quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Inclusão social como item da cesta básica brasileira

Do blog Meu filho é deficiente e agora? http://www.meufilhodeficiente.com.br/?p=289

Tenho postado em meu blog alguns relatos de experiências minhas com minha sobrinha Laís, uma criança de dois anos que está cada vez mais ligada no mundo.

O tema que une todos esses relatos é o bem mútuo que essa convivência faz. Ninguém precisou falar para ela que, por vezes, preciso de ajuda em algumas situações cotidianas. Com base na observação, ela foi percebendo essa minha necessidade e, na medida em que se sentia mais segura em poder me ajudar, passou a fazê-lo com prazer. Para ela é tudo uma grande brincadeira e através disso vai aprendendo que tem outras pessoas que precisam de mais atenção e cuidado em atividades que ela, por exemplo, já executa sem qualquer dificuldade.

Fico então pensando no quanto seria proveitoso se as escolas aceitassem mais e mais crianças com deficiências em suas salas de aula e trabalhassem para que as diferenças entre elas fossem conhecidas e assimiladas. É na convivência com o diferente que todos podemos mudar nossos olhares em relação ao outro. Quem não convive com cadeirantes não sabe o que fazer para ajudá-los. Quem não convive com portadores de paralisia cerebral também não. Neste caso, o problema ainda é maior, porque muitas vezes eles são julgados como pessoas com outros déficit, além do motor, e aí são simplesmente ignorados num canto da sala. Sei de famílias que pensam muito antes de colocar seus filhos PCs em escolas comuns, porque sabem que no dia a dia escolar seus filhos não terão a mesma atenção que as crianças normais.

Isso é muito triste. Para que a inclusão seja um item básico na vida de qualquer sociedade é preciso que a convivência entre os diferentes seja cotidiana, permanente. Temos de aprender na prática como conversar com um surdo, como ajudar um PC a se locomover, como compreender quem fala com dificuldade de articular as palavras, como acolher o discurso de um gago, como ajudar um cego a encontrar seu destino e como ajudar um cadeirante a chegar no ambiente desejado quando não existem rampas no local.

O que temos, infelizmente, ainda hoje, são atitudes de desprezo, um virar os olhos e a cara para a realidade, e o pior é que quem faz isso acha que está agindo corretamente. Acha que o problema não é seu e por isso não lhe cabe fazer nada. Mas inclusão é um problema de todos nós. É um dever e um direito (pois todos, um dia, se sentirão excluídos de algum contexto) que precisamos exercer cotidianamente.

Eu continuo apostando na espontaneidade das crianças e achando que é na escola que vamos dar o salto qualitativo em termos da inclusão social. Basta os adultos que lá estão permitirem que isso aconteça.

Sobre Carol quem escreve o blog:Carolina Câmara, psicóloga, tenho 27 anos e meu foco de trabalho é ajudar as pessoas a dissipar dúvidas que cercam a deficiência no mundo. Trabalho como terapeuta, atuando na inclusão de deficientes em atividades sociais. Faço atendimentos online, visando acolher quem necessita de terapia, mas tem dificuldades de mobilidade. Também atendo famílias de portadores de necessidades especiais, com o objetivo de ajudá-las a encarar as diferentes situações da vida cotidiana. Meu conhecimento na área já vem de minha experiência de vida. Diagnosticada com paralisia cerebral aos sete meses de vida, enfrentei com minha família enormes desafios. Sou formada em Psicologia na UNISA, em 2008, faço especialização em Semiótica Psicanalítica, na COGEAE – PUC-SP, desde 2010 e supervisão psicanalítica de cunho winnicottiano, desde 2009, com a psicanalista Suzana Magalhães Maia. A opção por fazer um site partiu da ideia de ampliar o trabalho que venho realizando no blog carolcam.blogspot.com, com outras opções e recursos. Seja bem vindo. Navegue e participe.

O adolescente com deficiência também é jovem

Do blog meu filho é deficiente e agora? http://www.meufilhodeficiente.com.br/?p=233

Adolescência é a fase de transição entre a infância e a idade adulta. Nessa passagem a pessoa tem grandes descobertas, dúvidas, ideias, enfim é um momento de transformações. Por isso, é normal que o jovem fique perdido, afinal é aqui também que ele vai tomar algumas decisões que são importantes para a sua vida, como por exemplo, escolher a faculdade, a profissão. Para poder fazer as escolhas mais adequadas o adolescente precisa da ajuda e da orientação dos pais.

Para os jovens com deficiência, nada é diferente. Eles crescem, deixam de ser crianças, experimentam novos sentimentos, buscam suas transformações também. Mas infelizmente, às vezes, eles não aparecem na sociedade, porque nãoencontram quem dê voz para eles.

