Deu no G1 Sorocaba e Jundiaí
'Pegadinha' oferecia cadeira de rodas para motoristas sem
deficiência.
Flagrantes ocorreram em vagas exclusivas de três pontos
de Sorocaba (SP).
Estudantes de uma faculdade de Sorocaba (SP) se
mobilizaram para realizar um ato de conscientização sobre o uso indevido de
vagas exclusivas para pessoas com deficiência física. O grupo registrou em
vídeo diversos flagrantes de motoristas sem credenciamento para estacionar nos
locais específicos, em três pontos da cidade, durante dois dias.
A iniciativa, que surgiu de um trabalho da faculdade e
envolveu toda a turma, tinha como proposta a produção de um vídeo viral. Após
pesquisas na internet, os estudantes tiveram a ideia de fazer um trabalho externo
de conscientização.
De acordo com um dos alunos participantes, Rodrigo Vieira
Mustafa, de 22 anos, a ação, batizada de “Parou, Ganhou”, contou com a
participação de 15 alunos. Cada pessoa flagrada estacionando em vaga exclusiva
indevidamente era abordada por um falso repórter, um cinegrafista, assistentes
com cornetas e faixa, além de duas pessoas carregando uma cadeira de rodas.
Rodrigo explica que o “infrator” era avisado que tinha
sido contemplado com o objeto por ser a décima pessoa a estacionar no local,
segundo uma regulamentação fictícia feita pelos estudantes.
Durante a "pegadinha", uma equipe verificava se
o veículo possuía a credencial para estacionar nas vagas especiais, além de
acompanhar as pessoas que estacionavam para garantir que ninguém fosse abordado
injustamente.
Ainda de acordo com o estudante, a maioria das pessoas
abordadas que estacionavam de forma irregular ficou constrangida e usou
desculpas. Em um flagrante feito na praça Doutor Ferreira Braga, um motorista
estaciona em frente ao espaço adaptado na calçada para locomoção do cadeirante
e, quando retorna, alega que “foi na farmácia rapidinho”.
Rodrigo comenta que uma outra motorista se irrita ao ser
parabenizada por ganhar a cadeira de rodas. Quando o falso repórter pede para
conversar com ela, a mulher pergunta se ele está "zoando" e entra no
veículo com agressividade. “Foram poucos casos em que falaram grosserias ou se
irritaram”, afirma.
“Nossa intenção era causar constrangimento mesmo para
conscientizar sobre essas atitudes que dificultam a vida das pessoas com
deficiência”, ressalta o estudante.
O jovem relata ainda que a mobilização foi assistida e
apoiada pelas pessoas que passavam pelos locais. “Quem estava ao redor também
percebeu a ação e se conscientizou. Algumas passavam batendo palma e nos
elogiando”, lembra.
Rodrigo garante que todos os envolvidos ficaram felizes
com o resultado. “Nosso objetivo foi atingido”, comemora.
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