Deu agora no G1 PR
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou nesta
terça-feira (2), que autuou a Gol Linhas Aéreas e a Empresa Brasileira de
Infraestrutura Aeroporturária (Infraero), pelo embarque irregular da cadeirante
Katya Hemelrijk da Silva, que ocorreu na madrugada de segunda-feira (1º), no
Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná. Na hora do
embarque, Katya precisou se arrastar pelas escadas do avião, pois a empresa
aérea não tinha um equipamento para elevar a cadeira de rodas dela até a porta
do avião.
Em nota, a Anac afirmou que as duas empresas podem ser
multadas “As irregularidades na conduta da companhia e/ou do operador perante à
Resolução nº. 280/2013 da ANAC, que trata de passageiros que demandam
atendimento especial no transporte aéreo, resultarão em autuações que podem
gerar até R$ 300 mil em multas para a empresa aérea e ao operador do
aeroporto”, diz trecho da nota.
“O fato de ser carregada por qualquer pessoa, inclusive pelo
meu marido em uma situação como essa (escada íngreme, com piso de alumínio e
úmida devido ao sereno da madrugada), gera um risco que eu não estou disposta a
correr”, afirmou ao explicar que a doença provoca fragilidade nos ossos. A
subida sozinha, garante, foi a melhor opção encontrada já que “os movimentos
estão sob meu controle e eu conheço meus limites”, completou.
A coordenadora de comunicação também disse que não pretende
processar a Gol ou a Infraero. “Já conversei com a Cia Aérea GOL e disse que
não tenho a mínima intenção em processar ou fazer nenhum tipo de
sensacionalismo com a situação. Minha intenção é aproveitar o ocorrido para
tentar ajudá-los a se estruturar melhor, frente às adversidades que podem
aparecer em qualquer momento”, disse. “O que eu quero é que as pessoas tenham
uma consciência e conhecimento maior sobre como lidar com pessoas com
necessidades especiais, seja ela qual for”, afirmou.
Melhorias
Em nota, a Gol diz lamentar o ocorrido e informou que o
Stair Trac – equipamento usado para o embarque de pessoas com deficiência – da
base de Foz de Iguaçu não estava disponível para uso na manhã de segunda-feira
e por isso não pôde ser utilizado durante o embarque do voo 1076. “A companhia
tentou com as demais empresas conseguir o equipamento, o que também não foi
possível, e ofereceu outras alternativas para a cliente, que optou por seguir
sem a ajuda dos colaboradores da companhia”, destacou ao dizer ainda que
“tomará as medidas necessárias para evitar que casos como este volte a
acontecer.”
Já a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária
(Infraero), responsável pela administração do aeroporto de Foz do Iguaçu,
observou que todas as obras feitas no terminal de passageiros recentemente
foram executadas com base em requisitos de acessibilidade e que os
procedimentos de embarque e desembarque de passageiros são de responsabilidade
das empresas aéreas, podendo a Infraero oferecer suporte de infraestrutura
quando necessário.”
A assessoria de imprensa da estatal adiantou ainda que a
resolução 280/2013 da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) determina que a
partir de 2015 a administração dos aeroportos deverá oferecer o equipamento
para embarque e desembarque de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.
“No momento não há previsão de instalação de pontes de embarque no aeroporto de
Foz do Iguaçu. Entretanto foi concluído o processo de aquisição de 15
ambulifts”, melhoria que deve atender também o terminal da fronteira.
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