Em geral, todos os adolescentes se identificam com programas de televisão. No entanto, é difícil vermos, por exemplo, uma novela em que haja um personagem com deficiência. É difícil também vermos um adolescente deficiente participar dos programas de auditório destinados a jovens. Por isso esses jovens têm dificuldades de serem incluídos na sociedade, pois apesar de terem diversas questões semelhantes aos outros adolescentes, não são acolhidos por conta de suas diferenças, que não são compreendidas devidamente.

Negar a existência desses jovens não é a melhor solução. Eles vão continuar existindo e temos de fazer algo para que se fortaleçam e possam viver plenamente suas vidas do modo como desejam incluídos
na sociedade.

Sobre Carol que escreve o blog:Carolina Câmara, psicóloga, tenho 27 anos e meu foco de trabalho é ajudar as pessoas a dissipar dúvidas que cercam a deficiência no mundo. Trabalho como terapeuta, atuando na inclusão de deficientes em atividades sociais. Faço atendimentos online, visando acolher quem necessita de terapia, mas tem dificuldades de mobilidade. Também atendo famílias de portadores de necessidades especiais, com o objetivo de ajudá-las a encarar as diferentes situações da vida cotidiana. Meu conhecimento na área já vem de minha experiência de vida. Diagnosticada com paralisia cerebral aos sete meses de vida, enfrentei com minha família enormes desafios. Sou formada em Psicologia na UNISA, em 2008, faço especialização em Semiótica Psicanalítica, na COGEAE – PUC-SP, desde 2010 e supervisão psicanalítica de cunho winnicottiano, desde 2009, com a psicanalista Suzana Magalhães Maia. A opção por fazer um site partiu da ideia de ampliar o trabalho que venho realizando no blog carolcam.blogspot.com, com outras opções e recursos. Seja bem vindo. Navegue e participe.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Mulher supera doença e é aprovada na universidade onde filha se formou

Marlene de Oliveira foi aprovada no vestibular após encontrar o tratamento certo para o transtorno esquizoafetivo (Foto: Arquivo Pessoal)
Flávia Cristini e Raquel FreitasDo G1 MG

Marlene de Oliveira passou em 12º lugar para Economia na UFSJ.
Ela lutou sete anos contra o transtorno esquizoafetivo.


Muitos ingressam em um curso superior para ter uma profissão. Para Marlene Aparecida de Oliveira, moradora de Ouro Branco, na Região Central de Minas Gerais, ser aprovada no vestibular representou a recuperação da dignidade e da autoestima. Aos 48 anos, ela vai estudar economia na Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ), mesma instituição onde sua filha mais nova, Karina Giancotti, graduou-se em engenheira elétrica. “Foi ótimo. Quem diria que ela iria passar?”, conta a caçula recém-formada.

Marlene decidiu que era hora de voltar a estudar depois de lutar contra um tipo de transtorno psiquiátrico. “Foram sete anos, eu falava coisas que as pessoas não compreendiam. Era como se eu falasse uma língua que não dava para entender uma palavra”, relembra a caloura.

Nascida na cidade de Califórnia, no Paraná, Marlene mudou-se para Minas Gerais em 1992 para gerenciar uma mineradora de pequeno porte. Com a doença, Marlene se viu obrigada a interromper a carreira. “Passei sete anos sendo chamada de maluca, na verdade, sou chamada até hoje”, afirma. Depois de várias tentativas, ela encontrou o tratamento certo e pode retomar sua vida. Para ganhar dinheiro, chegou a fazer faxina em diversas casas de estudantes em Ouro Branco.

Marlene se tratou do chamado transtorno esquizoafetivo. O psiquiatra João Vinícius Salgado, que acompanhou parte do tratamento dela, explica que o paciente com este quadro pode apresentar alterações de comportamento e delírios motivados ou não por quadro de humor. “Pequena parcela desses doentes consegue ter uma vida plena, ter emprego e constituir uma família por causa da gravidade dos sintomas e da ausência atualmente de tratamento que seja satisfatório”, disse.

Mas ela conseguiu driblar algumas limitações e se propôs a realizar o sonho de fazer um curso superior, que vinha desde os tempos da adolescência. Foi aí que procurou um supletivo. Não foi na primeira tentativa que Marlene garantiu uma vaga na universidade, mas, apesar disso, não desistiu. Conseguiu uma das disputadas vagas em cursinho da prefeitura de Ouro Branco e seguiu firme nos estudos.

Rotina regrada
A caloura tinha uma rotina bem regrada, apesar de revelar que não acordava muito cedo. Todos os dias, por volta da 1h, ela ia até o ponto de ônibus esperar a filha caçula Karina chegar das aulas de Engenharia Elétrica na UFSJ, que fica a cerca de 2h30 de viagem de Ouro Branco. No cursinho, Marlene se sentava na frente para escutar bem os professores e relia o conteúdo em casa. “Fiz alguns amigos no pré-vestibular, mas estava lá para cumprir meu objetivo. Eu gosto de estudar, não acho um sacrifício. Quero estudar muito ainda ”, explica.

