Chega um momento que a acessibilidade passa a ser um item de
segurança impreterível. Sempre fui muito tolerante e pedagógica quando percebo
a falta de cultura pela diversidade e a ignorância de informação nas soluções
de acessibilidade. Porém, venho notando o descaso de querer transformar em
algumas situações.
Fui ao Palácio do Planalto, depois de ter feito oficio,
conversar com a secretária de comunicação social responsável pelos discursos da
Presidente, dizer a ela que no pronunciamento oficial na época das
manifestações haviam esquecido de uma parcela considerável da população, as
pessoas com deficiência auditiva. Demandei legendas e janelas de LIBRAS. Ouvi
que isto jamais aconteceria de novo, q havia sido uma falha de um
pronunciamento feito às pressas.
Pasmem, a Presidente fez mais um pronunciamento sem recursos
de acessibilidade, pois nao contemplou aqueles que só se comunicam pela língua
"oficial" brasileira de sinais. Eles são brasileiros e muitos não
sabem ler o português pois são fruto de uma educação bilingue não ofertada pelo
estado.
Toda vez q vou ao Palácio do Planalto, aviso a quem me
reúno, normalmente ministros, a falta de acessibilidade na calçada para entrar
no edifício. Ter acessibilidade para chegar na presidência é mais do q
simbólico é uma obrigação e um dever legal. Mas o degrau continua lá.
Hoje, fui a uma reunião na Secretaria Nacional de Promoção
dos Direitos das Pessoas com Deficiência sob a gestão da Ministra Maria do
Rosário, que estava lá. Esta secretaria está localizada em um daqueles prédios
alugados pelo governo, fora da Esplanada dos Ministérios. É o mesmo edifício
onde fica a Anac. Novo, de arquitetura arrojada, bonito. Estava eu fazendo uso
da palavra no décimo andar, diante de representantes do segmento da PCD do
Brasil todo, qdo a energia acabou. Um PL entrou em votação na Câmara e eu
estava presa, pois nenhum gerador servia os elevadores. O Secretário Nacional
Antonio José que presidia a reunião, ficou muito constrangido. Não consegui
sair da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República a tempo. Não
havia disponível uma cadeira de resgate. De quem é a responsabilidade?
De todo o sistema. Do Governo do Distrito Federal que não
exige e fiscaliza recursos de segurança. Do prédio que não os disponibiliza. E
da SDH que nunca se questionou sobre as ausências.
Fonte-Fecebook de Mara Gbrílli
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