Ter um “canto” para chamar de “seu” é o sonho da maioria dos brasileiros, principalmente daqueles que pretendem se casar ou já se casaram.
Paula e Alexandre começaram a namorar em 2008 e estão casados desde 2011. Eles compraram um apartamento na planta e planejaram se mudar logo após o casamento, mas um “pequeno” atraso de três anos na entrega do imóvel os obrigou a adiar os planos e a gastar mais com aluguel.
Além da preocupação com a papelada, móveis, eletrodomésticos e tudo mais que uma casa nova exige, o casal tinha uma outra preocupação: acessibilidade. Paula utiliza uma cadeira de rodas motorizada devido à Amiotrofia Espinhal Progressiva, e Alexandre possui baixa visão por consequência de uma Retinose Pigmentar.
O apartamento deles possui 56 m² distribuídos em 1 suíte, 1 quarto, banheiro social, sala para dois ambientes, cozinha, área de serviço e sacada. O grande desafio foi aproveitar os espaços ao máximo, já que os tamanhos dos ambientes não eram muito generosos.
Paula e Alexandre começaram a namorar em 2008 e estão casados desde 2011. Eles compraram um apartamento na planta e planejaram se mudar logo após o casamento, mas um “pequeno” atraso de três anos na entrega do imóvel os obrigou a adiar os planos e a gastar mais com aluguel.
Além da preocupação com a papelada, móveis, eletrodomésticos e tudo mais que uma casa nova exige, o casal tinha uma outra preocupação: acessibilidade. Paula utiliza uma cadeira de rodas motorizada devido à Amiotrofia Espinhal Progressiva, e Alexandre possui baixa visão por consequência de uma Retinose Pigmentar.
O apartamento deles possui 56 m² distribuídos em 1 suíte, 1 quarto, banheiro social, sala para dois ambientes, cozinha, área de serviço e sacada. O grande desafio foi aproveitar os espaços ao máximo, já que os tamanhos dos ambientes não eram muito generosos.
Depois de várias pesquisas de acessórios na internet, diversas visitas à obra e muitas medições dos espaços, eles conseguiram se mudar em março de 2014. A construtora entregou o apartamento já com algumas modificações – como aumento da largura de algumas portas para 90 cm, diminuição da altura de interruptores e interfone para 80 cm e aumento do vão da bancada que dá acesso à cozinha – e sem cobrar a mais por isso.
Vejamos como ficou o “apê” dos pombinhos depois de tudo pronto!
Área de serviço
A prioridade da Paula neste espaço foi proporcionar sua aproximação lateral à lavadora de roupas.
Outro detalhe é o mecanismo de abertura da persiana, que foi prolongado para permitir seu manuseio a uma altura mais baixa.
Cozinha
A “despensa” foi feita debaixo da pia da cozinha, onde há um armário para guardar os condimentos e facilitar o alcance.
Interfone instalado a aproximadamente 80 cm do piso.
A extremidade desta bancada dá para o vão que liga a sala à cozinha, o qual foi alargado pela construtora durante a obra.
Esta mesa presa à bancada é utilizada para refeições rápidas. Por ser retrátil, a mesa permite passar com a cadeira de rodas e chegar até a área de serviço. Além disso, quando em posição de uso, a mesa possui área livre inferior e seu mecanismo de recolhimento é de fácil manuseio.
Sala de dois ambientes
Por esta imagem, podemos ter uma noção de um dos ambientes da sala e observar a cozinha ao fundo. O vão que aparece no lado esquerdo da foto é o que foi alargado pela construtora para facilitar o acesso à cozinha.
Este outro ambiente da sala é utilizado para refeições. A mesa permite tranquilamente a aproximação frontal de um cadeirante.
Originalmente, a sala possuía apenas um ponto de luz no meio do ambiente. Pensando no Alexandre, foram instaladas várias lâmpadas de diferentes tipos e em diferentes locais, proporcionando-lhe mais conforto visual e autonomia para realizar determinadas atividades. Confiram a iluminação nas três fotos abaixo:
Quarto do casal
A cama “embutida” entre os armários foi a melhor solução encontrada pelo casal para ganhar mais espaço no quarto.