O empenho teve como recompensa a aprovação em 12º lugar. Para Marlene, essa vitória deve ser dedicada a muitas pessoas, além das filhas. Segundo ela, os verdadeiros amigos, que deram apoio durante a doença, e o médico responsável pelo tratamento foram fundamentais.

Uma das limitações do transtorno é o déficit cognitivo, que pode comprometer o aprendizado. Segundo o psiquiatra, alterações biológicas, uso inadequado de medicação e falta de estímulo justificariam esse déficit. Como explica Salgado, o portador pode apresentar quadro de perda de vontade e, por vezes, acaba sendo isolado no convívio social.

A doença desafia a ciência, que pesquisa as prováveis causas e busca a cura. “Normalmente a doença aparece no fim da adolescência e início da idade adulta. Por que exatamente, não se sabe. Pode estar relacionado à predisposição biológica, que associada a fatores adquiridos ao longo da vida, fazem eclodir a doença”, afirma Salgado. O transtorno esquizoafetivo, segundo o médico, pode ser controlado com medicação e psicoterapia. Um momento de superação, como o que foi vivido por Marlene, ajuda a recuperar a autoestima e favorece o tratamento.

A caloura do curso de economia vai se empenhar pelos próximos cinco anos não só para se deslocar entre Ouro Branco e São João del Rei. Ela quer se esforçar para fazer algo que valha à pena. “Eu adoraria fazer uma coisa super diferente. Eu sempre acreditei que podia mudar a vida das pessoas para melhor. Acredito em solidariedade porque eu tive muita”, planeja.






Proposta da Lei Geral da Copa prevê meia-entrada só para idoso e cadê o Deficiente?

Nathalia PassarinhoDo G1, em Brasília

Novo relatório da Lei Geral da Copa, protocolado na tarde desta segunda-feira (24) na comissão especial da Câmara dos Deputados criada para analisar a proposta, prevê meia-entrada apenas para idosos e 300 mil ingressos populares para estudantes e beneficiários de programas de transferência de renda.

O texto, do deputado federal Vicente Cândido (PT-SP), será votado nesta terça (28) na comissão especial. Se aprovado, segue para votação do plenário da Câmara. Depois, ainda passa por análise do Senado Federal.

Pessoas com mais de 60 anos também estão incluídas entre os beneficiários da chamada "categoria 4", de ingressos baratos (previstos para serem vendidos a US$ 25, cerca de R$ 43, na cotação atual), mas não poderão pagar metade se optarem por essa modalidade de entrada. A Copa do Mundo terá quatro categorias de ingressos, sendo que a "categoria 1" será a mais cara.

O novo texto da Lei Geral da Copa estabelece que a Fifa deverá sortear a quantidade mínima (300 mil) de ingressos populares "prioritariamente" entre estudantes, idosos e beneficiários de programas de transferência de renda que se candidatarem. O texto prevê a possibilidade de que mais ingressos, além dos 300 mil, sejam vendidos na "categoria 4", para qualquer pessoa. Neste caso, porém, o valor subiria para US$ 50 (cerca de R$ 85).

A proposta afasta a incidência de outras leis federais ou estaduais que estabeleçam meia-entrada. Com isso, se for aprovado o Estatuto da Juventude, que prevê meia-entrada para estudantes, a legislação não terá validade durante os jogos da Copa do Mundo. O estatuto foi aprovado neste mês na Comissão de Constituição e Justiça do Senado e ainda precisa passar por três comissões antes de ser apreciado em plenário.

"As disposições constantes de lei federal, estadual ou municipal referentes a descontos, gratuidades ou outras preferências aplicáveis aos ingressos ou outros tipos de entradas para atividades esportivas, artísticas ou culturais e de lazer não se aplicam aos eventos", destaca o relatório.

O relatório de Vicente Cândido diz ainda que os "ingressos para indígenas e proprietários de armas de fogo" que aderirem a campanhas de desarmamento serão "objeto de acordo" com a Fifa (Federação Internacional de Futebol).

Uma novidade no relatório do deputado petista é a exigência de venda de ingressos da categoria 4 na Copa das Confederações. "A Fifa colocará à disposição, para as partidas da Copa das Confederações de 2013, no decurso das diversas fases de venda, ao menos, 50 mil ingressos da categoria 4", diz o texto.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Quando o Carnaval Passar

Por Manuela Dantas

Eu vejo a barra do dia surgindo,
Pedindo pra gente cantar...
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu tenho tanta alegria, adiada,
Abafada, quem dera gritar...
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar...
(Trecho da Música Quando o Carnaval Chegar de Chico Buarque)

Acabou nosso carnaval... Mas como diria Vinicius de Moraes, mais que nunca é preciso cantar e alegrar a cidade... É verdade, o meu carnaval acabou na segunda-feira, já que na terça-feira estava na ativa, trabalhando e cantarolando com uma flor no cabelo... Mas, trabalhando alegre, já que me senti revigorada pela alegria do carnaval e uma dose extra de ânimo super bem-vinda entrou no meu ambiente e se Deus quiser, como diria mamãe, vou cuidar muito bem dela para o caso dela querer ir embora, sempre se sentir a vontade para voltar logo.

