terça-feira, 1 de janeiro de 2013

A volta da asa branca


Foto: reprodução
Manuela Dantas,  do Blog de Jamildo

...Rios correndo
As cachoeira tão zoando
Terra moiada
Mato verde, que riqueza
E a asa branca
Tarde canta, que beleza
Ai, ai, o povo alegre
Mais alegre a natureza ...
(Trecho da Música A volta da Asa Branca de Luiz Gonzaga e Zé Dantas)
Amigos, no primeiro dia do ano, nada melhor do que a alegria e a esperança para consolidar a vinda de um novo ano... O inicio de uma nova era, que sempre esperamos que seja melhor do que a passada e que trará a brisa de um novo tempo, uma nova chance de sermos pessoas melhores e de contribuirmos para um mundo melhor.
Nessa perspectiva, inicio a minha reflexão do ano de 2012... Considero que poderia ter feito muito mais do que fiz, muitos planos que fiz, há 1 ano, ainda não consegui colocar em prática em sua totalidade, mas desistir, realmente, é uma palavra que não existe em meu vocabulário.
Aliás, quando algo me entristece e as barreiras surgem e até me derrubam, e não posso mentir que nesses últimos 2 anos muitas situações, atitudes, palavras, omissões, entristeceram-me profundamente, nessas situações recolho-me para pensar e encontrar uma nova opção... Aliás, eu, como ninguém, posso afirmar com propriedade que temos a capacidade de suportar muito mais do que julgamos e que sempre podemos seguir em frente.
Na minha vida já passei por várias situações em que um mar se colocou em minha frente para bloquear a minha passagem para outro continente e quando imaginei que seria o fim, eu continuei, mesmo quando todos esperavam que eu desistisse, e nesses momentos Deus sempre fez abrir o mar, assim como fez com Moisés e os judeus que fugiam do Egito, e permitiu que eu encontrasse uma nova passagem, um novo caminho, uma ponte...
Foi assim quando iniciei a realizar o Projeto Novos Horizontes para ampliação do Centro de Reabilitação para Pessoas com Deficiência do Hospital IMIP. Quando iniciei a campanha consegui muitos discursos de adeptos ao projeto, mas quando necessitamos efetivamente da contribuição financeira das entidades parceiras e das pessoas que anteriormente se comprometeram a realizar doações, poucos seguiram em frente, e essa foi uma grande decepção para mim.
Na verdade, decepcionei-me com o ser humano e sua capacidade de ser solidário e amar ao próximo... Mas, por uma obra divina, tive que representar o meu chefe na inauguração de uma fábrica em Igarassu e lá estava o Governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Quando se findou a cerimônia, um grande contingente de pessoas cercou o governador, esperei o momento adequado e fui a sua direção até conseguir tocá-lo, ele virou-se e falei que há muito tempo precisava falar com ele, o mesmo sentou-se e dedicou toda a sua atenção a mim e falou: “Esse é o momento e a hora de falar o que precisa” e foi dessa forma que o mar se abriu e pude apresentar ao governador as necessidades das pessoas com deficiência em Pernambuco e ele se comprometeu a colaborar para ampliação do Centro de Reabilitação do IMIP e assim o fez, dessa forma, o número de profissionais do Centro foi dobrado e hoje ele consegue atender aproximadamente 500 pessoas com deficiência por mês.
Não por acaso aquela coincidência aconteceu, na verdade foi uma mensagem divina para eu continuar acreditando na solidariedade dos homens e em sua capacidade de se doar pelos outros, afinal como diria Madre Teresa de Calcutá: “Mais vale as mãos de quem ajuda ao próximo, do que a boca de quem somente faz orações”.
Com efeito, esse é o motivo de eu lutar para inspirar a solidariedade nas pessoas e tentar engajar as pessoas nas atividades de ajuda ao próximo, na verdade, o bem que fazemos ao outro faz um bem muito maior a nós mesmos.
Entendo que o Brasil, e dentro desse contexto Pernambuco, vive um crescimento econômico real e sustentável e que os brasileiros e os grandes empresários estão cada vez mais comprometidos com a melhoria da qualidade de vida no País e com a diminuição da desigualdade social nesse Brasil que viu quase 40 milhões de brasileiros saírem da miséria, viu nossa classe média aumentar, o desemprego diminuir e milhões de pessoas serem incluídas nas condições mínimas que garantam a dignidade humana.
Enfim, sabemos que todos se beneficiam com uma sociedade com menores graus de desigualdade e que as benesses de uma sociedade mais forte economicamente devem ser mais bem distribuídas, e nesse papel todos temos responsabilidade.
Acredito que existem dificuldades para ampliação das ações sociais e de filantropia no Brasil, o primeiro é a corrupção, um mal que nos assola desde o descobrimento, que gera a falta de confiança nas instituições e nas pessoas, outra dificuldade são as poucas leis de incentivo a doação, como acontece em outros países.
Muitos dos que ajudam os projetos sociais que participo são motivados por questões pessoais que o envolvam com o tema, ou por incentivos fiscais, como a Lei Rouanet de incentivo a cultura, ou empresas que visualizaram a sua responsabilidade social com as comunidades em que estão inseridas.
O que espero a partir de 2013 é estimular o sentimento da confiança no homem e principalmente na maior força civilizatória mundial que foi pregada por Jesus Cristo há 2000 anos, o amor ao próximo e a abolição das diferenças entre as pessoas.
Afinal, somos fundamentalmente filhos de um mesmo pai e temos as mesmas origens, as mesmas heranças e um só coração, somos irmãos no pranto, na dor e também na felicidade e na alegria, somos todos os grandes artistas da vida, cada um com seu papel, com sua missão, com sua fé e com sua esperança.
Por isso, amigos vos desejo um Feliz Ano Novo e que nesse ano que surge o amor possa brotar em vossos corações como a maior força indutora de um Mundo Melhor e de Um Brasil com mais justiça social.
Findo esse artigo com as palavras de Gonzaguinha aos Grandes Artistas da Vida, os Equilibristas da Fé!
Vozes de um só coração
Igual no riso e no amor
Irmão no pranto e na dor
Na força da mesma velha emoção
Nós vamos levando este barco
Buscando a tal da felicidade
Pois juntos estamos no palco
Das ruas nas grandes cida...des
Nós os milhões de palhaços
Nós os milhões de arlequins
Somos apenas pessoas
Somos gente, estrelas sem fim
Sim
Somos vozes de um só coração
Pedreiros, padeiros,
Coristas, passistas,
Malabaristas da sorte
Todos, João ou José
Sim nós
Esses grandes artistas da vida
Os equilibristas da fé
Pois é!
Sim nós
Esses grandes artistas dessa vida

(Trecho da Música Artistas da Vida de Gonzaguinha)

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