sexta-feira, 20 de abril de 2012

Hospital das Clínicas de SP faz transplante de cartilagem do joelho

Jornal Nacional, Globo

O joelho é uma das partes do corpo mais sensíveis. O médico que fez a operação explica que o transplante evita o problema da vida útil da prótese.


O Hospital das Clínicas de São Paulo começou a fazer um transplante de cartilagem do joelho.
Seu joelho já doeu hoje? Essa parte do nosso corpo é das mais sensíveis. “Eu tive a queda e sinto muita dor”, conta a guarda municipal Eleani Rieg.

Mas tem caso que só é resolvido com prótese. O da estudante Mariza Santos Guimarães seria mais um. Os remédios para leucemia provocaram uma lesão no joelho esquerdo dela.

Doía bastante, eu não conseguia andar direito porque eu sentia fortes dores no joelho”, lembra.

Em vez de colocar a prótese, ela foi uma das primeiras pessoas no Brasil a passar por um transplante no joelho. A cartilagem, camada branca que protege a articulação, estava toda machucada. Uma parte do osso já tinha se desgastado. A equipe do Hospital das Clínicas colocou um pedaço de osso e a cartilagem de um doador.

O médico que fez a operação explica que o transplante evita o problema da vida útil da prótese que dura de dez a 20 anos.

“O problema de várias trocas no paciente jovem é que existe o risco de infecção e sequelas de problemas em todas as cirurgias ao longo do tempo”, explica o ortopedista Luís Eduardo Tirico, do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Mas o uso dessa técnica esbarra em um obstáculo: a dificuldade para conseguir doadores de tecido no Brasil - no caso, a cartilagem. Ossos e tendões são tecidos usados há vários anos para corrigir fraturas, por exemplo, e não é fácil achar doadores.

Em 2011, entre mais de dois mil doadores de órgãos no estado de São Paulo, menos de 200 doaram o tecido ósseo. Só em 12 casos as doações puderam ser aproveitadas. Para os médicos, o problema é a falta de informação.

“O fantástico de quando você doa cartilagem, osso e tendão é que você consegue beneficiar mais de 10, 20 pacientes que são receptores. É importante para as pessoas que estão aguardando esse tipo de tratamento”, acrescenta o ortopedista.

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