Pois é, acabou nosso carnaval... E sem voltar a antigas mazelas, lembrando de Drummond quando escreveu “A dor é inevitável, o sofrimento é opcional.”, retomo as minhas rotinas diárias... Trabalho, fisioterapia, novela, jornal, leitura... Vida normal e vida real, mas confesso que minha energia está em alta, para o trabalho, para as fisioterapias, para tudo...

Gostaria de contar um pouco do meu carnaval, que, confesso, achava que ia acabar passando em casa por não acreditar que haveria acessibilidade no mesmo, o que, felizmente, eu estava bem enganada...

No sábado fui para o Galo da Madrugada, para o camarote da acessibilidade, o qual tinha rampa, banheiro químico adaptado e maior do que os usuais, audiodescrição, e tradutor de libras, a língua brasileira de sinais. A banda que animava o camarote era composta por integrantes cegos e o melhor, havia vários deficientes felizes, com os quais pude conversar, conhecer e perceber a sua empolgação por poderem estar no carnaval com a estrutura necessária e segurança.

Lembro de ter visto do camarote um cadeirante seguindo um trio elétrico na rua, vi também outro cadeirante fantasiado de múmia conduzido por uma moça, vi, impressionada, um passista de frevo dançando alegremente com uma única perna, vi vários grupos de cegos passando em frente à Praça do Carmo, e no camarote da acessibilidade vi o show da diversidade.

Confesso que nunca me senti tão bem por estar em um ambiente de alegria tão sincera, de sorrisos tão espontâneos, de olhos tão brilhantes, de inclusão tão aberta e de felicidade tão esperada, tão desejada e ao mesmo tempo tão simples...

Vi sorrisos, sorrisos por tanto tempo abafados pela falta... Falta de cidadania, falta de inclusão, falta de direitos, falta de assistência, falta de acessibilidade, falta de compreensão, falta de amor...
Há algum tempo atrás um amigo meu, disse-me algo que não entendi naquele momento, ele me disse que eu era um exemplo por não estar revoltada com o acidente que me deixou paraplégica, nem depressiva e continuar a viver alegremente, apenas o respondi que eu não enxergava outra opção, pois eu precisava continuar a viver e não queria apenas passar pela vida... Afinal, por que continuar sofrendo se eu posso continuar vivendo sendo feliz, apesar da minha atual condição. De certo que existem barreiras e limitações, mas a felicidade, como a vida sempre encontra um jeito de voltar a surgir.

Respondendo hoje ao meu amigo, depois do que vi no carnaval, diria que todas aquelas pessoas deficientes que estavam no carnaval eram um grande e verdadeiro exemplo, pois a felicidade que eles transpareciam não era alvo de um momento, ou tinha a frivolidade de um novo adereço, ou de uma nova conquista amorosa, era enraizada na paz de espírito proporcionada pela missão cumprida de ajudar muitos outros deficientes a encontrar seu lugar na sociedade e de serem precursores na promoção da acessibilidade no carnaval, na cultura, no lazer, na cidade, no estado e quiçá no Brasil.

Afinal, quem é verdadeiramente feliz sem ter uma missão justa no coração?

Há poucos dias atrás eu li uma crônica muito bem escrita da jornalista Ana Paula Padrão sobre a felicidade e o carnaval, na mesma a autora mencionava que ninguém devia forçar uma situação de felicidade e de alegria para adentrar no carnaval numa mesma sintonia que os outros. Concordo com a jornalista, mas adiciono ao seu texto apenas o fato, que é realidade para muitos pernambucanos, que temos o carnaval no sangue, planejamos o carnaval o ano todo e ficar longe dele dá uma saudade danada, além de nos deixar tristes, como aconteceu comigo em alguns anos que passei distante e com um incontrolável nó na garganta.

Pois é Ana, o carnaval para muitos não é uma felicidade pontual, mas estimula um ano novo de atividades, até termos o novo banho de boas energias da chegada do novo carnaval.

Contabilizando o que vivi no carnaval também em Bezerros e Olinda, tenho uma enorme gama de bons relatos a fazer, mas por enquanto vou apenas deixar no imaginário de vocês... O que apenas digo é que sinto uma felicidade e paz até hoje por ver a beleza da igualdade, de uma forma que nunca tinha visto.

Mas, nossa missão pela conquista da acessibilidade em Recife e Pernambuco ainda tem um longo caminho pela frente... Nossa luta continua pela inclusão nas artes, nas ruas, calçadas, edifícios públicos e de uso público, acessibilidade ao mercado de trabalho, a saúde, centros de reabilitação, a vida cidadã e digna...

