Além
do sofrimento sem proporções físicos e psicológicos que essas pessoas
atravessam, somam-se o descaso do governo e a barreira da discriminação
por elas sofridas. Minha amiga, Yoko Farias, em 2004 era promotora e
sofreu um fatídico acidente numa cama elástica quando outra pessoa caiu
em cima do seu pescoço num Shopping da zona norte aqui em Recife. A
mesma lesionou uma vértebra, tornou-se tetraplégica e até hoje não
recebeu nenhuma indenização das empresas envolvidas no caso. Um preço
caro que a mesma paga até os dias atuais.
Caso parecido aconteceu com a ex-atleta esquiadora Laís Souza que está
tetraplégica. Lesionou a terceira vértebra. Não mexe pernas nem braços.
Treinava para participar dos jogos olímpicos de inverno quando caiu. O
seguro pagou a operação e o tratamento. Mas não vai pagar mais nada.
Porque o seguro de vida ou invalidez contratado pelo Comitê Olímpico
Brasileiro, e pela Confederação Brasileira de Desportos na Neve, só
cobre acidentes que aconteçam durante as competições, e não durante o
treinamento. Ela, sendo famosa e com todo aparato midiático envolvido no
seu caso está penando com o desdém no qual o sistema e leis que aqui
regem,imaginem os outros milhares espalhados por nosso Brasil que também
passam por dificuldades parecidas.
Todos sabem que as pesquisas para tentar-se uma melhora nesses
casos,geralmente com células-tronco, ainda engatilham. São caras, e
geralmente ainda há uma remota possibilidade de tentar a sorte em outros
Países com um maior desenvolvimento nesses estudos específicos.
Restando aos que ficam aqui a fé, a persistência, a garra, e a força
para lutarem contra as adversidades que essas fatalidades marcaram suas
vidas. Vivem de ajudas de amigos, parentes, e por vezes, do difícil
trabalho exercido por eles que na maioria é um quantitativo mísero, que
mal pagam-se as despesas altas ao que são imputadas.
Num
último desabafo de minha amiga, ela tornou-se uma espécie de porta voz
de todos que têm seus gritos de revolta ecoados ao vento, e veem o dia a
dia passar e nenhuma mudança ou projetos serem criados para esses
casos.A mesma diz em texto divulgado com milhares de compartilhamentos
em redes sociais o seguinte: O texto é longo, mas um desabafo!
´´Tenho limitações severas e ainda assim só me lembro de quando as
barreiras físicas e atitudinais impostas são contrárias. Ainda assim tem
gente por aí que reclama de tudo e por qualquer besteira. E quando isso
acontece eu falo, quer depender de outra pessoa pra fazer suas
necessidades básicas como tomar banho ou depender de um respirador pra
sobreviver? Não me sinto coitada ou inferiorizada à ninguém. Não sou
melhor, nem pior. Somos todos iguais nas diferenças. Sou uma pessoa
forte graças à Deus mas tem hora que me sinto fraca por não ter
condições financeiras pra pagar uma cuidadora nesse mês de dezembro e o
restante do ano.
E quem achei que poderia me ajudar nas minhas despesas e nos custos que não são baratos, me deram às costas. Sempre gostei da minha liberdade e no meu auge dos 20 anos me acidentei trabalhando no Shopping Plaza na zona norte de Recife e nunca recebi um centavo da empresa por qual fui contratada, nem do local onde aconteceu o acidente. Fiquei tetraplégica. Ainda assim, trabalhei por quase 3 anos no governo, sempre disposta em querer mudar a maneira que a sociedade vê que o deficiente não pode trabalhar, pelo contrário, somos tão quanto eficientes, desde que o local de trabalho tenham condições de adaptação e acessibilidade.
E quem achei que poderia me ajudar nas minhas despesas e nos custos que não são baratos, me deram às costas. Sempre gostei da minha liberdade e no meu auge dos 20 anos me acidentei trabalhando no Shopping Plaza na zona norte de Recife e nunca recebi um centavo da empresa por qual fui contratada, nem do local onde aconteceu o acidente. Fiquei tetraplégica. Ainda assim, trabalhei por quase 3 anos no governo, sempre disposta em querer mudar a maneira que a sociedade vê que o deficiente não pode trabalhar, pelo contrário, somos tão quanto eficientes, desde que o local de trabalho tenham condições de adaptação e acessibilidade.
Infelizmente
não dei continuidade no trabalho, pelo cansaço físico e mental, e
porque o transporte público é deficiente e passava horas esperando por
ônibus adaptados e inúmeras vezes denunciaram. Ainda assim tive um
problema no retorno do BPC (benefício de prestação continuada que é 1
salário mínimo), pela INEFICIÊNCIA do INSS e de INCOMPETÊNCIA DE UMA
PESSOA, pois ainda estou sem receber o retroativo, acreditem!! Nesse
Brasil acontece de tudo, inclusive sobreviver de 1 salário mínimo! Ou
seja, amigos, a vida é uma luta, e é preciso matar mil leões por dia e
mesmo assim orgulhar-se de si mesma, mesmo que o cansaço bata na porta.
´´ Yoko Farias.
Até quando o Governo e seus representantes ficarão nas promessas e irão
continuar a fingir que há uma evolução a passo de tartarugas no
tratamento dado com os que sofrem com alguma deficiência de modo geral?
Até quando outras Yokos e Laízes surgirão amanhã e passarão pelos mesmos
problemas sem terem a devida atenção necessária a ele(a)s? Até quando
esse País dos Mensalões e Petrolões voltarão seus olhos aos que
realmente precisam de dignidade e ajudas financeira e psicológica nessa
dura tarefa que se tornou viver? Até quando continuarão sem o apoio para
realizarem seus sonhos que se tornaram mais difíceis de serem
realizados? Até quando iremos viver num modelo ultrapassado de terceiro
mundo onde os cadeirantes não possuem igualdade de oportunidades para
exercer os direitos que qualquer outro cidadão possui?
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José de Aguiar Machado Filho é radialista e Jornalista, escrevendo por vezes. Tenho como objetivo adquirir sempre mais e mais conhecimentos em diversas áreas a serem estudadas. Pois dessa vida o que temos de maior que ninguém tira é a sabedoria e o Amor. Sendo assim, que até meu último suspiro seja aprendendo e transcrevendo do pouco que sei e sinto sempre.
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José de Aguiar Machado Filho é radialista e Jornalista, escrevendo por vezes. Tenho como objetivo adquirir sempre mais e mais conhecimentos em diversas áreas a serem estudadas. Pois dessa vida o que temos de maior que ninguém tira é a sabedoria e o Amor. Sendo assim, que até meu último suspiro seja aprendendo e transcrevendo do pouco que sei e sinto sempre.
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