Uma pesquisa realizada pelo Hospital da Restauração, no Recife,
descobriu a associação entre o vírus da zika e a encefalomielite aguda
disseminada (Adem, na sigla em inglês). Dos 180 pacientes examinados
pela equipe da chefe do serviço de Neurologia da unidade de saúde, Maria
Lúcia Brito Ferreira, oito apresentaram resultado positivo. A doença é
uma síndrome autoimune que causa inflamação no sistema nervoso central.
O estudo reuniu esses 180 casos de manifestações variadas de problemas
neurológicos provocados por arboviroses de dezembro de 2014 a março
deste ano. Desse quantitativo, 60 pacientes desenvolveram a Síndrome de
Guillain-Barré e 30 apresentaram encefalite, Adem ou mielite.
"Sem dúvida há relação com as doenças com o vírus da zika. Claro que
não podemos esquecer os outros vírus como chikungunya e dengue, mas
especificamente esses casos chamaram a atenção da literatura, que foram
os primeiros casos confirmados", citou Lúcia Brito.
O diagnóstico foi definido a partir de exames clínicos e laboratoriais,
além de ressonância magnética. Os pacientes com a Adem apresentam
irritação, sensação de angústia e queixa de fraqueza no corpo, além de
dificuldade motora e de visão. "A encefalomielite aguda disseminada é um
quadro mais complexo. O paciente apresenta alteração do nível de
consciência. Ou seja, ele pode entrar em coma”, ressalta a médica.
Dos oito pacientes, dois continuam com sequelas da doença quase um ano
após desenvolver a doença. “É uma criança com défice motor e um adulto
com dificuldade motora e alteração da visão”. Lúcia Brito ainda adiantou
que 20 a 30% dos pacientes permanecem com sequelas da Adem mesmo após o
tratamento. O próximo passo da equipe médica é acompanhar esse
contigente estudado para ver se surge alguma reação diferente.
Fonte-G1 PE
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