Refletindo sobre todas aquelas pessoas que estavam comigo naquele mesmo grito e buscando aquela alegria tão adiada e ao mesmo tempo tão esperada, é que todos somos sobreviventes.... Sobreviventes de acidentes, sobreviventes de fatalidades, sobreviventes da violência, sobreviventes de uma vida repleta de lutas, de dificuldades, de barreiras visíveis e as invisíveis (que são as piores)...

Aprendemos, muitas vezes a duras penas, a sermos fortes e nos mantermos assim... Aprendemos a olhar a vida de frente e não baixar os olhos diante dos obstáculos... Sabemos como ninguém, que a vida é um milagre, e que não vale a pena desperdiçá-la... Temos em comum o otimismo, um otimismo inabalável, uma luz interior que sem sombra de dúvida nos motiva e nos impulsiona a continuar lutando e o fundamental... Acreditar nos bons resultados e na vitória.

Lembrei de ter lido sobre um evento ocorrido em 1816 em que um barco francês chamado Medusa encalhou em um banco de areia na costa da África e cerca de 150 pessoas tiveram que partir em uma jangada improvisada e ficaram à deriva por 13 dias. Sem água, ou comida, só dez sobreviveram...

Em meio ao desespero e ao desalento, os verdadeiros sobreviventes conseguiram se arrancar daquela situação, ou pela determinação, ou pela fé religiosa, ou por um otimismo inabalável que os impulsionaram a olhar adiante e ter a certeza de que lá estaria à sobrevivência, a vida... Os sobreviventes foram justamente aqueles que a frente da balsa acenavam, apontavam, esperançosos de que o socorro viria...Como realmente veio...

Assim tal qual os náufragos do Medusa que tiveram o naufrágio, e que eu tive um barranco em que o motorista do carro que me conduzia a obra caiu, todos temos os nossos próprios “barrancos”, vivemos situações em que o chão nos falta e não sabemos ao certo se nos direcionamos aquele caminho, ou se a vida nos direcionou, apenas sabemos que para sobreviver e viver precisamos ,não entender, mas encarar a vida e repetir internamente que cada um tem um propósito e que não estamos aqui por acaso, mas somos parte de um mundo que precisa de nós.

Por fim, utilizo as palavras de Madre Tereza de Calcutá para expressar a minha emoção nesse momento por depois de uma breve conversa durante o carnaval com um estudante surdo de engenharia civil, o qual me disse o quanto o motivava os meus textos, ter finalmente descoberto o meu propósito... “Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota.”

Era uma canção, um só cordão
E uma vontade
De tomar a mão
De cada irmão pela cidade
No carnaval, esperança
Que gente longe viva na lembrança
Que gente triste possa entrar na dança
Que gente grande saiba ser criança
(Trecho da Música Sonho de um Carnaval de Chico Buarque)

Projeto quer que paraplégico dê pontapé inicial da Copa 2014

Do G1 Fantástico


O governo americano investe por ano 430 milhões de dólares na Duke, uma das principais universidades de medicina do mundo.

Estudos de ponta, publicados em algumas das revistas científicas mais importantes do planeta.
Um grupo internacional, de 50 especialistas, na linha de frente da ciência!

Conduzindo pesquisas que podem beneficiar pessoas aqui no Brasil, como Emerson, de apenas 12 anos. E Sidney, de 36 anos.

Emerson foi atingido por uma bala perdida há dois anos, quando empinava pipa em Guarulhos, São Paulo.

Emerson conta como foram os últimos dois anos. "Ficar no hospital, sem fazer nada. Só, sem brincar", diz a criança. Sidney ficou soterrado por seis horas no terremoto de Kobe, no Japão, em 1995. Os médicos deixaram claro a gravidade da minha lesão.

"Devido ao terremoto, a casa literalmente caiu na minha cabeça", lembra Sidney Almeyda, analista de sistemas.

Mas o que a pesquisa feita nos Estados Unidos tem a ver com esses brasileiros que não podem mais andar?

É que o chefe desses cientistas da universidade Duke é do Brasil: o paulistano e palmeirense fanático Miguel Nicolelis.

Formado em medicina pela Universidade de São Paulo em 1984, ele vive no exterior há mais de 20 anos. Completa 51 de idade na semana que vem. E trabalha numa área que mais parece ficção científica: fazer máquinas funcionarem com a força do pensamento.
Um braço robótico, uma perna robótica, um braço virtual que realiza um determinado comportamento sob o comando da atividade do cérebro.

As aplicações práticas são muitas, porém ainda distantes. Mas Nicolelis tem pelo menos um projeto mais urgente, ambicioso e polêmico, que tem a ver com o Sidney e o Emerson: fazer um brasileiro, paraplégico, ou tetraplégico, de preferência uma criança, dar o pontapé inicial da Copa do Mundo, em São Paulo, no dia 12 de junho de 2014. Daqui a dois anos e três meses.

