O Papa pede aos deficientes mentais e físicos que não tenham vergonha de ser “um tesouro precioso da Igreja”.
Num discurso a várias centenas de membros de uma
associação italiana que se dedica ao cuidado espiritual de pessoas com
deficiência, Francisco insistiu que estas têm o seu lugar na vida da Igreja e
um papel a desempenhar, e criticou novamente a “cultura do descartável”.
“O contexto cultural e social de hoje é bastante
inclinado a esconder a fragilidade física, a encará-la unicamente com um
problema, que exige renúncia e pietismo ou às vezes descarta pessoas. A
UNITALSI é chamada a ser um sinal profético e a caminhar contra esta lógica
mundana, a lógica do descartável, ajudando os que sofrem a serem protagonistas
na sociedade, na Igreja e até na associação”.
Com o auditório Paulo VI repleto de pessoas com
deficiência e seus familiares, o Papa dirigiu-se sobretudo àqueles, pedindo que
não se considerem apenas “objectos de solidariedade e de caridade, mas
sintam-se inseridos a pelo título na vida e na missão da Igreja. Vocês têm o
vosso posto, um papel específico na paróquia e no âmbito eclesial. A vossa
presença, silenciosa mas mais eloquente que tantas palavras, a vossa oração, a
oferta quotidiana do vosso sofrimento em união ao de Jesus crucificado para a
salvação do mundo, a aceitação paciente e até alegre da vossa condição, são um
recurso espiritual, um património para toda a comunidade cristã”.
Francisco elogiou ainda a missão da UNITALSI, por não ser
de mero “assistencialismo ou filantropia, mas um genuíno anúncio do Evangelho
da caridade, um ministério da consolação”.
Antes do discurso do Santo Padre, uma menina do movimento
falou brevemente e entregou a Francisco um livro em formato gigante, com
desenhos do Papa feitos pelas crianças do UNITALSI.
No final, Francisco desceu para o meio da multidão e
esteve muito tempo a saudar os presentes, conversando com cada um e abraçando e
beijando muitas das crianças que lá se encontravam para o ver.
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