Pessoas com dificuldades de locomoção não são poupadas na
hora de tirar ou renovar a carteira nacional de habilitação especial.
Uma peregrinação por repartições públicas, clínicas e
bancos, além do pagamento de taxas e mais taxas. As dificuldades enfrentadas
por quem precisa tirar ou renovar a carteira nacional de habilitação (CNH) não
poupam nem quem tem dificuldades de locomoção e precisa de carteira especial,
para comprar o carro adaptado e poder parar nas vagas reservadas.
A nutricionista Luciane Gonçalves de Lima é exemplo de como
a burocracia e o atendimento precário podem causar transtornos a quem precisa
de serviço do Detran-PRSite externo.. Desde o início do mês passado, ela tenta
obter a habilitação para pessoas com deficiência, para ter acesso ao veículo
adaptado e às vagas especiais.
Revoltada com as taxas cobradas e com o vai e vem exigido
pelo órgão, Luciane denunciou a situação à Tribuna. “Tenho que evitar andar e
dirigir carro com embreagem, mas o Detran me manda atravessar a cidade para
fazer um exame. É um completo descaso. E tudo o que cobram é muito caro. Quero
ser respeitada como cidadã pagadora de impostos”, afirma.
Luciane tem enxerto no pé direito, devido à retirada de
tumor ósseo. No início de setembro, um mês após renovar a CNH, ela visitou seu
médico, que recomendou a utilização de veículo adaptado. “Fui à unidade do
Detran na Rua João Negrão e disseram que eu teria que refazer o exame de
aptidão física e mental. E cobraram novamente a taxa de R$ 106,29. Para que, se
eu havia feito um mês antes?”, questiona.
Apesar das dificuldades de locomoção de Luciane, o novo
exame foi marcado para clínica no Jardim Social, distante da casa e do trabalho
da nutricionista. “Fica em rua residencial, sem qualquer indicação. Cheguei com
dois minutos de atraso e não me deixaram fazer o exame.
Luciane diz ter entrado em contato com a ouvidoria do
Detran-PR, que teria prometido resposta em 15 dias. O prazo se encerrou na
semana passada e não houve retorno. Depois de refazer o exame, terá que ir até
a unidade do Tarumã e passar pela avaliação da junta médica. Para isso, terá
que pagar mais uma taxa, de R$ 78,31.
Segundo o Detran-PR, os procedimentos exigidos de Luciane
Gonçalves de Lima estão de acordo com as normas do órgão. A escolha das
clínicas onde são realizados os exames é feita por sorteio eletrônico, para que
nenhuma fique sobrecarregada, e quem chega atrasado perde o exame. Se tiver
solicitação aprovada pela junta médica, ainda terá que fazer o cadastro na
prefeitura para obter autorização para usar as vagas reservadas de
estacionamento.
Fonte: Paraná OnlineSite externo.
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