"Acho que vai dar sim, acho que nós temos uma boa chance de conseguir realizar essa demonstração", afirma.

O projeto tem nome em inglês: "Walk Again": andar de novo. Claro, tudo o que desejam o Emerson e o Sidney. Eles têm histórias diferentes, mas sonhos parecidos.

Quando você sonha, você está na cadeira ou está andando? "Andando', conta o menino Emerson.

"Por incrível que pareça eu sempre sonho que eu estou andando, afirma Sidney",

O cérebro produz os sonhos, e também é ele que pode devolver os movimentos pra quem não consegue andar. Tudo vem do cérebro.

"Felicidade, tristeza, nossas memórias, nossas lembranças, os nossos planos futuros", explica o cientista.

E os movimentos também. Quando nos movemos é porque, frações de segundo antes, o cérebro deu a ordem. Mais precisamente meio segundo.

O cérebro é formado por células chamadas neurônios. A quantidade nos seres humanos é muito, muito grande.

"Existem tantos neurônios no cérebro como existem galáxias no universo", afirma Nicolelis,

São cerca centenas de bilhões de neurônios, que se comunicam o tempo todo uns com os outros, por sinais de eletricidade.

No laboratório do professor Nicolelis, um equipamento especial consegue captar o som dessa tempestade elétrica dentro da cabeça. No caso, de um macaco.

Só que, nas pessoas paralisadas, a sinfonia de comandos não chega ao restante do corpo. O caminho está bloqueado, por uma doença ou por uma lesão.

Como nos casos do Emerson e do Sidney.

"Os médicos deixaram claro a gravidade da minha lesão", conta Sidney.

A ideia, o pulo do gato do cientista brasileiro, é criar um atalho. Captar os comandos diretamente no cérebro, e transmitir para uma espécie de roupa de robô. O nome dessa veste é exoesqueleto - um esqueleto do lado de fora do corpo.

"O cérebro do paciente vai comandar os movimentos do exoesqueleto do paciente, da mesma maneira que comandava os movimentos do corpo antigamente".

Pra buscar os sinais elétricos lá no cérebro, a equipe de Nicolelis usa dezenas de sensores. São os chamados eletrodos, que entram só um pouco no cérebro - de três a cinco milímetros.

Esses fiozinhos finos como um fio de cabelo são o que a gente chama de eletrodos.

A próxima etapa é reunir tudo o que foi captado mandar para um chip, parecido com o de um telefone celular, implantado no crânio.

"Não é que esse chip você vai na loja de computador e compra, não compra, é. Foi tudo construído por alunos, pesquisadores", explica Nicolelis.

A energia vem de baterias, instaladas sob a pele e também numa espécie de mochila.

Depois entram em ação mais chips, também embutidos, com um papel crucial: transformar os sinais do cérebro em ordens para o chamado exoesqueleto.

Agora, os comandos são transmitidos, sem fio, pra antenas presas à cintura do paciente.

"Só que, diferentemente do corpo biológico, o que vai se mexer vai ser o exoesqueleto".

Tudo perfeito - só que nunca se construiu um exoesqueleto completo. Mas já existe um avanço muito importante, que anima os pesquisadores.

O Fantástico mostra como funciona o exoesqueleto, equipamento essencial para o projeto Wlak Again. Ninguém fora do laboratório do professor Nicolelis conhece esse equipamento.

Pra entender direito, nada melhor que uma demonstração. E o professor Nicolelis se entusiasma: manda buscar uma bandeira do Brasil. E claro, uma do Palmeiras.

O computador faz o papel do cérebro. Manda o protótipo dar o chute. E ele chuta. Diversas vezes!

"É o resultado de 25 anos de trabalho, nós sonhamos com isso, o nosso laboratório inteiro aqui, desde que a gente começou a trabalhar, conclui".

Pra chegar a esse ponto, a equipe se especializou em ler os pensamentos de animais - ratos e macacos.

Acompanhamos uma experiência. A macaquinha, a Kiwi, de seis anos, anda em uma esteira, como essas de academia. Infelizmente a gente não pode mostrar a kiwi, porque é uma regra da universidade que não se mostrem animais usados em pesquisa. Mas eu já dei uma olhada, e dá pra garantir que ela se diverte.

"Em um monitor a gente vê a atividade elétrica de uma centena de células do cérebro da Kiwi", explica Nicolelis.

Essa é a linha mestra da pesquisa: entender o que acontece dentro do cérebro quando o animal se mexe. E, a partir daí, usar esses sinais pra movimentar uma máquina só com a força do pensamento.

No laboratório, funcionou. Como nesta experiência, que trouxe fama internacional ao grupo de Nicolelis. Uma macaca foi treinada para jogar videogame, usando um joystick.

"Ele é recompensado com uma gota de suco quando ele consegue fazer a coisa correta", conta o cientista.

Aos poucos, os cientistas vão retirando o joystick. E o bicho percebe que consegue mover as coisas na tela sem o controle -- só com o pensamento.

As ordens do cérebro da macaquinha iam direto para um braço mecânico, que aparece no canto direito da imagem. Ela pensa, e o braço se mexe.

E um detalhe: as macacas são sempre fêmeas. "Como sempre, as mulheres são melhores. Mais atentas, mais confiáveis", analisa. As experiências vão ficando cada vez mais sofisticadas: Uma outra macaca usa as duas mãos para cumprir uma tarefa.

"Isso é vital evidentemente porque o exoesqueleto que nós estamos desenhando, construindo, tem dois braços, duas mãos, e eles precisam ser coordenados".

São desafios supercomplicados: instalar os eletrodos no lugar certo do cérebro. Na quantidade certa. E decifrar esses sinais elétricos, para que eles virem comandos de movimentos.

Uma mistura complexa de biologia, engenharia e computação!

E uma esperança para Sidney, que trabalha com informática e acredita no potencial da tecnologia.

"Me interessou muito. Caso surja alguma solução, A gente está preparado pra voltar a andar", afirma Sidney.

Mas o cientista avisa: o projeto não estará pronto na abertura da copa. A demonstração é apenas a primeira etapa de estudos que continuarão por anos.

A pesquisa ainda não chegou aos testes com seres humanos. Nicolelis ainda busca um hospital no Brasil para essa parceria. E também espera mais apoio.

"Nós precisamos ter uma decisão definitiva, clara, de que o governo brasileiro está disposto a ser parceiro e que vai nos ajudar a criar a infraestrutura necessária pra que isso ocorra".

Um detalhe importante: parte da pesquisa está sendo feita no Brasil, no Instituto de Neurociências que Nicolelis dirige em Natal desde 2005. Toda tecnologia que nós vimos aqui, os microchips, os eletrodos, já existem no Brasil - já foram transferidos para o Brasil.

Em 2011, o pesquisador enfrentou um sério problema político: 10 pesquisadores do instituto romperam com ele, e agora trabalham exclusivamente na Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Mas ele explica que isso não vai atrasar o prazo. "Esse grupo não tinha nenhum envolvimento com o projeto Walk Again. Nós já temos novos pesquisadores contratados lá em Natal", explica.

Diante dessa confiança que parece inabalável, uma pergunta final para um dos únicos, senão o único, brasileiro com alguma chance de ganhar um Prêmio Nobel de Medicina. Se um gênio da lâmpada desse a ele uma única escolha: ou fazer um brasileiro com deficiência andar na abertura da Copa ou ganhar o prêmio Nobel, o que ele escolheria?

"Essa escolha é muito fácil, porque se realmente nós conseguirmos fazer alguém andar, não tem prêmio algum que se compare com isso. O primeiro chute da Copa do Mundo no Brasil vai ser um gol da ciência brasileira e um presente do Brasil para todo o mundo.

A torcida é grande. O repórter pergunta ao menino Emerson o que ele diria se pudesse falar alguma coisa para o cientista que está tentando fazer as crianças voltar a andar: "Obrigado", diz.

Crianças com deformidade nas mãos podem ser operadas de graça em PE

Do G1 PE

Médicos do Instituto SOS Mãos Criança oferecem o tratamento no Recife.
Deformidade pode ser congênita ou adquirida na gestação e em acidentes.


Crianças com deformidade nas mãos poderão ter acesso a cirurgias gratuitas no Recife. Médicos do Instituto SOS Mãos Criança vão fazer o atendimento a famílias que não têm condições de pagar pelo tratamento. Os interessados devem se dirigir à sede do órgão, localizado na Rua Joaquim de Brito, número 228, no bairro da Boa Vista, no centro da capital pernambucana.

Em entrevista ao Bom Dia Pernambuco desta segunda-feira (27), o doutor Rui Ferreira, coordenador do programa, contou detalhes do atendimento. “Podem nos procurar as famílias de todas as crianças que nasceram com deformidades congênitas, de 0 a 15 anos, e crianças que sofreram sequelas de acidentes domésticos. É importante saber que 30% dos acidentes acontecem dentro de casa, como cortes, choques e queimaduras”, contou.

O médico também detalhou o que pode ocasionar esses tipos de deficiência no momento da gravidez. “As causas podem ser congênitas, o que significa que herdou de alguém da família. E existem deformidades que foram adquiridas através de infecções nas primeiras oito semanas. Também muitas delas acontecem por azar, por uma modificação genética. Todas essas são passíveis de ser operadas”, falou. Os beneficiados com o tratamento serão escolhidos após uma triagem.

De acordo com o doutor Rui Ferreira, as cirurgias são indicadas para crianças acima dos 9 meses de idade. Mas, tendo em vista a gravidade do problema, que pode levar até a amputação de membros, o procedimento pode ser antecipado. O tratamento é todo gratuito e o atendimento pós-operatório também é oferecido. O programa já operou mais de mil crianças no estado e conta com o apoio de recursos das secretarias de Saúde e da Casa Civil.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Primeiro aluno com síndrome de Down é aprovado na UFG


Matéria da UOL

Kallil Assis Tavares, 21, é o primeiro estudante com Síndrome de Down a ingressar na UFG (Universidade Federal de Goiás). Ele foi aprovado para o curso de geografia, no campus de Jataí, cidade a 325 quilômetros de Goiânia. O curso tinha concorrência de 1,2 candidatos por vagas.

A escolha do curso e a decisão de prestar o vestibular partiram de Tavares, que foi aprovado em seu primeiro processo seletivo. A mãe do estudante, Eunice Tavares, conta que o filho não teve avaliação diferenciada e concorreu "de igual para igual" com os demais candidatos.

Por ter uma baixa visão, ele teve uma prova com letras maiores e uma pessoa que leu as questões. Ela conta que, desde a adolescência, o filho despertou um interesse maior pelos mapas.

O jovem iniciará a vida acadêmica na segunda-feira, 27. Em entrevista ao UOL, Eunice diz que a família está tranquila em relação à nova etapa da vida de Tavares. Segundo ela, não há nada "especial" planejado para os primeiros dias de aula.

Eunice conta que a vida escolar do filho, que frequentava uma escola de ensino regular, foi tranquila: "Ele sempre se preocupou com seus deveres. É algo novo, mas vamos esperar os acontecimentos. E quando forem aparecendo as questões, as soluções virão aos poucos".

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Garoto Pedro Arthur deixa hospital após cirurgia rara no Brasil

Ele é a 1ª criança na América do Sul a ter tipo de marca-passo, diz médico.
Pedro contraiu meningite ainda bebê e ficou tetraplégico; hoje tem 8 anos.


Flávia CristiniDo G1 MG
O garoto Pedro Arthur, que virou símbolo de combate à meningite, recebeu alta nesta sexta-feira (24) no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, e retorna para Belo Horizonte. Ele estava internado desde o dia 29 de dezembro e foi operado para a implantação de um marca-passo diafragmático para dispensar o uso de respirador mecânico.
Pedro tem oito anos e contraiu meningite bacteriana pneumocócica quando ainda bebê. Ficou sete meses internado e saiu do hospital com tetraplegia, uma sequela da doença. Desde então, a família busca tratamentos para melhorar a qualidade de vida do garoto, que não teve o sistema cognitivo afetado. Em 2006, os pais criaram um instituto para divulgar informações sobre a doença, e o caso dele se tornou bastante conhecido na capital mineira e em outros estados.
A cirurgia foi realizada no dia 7 de janeiro. O procedimento foi possível porque a família ajuizou ação na Justiça para que governo do estado de Minas Gerais pagasse pela cirurgia, orçada em R$ 500 mil. A ação foi deferida pelo Tribunal de Justiça de Minas em outubro do ano passado.
O recém-operado, os pais e uma irmã mais nova devem chegar às 15h desta sexta-feira (24) em Belo Horizonte. Segundo o cirugião torácico Rodrigo Sardenberg, Pedro já consegue respirar três horas sem os aparelhos, apenas com o estímulo do marca-passo diafragmático, um resultado acima do esperado. A expectativa do médico é que entre três e seis meses o menino já consiga respirar totalmente sem a ajuda dos respiradores mecânicos e que a traqueostomia possa ser removida.
Cirurgia rara
"O marca-passo tem várias vantagens. A primeira é a despreocupação com o respiração mecânica, que depende de bateria e ainda é ruim para os pacientes falarem e engolirem. Outro ponto é o risco de infecção, que cai drasticamente. Além disso, é a questão da reinserção social", disse o cirugião Rodrigo Sardenberg. O marco-passo diafragmático não dispensa bateria, mas é bem compacto e funciona como um rádio-transmissor. A antena fica presa à pele do paciente com uma fita adesiva logo abaixo dos dois mamilos.

Segundo o médico, Pedro Arthur foi a primeira criança a passar pelo procedimento na América do Sul. Anteriormente, ele já havia operado dois adultos. O aparelho estimula a respiração espontânea, permitindo que o paciente deixe de usar equipamentos mecânicos, que dependem de energia elétrica.
O marca-passo chegou ao Brasil há cerca de um ano e sua difusão poderia permitir uma grande economia com internações, de acordo com Sardenberg. “Hoje, a instalação do aparelho gera uma economia de 15 a 20 mil dólares por mês, por paciente, nos Estados Unidos. Aqui no Brasil, é estimado que cerca de mil pessoas poderiam ser beneficiadas por este aparelho, a maioria está internada”, disse. Segundo o médico, em todo o mundo, cerca de três mil pessoas usam o equipamento.

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