Exemplo chama a atenção para a possibilidade de
cooperação entre pessoas comuns e para o uso de novas tecnologias com o
objetivo de encontrar soluções mais simples e baratas e melhorar a qualidade de
vida de quem tem alguma limitação
Leon, de 12 anos, encontrou várias maneiras de se adaptar
à condição congênita de não ter os dedos de uma das mãos. Mas, ainda que sua
vida escolar e familiar fosse normal e saudável, algumas dificuldades se
impunham no cotidiano do garoto. E isso incomodava seu pai, Paul McCarthy.
Diante dos altos custos de uma prótese industrializada –
que pode variar de 20 a 30 mil dólares, algo entre 40 e 70 mil reais - McCarthy
iniciou uma busca por uma solução mais viável.
E encontrou, de graça, na internet, o projeto perfeito
para tornar o sonho possível.
O pai de Leon assistiu a um vídeo sobre a experiência
bem-sucedida do inventor Ivan Owen, que havia ajudado um garotinho sul-africano
de 5 anos com uma mão robótica de baixo custo, fabricada por uma impressora
3-D. Com o projeto em mãos, Paul seguiu as instruções e conseguiu fabricar uma
peça semelhante, que saiu por algo entre 5 e 10 dólares. “Fazer com que seu
filho seja feliz é a coisa mais recompensadora que você pode ter como pai,
certo?', diz ele na entrevista.
Leon deixa claro que não se sente diferente. Por lembrar
um ciborgue colorido – nas palavras dele -, a nova mão o faz sentir especial,
incrível, quase um super-herói. “Quando meu pai chegou com a ideia, achei que
ele estava meio maluco, que poderia ser um passo muito grande para mim. Mas deu
tão certo que, quando eu crescer e a mão ficar pequena, poderemos imprimir
outra”, comemora o menino. Ele agora anda de bicicleta com facilidade e já
conseguiu dominar o mecanismo da nova mão para fazer movimentos mais finos,
como desenhos.
O aparelho funciona a partir de movimentos feitos no
pulso. Um movimento para baixo cria a tensão que fecha os dedos, enquanto o
movimento para cima faz com que eles se abram.
Cooperação
Ivan Owen trabalha com efeitos especiais e desenvolveu
essa prótese mais acessível quando foi procurado pelo sul-africano Richard Van,
que havia perdido dois dedos em um acidente com uma serra. Eles desenvolveram o
modelo e procuraram uma empresa especializada em impressões 3-D, na qual
descobriram que sim, seria possível reproduzir o projeto. Em minutos, a máquina
fabricou a prótese, cujo custo inicial foi de 150 dólares.
O grande diferencial desta história é que Owen optou por
deixar o projeto disponível na internet e realizou uma campanha, junto com
Richard, para arrecadar fundos.
A campanha recebeu a doação de duas impressoras 3-D da
empresa Makerbot e eles passaram a ajudar pessoas com a mesma dificuldade.
A mão robótica é composta de 46 peças, sendo 13 impressas
e 28 peças comuns, como o cabo de nylon, porcas e parafusos. "Eu sempre
tive essa visão, de que as pessoas seriam capazes de produzir suas próprias
próteses em casa", revela Owen.
Um dos beneficiados foi o garotinho sul-africano Liam, de
apenas cinco anos. Hoje, ele já joga basquete e pega objetos pequenos, como
moedas, além de ter muito orgulho em mostrar sua 'mão de robô'. Veja, neste
vídeo postado pelo próprio Owen, imagens do pequeno Liam:
Nenhum comentário:
Postar um comentário