessura. Pra quem precisa de ajuda pra fazer a passagem, pode ser bem útil.









































terça-feira, 9 de junho de 2009

BARRACA DA A.D.C.C. (ASSOCIAÇÃO DOS CADEIRANTES DE CARUARU)

Barraca da A.D.C.C. (ASSOCIAÇÃO DOS CADEIRANTES DE CARUARU), a ONG na qual eu sou diretor presidente, estamos todo período junino no maior e melhor São João do mundo que é o de Caruaru PE, estamos com esse espaço para angariar fundos para auxiliar nossos trabalhos.
Está localizada na estação ferroviária ao lado do arraial mestre Vitalino quem é cadeirante e quiera nos visitar é só estacionar o carro na praça de taxi ao lado do bar da SKOL próximo a parada de ônibus, tenhe um rampa de acesso para a estação a onde nós estamos. Desde já agrademos a muitos amigos voluntários que estão colaborando com nossa luta. . A barraca funciona as sextas-feiras, sábados e domingos das 17h às 3 da manhã, vendendo: Bijuterias, camisas, jaqueta jeans, cintos, fogos para criança, bebidas, tenhe peças apartir de R$ 0,50 colaborem.Agradecemos a prefeitura municipal de Caruaru e amigos que nos ajudaram a realizar essa conquista.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Portas.


Para um cadeirante, abrir portas comuns é sempre uma tarefa chata, porque é preciso manobrar a cadeira com apenas uma mão. Fechar é pior ainda: não dá para empurrar a porta com a cadeira e a manobra fica mais complicada, muitas vezes tem que ser feita de costas. Pensando num ambiente doméstico, as portas comuns são uma boa opção para uso nos quartos, pois não tomam espaço na parede além do seu próprio tamanho. Além disso, a circulação por esses ambientes não é tão grande, ou seja, a movimentação das portas não chega a atrapalhar
Portas deslizantes (ou de correr) são as melhores escolhas, porque não precisam que a pessoa se afaste ou manobre a cadeira para abrí-las ou fechá-las. Porém, nem todo cômodo comporta essa solução já que exigem espaço para correr. Ambientes como salas e cozinhas são ideais para instalação desse tipo de portas.
Portas sanfonadas somam as vantagens das duas anteriores, mas precisam de um vão de abertura maior. A porta recolhida toma um espaço precioso, reduzindo a largura útil. Por exemplo, para se ter um vão livre de 80 cm com a porta aberta, é preciso fazer uma abertura na parede de, pelo menos, 95 cm. Outra desvantagem é a estética. São ideais para usar em banheiros.
As portas bipartidas podem ser uma escolha para uso em cômodos que fiquem normalmente abertos, pois a tarefa de fechá-las é ainda mais difícil e trabalhosa do que as portas normais.
Portas automáticas tem um custo alto e exigem mais espaço para sua instalação, por isso não são comuns em ambientes domésticos. Já em ambientes públicos são ótimas soluções porque facilitam o fluxo de pessoas e preservam a vedação do ambiente, reduzindo a propagação de som e a despesa com ar-condicionado.
A existência de dispositivos automáticos que auxiliem a vida do usuário é sempre bem vinda, mas atualmente não há muitas opções no mercado. Fechaduras eletrônicas que dispensam chaves facilitam a vida do pessoal tetra, pois não exigem destreza manual para sua operação. Uma solução ainda melhor é a colocação de dispositivos que automatizam todo o movimento da porta, pois beneficiam um número muito maior de usuários.
Quem se habilita a inventar um sistema automático de abertura de portas compacto e barato???

Tradução