sábado, 2 de novembro de 2013

A rápida evolução do rugby em Cadeira de rodas no Brasil

O Brasil é mundialmente reconhecido pela prática dos esportes paralímpicos. Prova disso são os desempenhos cada vez melhores nos principais torneios internacionais, destacando o País como potência em atletismo, judô, futebol e natação. Mas outras modalidades ainda estão crescendo e ganhando seu espaço. É o caso do Rugby em Cadeira de Rodas (RCR) que, oficializado com a criação da Associação Brasileira de Rugby em Cadeira de Rodas (ABRC), em 2008, já trouxe uma medalha de bronze dos Jogos Parapan-Americanos de Guadalajara (MEX), em 2011.

Além de abrir as portas para a inclusão, a modalidade oferece aos amantes dos esportes de maior contato físico a oportunidade de mostrar não só a sua força, mas também sua velocidade, sua inteligência e sua agilidade, já que essas são as principais características do Rugby em Cadeira de Rodas.

O EXPOENTE
Nessa modalidade emergente, um dos destaques é Marcilio Nunes, atleta profissional do RCR. Nunes foi medalhista, com bronze pela Seleção Brasileira no Parapan-Americano de Guadalajara (Méx) em 2011, campeão brasileiro pelo Gladiadores (PR) em agosto deste ano e vice-campeão nacional três vezes (2010, 2011 e 2012).

No entanto, a maior conquista para o campeão vai além das medalhas. E tudo isso porque um acidente ocorrido há oito anos mudou a vida dele. “Fui realizar um mergulho na represa de Guarapiranga, em São Paulo, no dia 16 de abril de 2005. O problema foi que o local escolhido era de água rasa, e acabei fraturando a sétima vértebra da coluna cervical (C7) ao mergulhar”, contou.

Somente após cinco anos convivendo com a tetraplegia, Marcilio optou por começar a praticar esportes adaptados. “Tentei iniciar o Basquete em Cadeira de Rodas, no Hospital do Coração, em 2010. Como sou tetraplégico, tinha dificuldade para praticá- lo pela falta de movimento nos dedos. Foi então que algumas pessoas indicaram que eu conhecesse o RCR, e recomendaram o Tigres, um extinto time de São Bernardo do Campo (SP). Logo no dia em que conheci e sentei na cadeira de jogos, percebi que era o esporte pelo qual tanto procurei.”



Além de abrir as portas para a inclusão, a modalidade oferece a oportunidade de mostrar não só força, mas também velocidade, inteligência e agilidade



Para ele, o Brasil ainda está distante de possuir a estrutura dos países que são considerados potências na modalidade. “Tenho certeza de que, devagar, chegaremos no nível dos Estados Unidos, Canadá e Espanha, que possuem grandes equipes e oferecem excelentes estruturas para que o RCR seja praticado. Por enquanto, existe uma certa diferença entre a prática em nosso País e nesses outros três”, contou.

Por fim, Marcilio Nunes aconselhou que as pessoas se aventurem mais em suas vidas e indicou a prática do esporte. “Devemos parar de pensar que não é possível realizar algumas coisas que temos vontade.

Se está interessado no RCR, tente começar a praticá- -lo. É muito bom, aprende-se um com o outro e faz bem para a saúde e a mente. Indico para todas as pessoas que sofrem de alguma lesão que seja permitida na modalidade”, concluiu (ver quadro sobre a prática).



A prática pode ser realizada por pessoas com lesão medular caracterizada como tetraplegia, paralisia cerebral, amputação ou deformidade nos quatro membros e sequelas de poliomielite



CALENDÁRIO

O calendário do Rugby em Cadeira de Rodas segue a todo vapor ainda neste ano. Nos dias 26, 27 e 28 de setembro, acontecerá uma clínica de técnicos de RCR em Niterói (RJ) que vai instrumentalizar os clubes filiados, bem como democratizar todas as informações que levem a um equilíbrio entre as equipes. O evento irá contar com a presença de profissionais brasileiros e estrangeiros. Inclusive, a participação de técnicos poloneses já está garantida.

Em outubro, na cidade de Birmingham, Alabama (EUA), será realizado o Panamericano da modalidade. Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Estados Unidos, México, Paraguai e Peru serão os países participantes.

Por fim, em novembro, o Peru sediará o Torneio Maximus para seleções da América do Sul. Os participantes serão os mesmos do Panamericano com exceção dos Estados Unidos e Canadá.


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