Por não haver local apropriado para abajures, lâmpadas foram instaladas no próprio armário, voltadas para baixo. O interruptor para acendê-las fica na lateral do armário da esquerda, junto à cabeceira.
O rack suspenso possibilita a aproximação lateral de um cadeirante e facilita o alcance dos objetos sobre o móvel.
A escrivaninha possui área livre inferior, permitindo a aproximação frontal de um cadeirante, até porque este móvel geralmente é utilizado pela Paula.
Entre a cama e o rack suspenso há espaço suficiente para um cadeirante chegar até a escrivaninha.
A persiana, instalada na janela ao lado da escrivaninha, possui mecanismo de abertura e fechamento prolongado para facilitar seu manuseio.
A penteadeira é suspensa e permite a aproximação frontal da Paula em sua cadeira de rodas. Todos os produtos que ela utiliza são facilmente alcançados, e o espelho permite uma boa visualização.
Banheiro do casal
A pia foi instalada numa bancada de granito e permite a aproximação frontal.
Os toalheiros foram instalados a uma altura mais baixa que a convencional para facilitar o alcance.
O espelho permite boa visualização por cadeirantes.
A papeleira foi instalada na parede de trás do vaso. Essa não é uma prática comum, mas atende às necessidades da Paula.
Outra prática incomum é a ausência de barras de apoio na pia, no vaso e na área de banho. Pelo mesmo motivo da posição da papeleira, a presença das barras não é essencial no cotidiano da Paula.
O pequeno degrau que existia próximo à área de banho foi retirado pela construtura, facilitando a circulação com a cadeira higiênica. Mesmo sem o degrau, não há retorno de água do banheiro para o quarto do casal.
A porta do banheiro é de correr, economizando espaço e facilitando seu manuseio.
Escritório
O segundo quarto do apartamento foi transformado em escritório, geralmente utilizado por Alexandre.
As portas do armário e do escritório são de correr, visando poupar espaço e facilitar o manuseio.
Apesar desse ambiente ser utilizado mais pelo Alexandre, a bancada permite a aproximação frontal de um cadeirante.
O posicionamento da bancada próximo à janela facilita a utilização do computador pelo Alexandre devido à luz natural. Já para leitura, especialmente à noite, Alexandre utiliza uma luminária.
Outras informações
Vejamos como ficou o “apê” dos pombinhos depois de tudo pronto!
Área de serviço
A prioridade da Paula neste espaço foi proporcionar sua aproximação lateral à lavadora de roupas.
Outro detalhe é o mecanismo de abertura da persiana, que foi prolongado para permitir seu manuseio a uma altura mais baixa.
Cozinha
A “despensa” foi feita debaixo da pia da cozinha, onde há um armário para guardar os condimentos e facilitar o alcance.
Interfone instalado a aproximadamente 80 cm do piso.
A extremidade desta bancada dá para o vão que liga a sala à cozinha, o qual foi alargado pela construtora durante a obra.
Esta mesa presa à bancada é utilizada para refeições rápidas. Por ser retrátil, a mesa permite passar com a cadeira de rodas e chegar até a área de serviço. Além disso, quando em posição de uso, a mesa possui área livre inferior e seu mecanismo de recolhimento é de fácil manuseio.
Sala de dois ambientes
Por esta imagem, podemos ter uma noção de um dos ambientes da sala e observar a cozinha ao fundo. O vão que aparece no lado esquerdo da foto é o que foi alargado pela construtora para facilitar o acesso à cozinha.
Este outro ambiente da sala é utilizado para refeições. A mesa permite tranquilamente a aproximação frontal de um cadeirante.
Originalmente, a sala possuía apenas um ponto de luz no meio do ambiente. Pensando no Alexandre, foram instaladas várias lâmpadas de diferentes tipos e em diferentes locais, proporcionando-lhe mais conforto visual e autonomia para realizar determinadas atividades. Confiram a iluminação nas três fotos abaixo:
Quarto do casal
A cama “embutida” entre os armários foi a melhor solução encontrada pelo casal para ganhar mais espaço no quarto.
Por não haver local apropriado para abajures, lâmpadas foram instaladas no próprio armário, voltadas para baixo. O interruptor para acendê-las fica na lateral do armário da esquerda, junto à cabeceira.
O rack suspenso possibilita a aproximação lateral de um cadeirante e facilita o alcance dos objetos sobre o móvel.
A escrivaninha possui área livre inferior, permitindo a aproximação frontal de um cadeirante, até porque este móvel geralmente é utilizado pela Paula.
Entre a cama e o rack suspenso há espaço suficiente para um cadeirante chegar até a escrivaninha.
A persiana, instalada na janela ao lado da escrivaninha, possui mecanismo de abertura e fechamento prolongado para facilitar seu manuseio.
A penteadeira é suspensa e permite a aproximação frontal da Paula em sua cadeira de rodas. Todos os produtos que ela utiliza são facilmente alcançados, e o espelho permite uma boa visualização.
Banheiro do casal
A pia foi instalada numa bancada de granito e permite a aproximação frontal.
Os toalheiros foram instalados a uma altura mais baixa que a convencional para facilitar o alcance.
O espelho permite boa visualização por cadeirantes.
A papeleira foi instalada na parede de trás do vaso. Essa não é uma prática comum, mas atende às necessidades da Paula.
Outra prática incomum é a ausência de barras de apoio na pia, no vaso e na área de banho. Pelo mesmo motivo da posição da papeleira, a presença das barras não é essencial no cotidiano da Paula.
O pequeno degrau que existia próximo à área de banho foi retirado pela construtura, facilitando a circulação com a cadeira higiênica. Mesmo sem o degrau, não há retorno de água do banheiro para o quarto do casal.
A porta do banheiro é de correr, economizando espaço e facilitando seu manuseio.
Escritório
O segundo quarto do apartamento foi transformado em escritório, geralmente utilizado por Alexandre.
As portas do armário e do escritório são de correr, visando poupar espaço e facilitar o manuseio.
Apesar desse ambiente ser utilizado mais pelo Alexandre, a bancada permite a aproximação frontal de um cadeirante.
O posicionamento da bancada próximo à janela facilita a utilização do computador pelo Alexandre devido à luz natural. Já para leitura, especialmente à noite, Alexandre utiliza uma luminária.
Outras informações
- Vale lembrar que adaptações residenciais geralmente são pensadas de acordo com as necessidades dos moradores, como foi o caso da Paula e do Alexandre. Em situações menos frequentes, as adaptações são planejadas pensando na velhice ou para receber visitas com algum tipo de deficiência ou dificuldade de locomoção;
- O prédio possui 7 andares e conta com unidades no térreo, porém o apartamento da Paula e do Alexandre fica no 1º andar. Essa escolha foi feita porque as unidades do térreo não possuem sacada, um espaço que o casal não abriu mão. Entretanto, o acesso não ficou comprometido, já que o prédio possui elevadores. O casal também escolheu o 1º ao invés de um andar mais alto por questões de segurança, caso haja necessidade de utilizar as escadas em situações de emergência;
- As áreas livres inferiores dos mobiliários possuem aproximadamente 80 cm. Essa altura foi baseada na altura do joystick da cadeira de rodas da Paula;
- No caso do Alexandre, a falta de luz aumenta ainda mais sua dificuldade de enxergar. Por isso, todos os ambientes tiveram a iluminação melhorada, além de receberem pinturas com cores claras;
- A cozinha não sofreu grandes alterações porque, pelo menos por enquanto, a Paula não pretende cozinhar com frequência;
- O banheiro social não recebeu modificações por não haver necessidade.
Finalizando…
Neste post, pudemos ver que é perfeitamente possível adaptar uma residência e ao mesmo tempo torná-la aconchegante, sem dar aos ambientes aquela “cara de hospital”. Obviamente, quando os ambientes são menores, o desafio é bem maior, mas ainda é possível.
A Paula abusou da criatividade com muito capricho e bom gosto, imprimindo a personalidade do casal em vários detalhes do apartamento.
Parabéns pela conquista, Paula e Alexandre! Obrigado por abrir as portas da casa de vocês e compartilhar suas experiências conosco. Tenho certeza que este post servirá de inspiração para muita gente!
Fonte-Acessibilidade na prática
Frederico Rios
Colaboração: Paula e Alexandre
Fotos: Celina Souto S. M. Rios (13/12/2014) e Paula Zanata (05/01/2015)
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