Um morador de Florianópolis de 27 anos foi eleito um dos
surdos mais bonitos do mundo e o mais bonito da América no concurso Mister Deaf
International. No mesmo concurso, a brasileira Lais Gonçalves foi a vencedora e
se tornou a Miss Deaf International.
Tomaz Beche Estivalate tem graduação em Letras Libras
pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), é professor, ator, tradutor
e modelo. Ele conta que já participou de outros concursos e em um deles
concorreu também com ouvintes. Porém, neste ano o concurso foi exclusivamente
para surdos.
Tomaz e Lais participaram de concurso internacional (Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação)
Tomaz e Lais participaram de concurso internacional
(Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação)
Segundo Tomaz, ainda criança participou de grupos de
teatro da associação dos surdos, na escola e em encontros com amigos. Depois,
ao ingressar na universidade, iniciou o trabalho como ator/tradutor na
comunidade surda em todo Brasil. "Foi então que me tornei conhecido
nacionalmente. Já o trabalho como modelo, iniciei aos 14 anos", disse.
Apesar de trabalhar como modelo desde os 14 anos, a
participação em desfiles é recente. Em 2009, Tomaz foi convidado para o
concurso, mas não aceitou. Depois, em 2010, participou e gostou da experiência.
"Resolvi ir mais longe. Em 2013, fui selecionado para representar o Mister
Brazil na comunidade surda. Fiquei muito contente por ser escolhido",
disse ele.
Além disso, a experiência vai além do título.
"Conheci novas pessoas surdas no evento, aprendemos juntos, nos
comunicamos através de sinais. É uma língua universal. Esse encontro foi muito
bom, é uma nova experiência e é importante para o público ver que pessoas
surdas são capazes e têm sua beleza", disse.
De acordo com ele, nunca sentiu preconceito no dia a dia,
mas na carreira já perdeu oportunidades por ser surdo. "Na agência de
modelo, fui fazer uma entrevista e o diretor/estilista me pediu desculpas, mas
que não havia mais vagas. Senti que era porque sou surdo. Por falta de
experiência, eles têm medo que eu erre por isso. Mas para trabalhar como modelo
não é necessário ouvir, mas necessário olhar e desfilar. Tenho um corpo para
isso e meu perfil já está incluído", contou ele.
Já quanto à beleza, percebe vantagens e desvantagens.
"Eu sofri toda minha vida. Sempre quis melhorar, porque sou muito
exigente. Eu me irrito, mas no fundo gosto dos meus defeitos e aprendi conviver
com eles", disse.
Após o concurso, conforme Tomaz, começaram a surgir
convites. "Estou sendo convidado para fazer entrevistas no jornal,
revista, TV. Dar uma palestra sobre minha experiência no concurso. E também
para fazer novas campanhas", completa.
Fonte G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário