segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Estudante pernambucano cria braço robótico que custa menos de R$ 2 mil

Um braço robótico de baixo custo e que funciona a partir de comando cerebral foi criado por Vítor Hazin, de 22 anos, estudante de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O protótipo custou menos de R$ 2 mil, enquanto as próteses robóticas para membro superior que existem no mercado chegam a custar R$ 200 mil segundo especialistas.
A ideia surgiu durante o intercâmbio que Vítor fez na Inglaterra. "Fiz um módulo de mestrado lá, onde eu tive que controlar um jogo de tetris com o piscar dos olhos. Foi quando eu conheci o eletroencefalograma e me interessei bastante", explica o estudante, que começou a pesquisar e trabalhar a ideia.
Muitas próteses no mercado funcionam por meio do reconhecimento da musculatura e a ideia de Vítor foi aproveitar o eletroencefalograma para ativar a prótese. "O computador filtra o sinal e faz o processamento final em tempo real. Quando detecta o comando, o computador é que manda o sinal para o braço robótico", detalha.
O projeto ainda passa por aperfeiçoamentos, mas o processo de patente da tecnologia já foi iniciado. O estudante busca ainda uma forma de substituir o computador como tradutor dos comandos captados pelo eletroencefalograma. "Ainda tem muita coisa para chegar ao mercado. Comprei a impressora 3D para fazer um braço que tenha mais força e seja mais útil, preciso melhorar a interação ainda", exemplifica Vítor.
Ao demonstrar o funcionamento, Vítor consegue beber um copo de água e até mesmo comer uma batata frita. Tudo interpretado a partir do cérebro. "Nada disso fazia parte do meu estudo lá. Eu fiz esse módulo de piscar os olhos, mas como gostei bastante do equipamento, fiz o trabalho por mim mesmo. Fiz os projetos de iniciação cientifica em paralelo. Fiz isso sem orientação, mas sempre que tinha duvida, mandava e-mail ao professor", conta o estudante.

Esperança
Para o médico especialista em ortopedia oncológica Marcelo Souza, o avanço proposto pelo aluno da UFPE é "inestimável". "As próteses de membros superiores, braços de uma forma geral, são muito mais custosas, muito mais refinadas. Próteses mioelétricas, inteligentes, onde o paciente pode mandar um comando neuronal e aquilo, transmitido para os músculos, que por sua vez mande para o controle da prótese, chegam a custar R$ 200 mil. Não é uma coisa de fácil acesso", afirma Souza.
Com os acidentes de trânsito e guerras em todo o mundo, próteses que sejam mais que um prolongamento da amputação são essenciais. "A quantidade de pessoas amputadas é muito grande. Não apenas o prejuízo que isso causa ao estado como um todo, mas a demanda das pessoas é enorme por próteses que dão uma função melhor a ela", explica o médico.
Trabalhando no Hospital de Câncer de Pernambuco, Souza ressalta que a ideia de uma prótese funcional é de extrema importância. "Isso representa um passo incrível no desenvolvimento da ciência brasileira. No serviço do Hospital de Câncer, nós precisamos demais de baratear o custo de algo tão importante para as pessoas que são amputadas", avalia.

Fonte-G1 PE

VEJA VÍDEO

Brasil tem primeiro musical estrelado por crianças com autismo

A primeira vez que a musicoterapeuta Ana Carolina Steinkopf, de 24 anos, tocou um acorde para uma criança autista, ela deu as costas. Em vez de se chatear ou esquecer a reação, Ana foi buscar mais explicações sobre esse comportamento e descobriu que no Brasil ainda não havia um trabalho consolidado que unisse música com o autismo. Foi assim que ela soube que deveria cumprir este papel. Ana conta que a ideia surgiu a partir da prática clínica, onde pode ver que as crianças que faziam parte das sessões de musicoterapia tinham mais facilidade com a comunicação e o relacionamento. 

A artista montou um musical com crianças autistas de diferentes níveis, que vão dos mais baixos até os casos mais delicados. E o resultado foi recompensador. Além de ter sido um sucesso em Brasília, a montagem serviu como terapia para os pequenos. O projeto conta com 21 crianças autista e seus familiares. “A família é muito importante. Ao envolvê-los, a criança se motiva mais. Quando eles fazem algum movimento ou som, ela se sente estimulada a reproduzir a mesma ação. Isso é importante porque o autista precisa de vínculo”, comenta.

“Uma Sinfonia Diferente” é o nome do trabalho voluntário que reúne ainda a psicóloga Cinthia Vanessa, 21 estudantes de psicologia, equipes de filmagem, fotografia, uma banda com sete músicos e uma equipe de produção. “E o pagamento é a melhora da criança e o vínculo afetivo dos pais e dos irmãos”, completa Ana.


Fonte: Creative Ideias

sábado, 26 de setembro de 2015

Publicada a atualização da norma ABNT 9050 (Acessibilidade)

Foi publicada pelo Comitê Brasileiro de Acessibilidade da ABNT a revisão e atualização da Norma de Acessibilidade a Edificações Mobiliário, Espaços e Equipamentos Urbanos, a NBR 9050. As normas de acessibilidade são de interesse social e são citadas pelas Leis Federais de Acessibilidade. Por isso, em 2004, a ABNT firmou acordo com o Ministério Público Federal para a divulgação e acesso das normas por qualquer cidadão interessado.
Por meio do Comitê Brasileiro de Acessibilidade (ABNT/CB-40), desde 2000, a ABNT atua na produção das normas técnicas no campo de acessibilidade atendendo aos preceitos de desenho universal, estabelecendo requisitos que sejam adotados em edificações, espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, meios de transporte, meios de comunicação de qualquer natureza, e seus acessórios, para que possam ser utilizados por pessoas com deficiência.
Acessem este link e façam Dwonload da norma

Fonte-Deficiente físico

Médico brasileiro realiza cirurgia que faz cego voltar a enxergar


Rio - Ao som de Zeca Pagodinho e Arlindo Cruz, o médico Flávio Rezende, que costuma ouvir música durante as cirurgias, foi o primeiro brasileiro a realizar uma operação que devolverá a visão a uma pessoa cega. O procedimento foi realizado nesta terça-feira no Hospital Maisonneuve-Rosemont, no Canadá, e durou cerca de quatro horas. O cirurgião, chefe do Departamento de Retina da Universidade de Montreal, implantou um chip na retina de uma mulher de 51 anos. O mecanismo receberá imagens de uma câmera instalada no óculos da paciente e as enviará ao cérebro.


 
— A tecnologia está bem no começo, então fazemos a comparação com uma televisão em preto e branco. Hoje quando você mostra isso para uma pessoa ela pensa que é ruim, mas a tecnologia começou dessa forma. Para um paciente que não enxergava, passar a enxergar mesmo que em preto e branco já é algo maravilhoso. Já estão trabalhando em um avanço de software, para tentar imagem em cores. Então, provavelmente, até o ano que vem pode ser que os pacientes já consigam enxergar colorido. Não é a visão que eu e você temos, é uma visão digital, eles veem píxels— explica Rezende.
 
A tecnologia é indicada para pessoas com distrofias que afetam as células receptoras de luz da retina (mais comuns em idosos), dessa forma, o chip implantado faz o papel dos fotorreceptores e manda a imagem capturada pela câmera instalada no óculos que será usado pelo paciente para o cérebro, por meio do nervo óptico. Para transmitir as informações do óculos para o chip, a tecnologia utiliza radiofrequência que, segundo o médico, é mais estável e menos suscetível à interferências externas como aconteceria no caso do uso de Wifi. No Canadá e nos EUA, uma pessoa pode ser submetida a esse tipo de cirurgia a partir dos 25 anos, já na Europa pacientes a partir dos 18 anos podem ser operados.
 
— O óculos tem uma antena sem fio que se comunica com o olho. Para que a tecnologia funcione existem alguns critérios: o nervo óptico deve estar funcionando, depende também do tamanho do olho da pessoa. É realmente artesanal, cada prótese é customizada para cada paciente— afirmou Rezende.
 
O mecanismo permite que a intensidade da entrada de luz seja regulada pelo próprio paciente através de um computador de mão, do tamanho de um smartphone. A tecnologia também pode ser desligada a critério do usuário, função importante, por exemplo, durante o sono.
 
— É como uma máquina fotográfica, que você controla o diafragma para entrada de luz.
 
Estabelecemos quais os objetivos do paciente. Por exemplo, se o objetivo é conseguir fazer melhor as coisas dentro de casa, então a companhia ajusta de acordo com a quantidade de luz que existe em ambientes internos. Para nós parece uma coisa banal, mas para eles é uma mudança de vida. Os pacientes passam a se locomover pelos cômodos sem bater nas coisas, alguns até conseguem distinguir letras— conta.

Fonte: O Globo 

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

21 de Setembro - Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência

No dia 21 de setembro, é comemorado, no Brasil, o Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência. Essa data foi oficializada em 2005 pela Lei Nº 11.133, entretanto, já era comemorada desde o ano de 1982. O 21 de setembro foi escolhido porque está próximo do início da primavera, estação conhecida pelo aparecimento das flores. Esse fenômeno representaria o nascimento e renovação da luta das pessoas com deficiência.

Segundo a Lei Nº 13.146/15, a pessoa com deficiência é aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. Assim sendo, o Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência surgiu como forma de garantir a integralização dessas pessoas na sociedade de maneira igualitária e sem preconceitos.

A deficiência atinge diferentes níveis e pode ser classificada em quatro tipos: a física, a auditiva, a visual e a mental.

Deficiência Física

O paciente apresenta problemas no seu corpo que comprometem o desenvolvimento de funções físicas. Esse tipo é encontrado, por exemplo, em paraplégicos ou em pessoas com paralisia, membros amputados ou deformidades congênitas.

Deficiência Auditiva

As pessoas com eficiência auditiva, por sua vez, são aquelas que possuem perda bilateral, parcial ou total do sentido da audição. Essa perda da capacidade de ouvir pode ser causada por problemas diversos, tais como doenças hereditárias, doenças maternas, problemas no parto, infecções virais, lesões, entre outras causas.

Deficiência Visual

As pessoas com deficiência visual são aquelas que apresentam problemas que dificultam a visualização de objetos. É considerado deficiente visual aquele que é cego ou apresenta uma baixa visão. Vale ressaltar que problemas como astigmatismo, miopia e hipermetropia não são considerados deficiências.

Deficiência mental

Na deficiência mental, as pessoas apresentam funcionamento mental abaixo da média. Vale destacar que, para ser considerada uma deficiência, os sintomas devem surgir antes dos 18 anos de idade.

Percebe-se, portanto, que existem diferentes tipos de deficiência e cada uma é responsável por um tipo diferente de limitação. Muitas vezes, essas limitações podem comprometer a qualidade de vida do indivíduo; por isso, faz-se de extrema necessidade o desenvolvimento de medidas de inclusão.

Muitas conquistas já foram obtidas, mas muitas pessoas com deficiências ainda sofrem com a falta de acessibilidade e preconceitos. A falta de acessibilidade é uma grande barreira, uma vez que impede, muitas vezes, a locomoção, a comunicação e até mesmo o direto à informação. Já o preconceito faz com que a deficiência se torne um empecilho para arrumar um emprego ou continuar os estudos, por exemplo.

Assim sendo, a luta deve ser constante, e o Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência é uma oportunidade para demonstrar força na busca pelos direitos dessas pessoas.

Curiosidade: A Lei 13.146 de Julho de 2015 representou um grande marco na luta das pessoas com deficiências e instituiu a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). De acordo com essa lei, passou a ser crime praticar, induzir ou incitar discriminação de pessoa em razão de sua deficiência, assim como abandonar pessoas com deficiência em hospitais, casas de saúde, entidades de abrigamento ou congêneres, apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão, benefícios, remuneração ou qualquer outro rendimento de pessoa com deficiência e reter ou utilizar cartão magnético, qualquer meio eletrônico ou documento de pessoa com deficiência destinados ao recebimento de benefícios, proventos, pensões ou remuneração ou à realização de operações financeiras com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem.
Fonte: Mundo Educação

sábado, 19 de setembro de 2015

Japão usa simplicidade e mostra respeito aos cidadãos com deficiência

Na última reportagem da série sobre deficientes, o JN mostra que a solução para respeitar os direitos pode vir de ideias bem simples.

O Jornal Nacional mostrou, nesta semana, várias dificuldades para os brasileiros que têm algum tipo de deficiência. Neste sábado (19), na última reportagem da série, você vai ver que a solução pode vir de ideias bem simples. É o que ensina um país conhecido pela tecnologia de ponta.
Sinal de trânsito sonoro para ajudar na travessia de deficientes visuais muita gente já conhece. Mas em Tóquio, o barulhinho também dá outra informação para quem se orienta andando pela cidade. O som de cuco indica que está se seguindo na direção norte-sul. Já o piu do passarinho, mostra que é leste-oeste. É um detalhe, mas provoca no Roberto uma declaração daquelas. “O Japão é um país ótimo para uma pessoa deficiente ter liberdade”, diz.

Roberto Sasaki ficou cego há nove anos, depois de um acidente de carro. Ser livre pra ele é poder circular a vontade pelo país que ele escolheu para viver.
A capital japonesa é acessível para pessoas com qualquer deficiência. Piso tátil por toda parte. Informações em braile também. Nos locais públicos, como parques, há sempre um banheiro adaptado. Para os cadeirantes, calçadas planas, sem buracos e com rampas suaves para atravessar a rua.
O japonês é famoso por resolver seus problemas com tecnologia de ponta. Mas o que a gente percebe é que na questão da acessibilidade contam muito respeito, boa vontade e, muitas vezes, medidas simples.

Para alguém numa cadeira de rodas, chamar um elevador pode ser difícil. O botão fica muito alto. Por isso, um pouco mais baixo, tem um outro botão. Só para cadeirantes. Yuriko Oda começou a sentir os efeitos da distrofia muscular há 12 anos. E a cidade adaptada a ajudou a enfrentar o medo. Ela diz que numa cadeira de rodas a gente fica mais baixo que as outras pessoas. E encarar uma rua movimentada, no começo, assusta.
Pode ser de madeira ou de um material mais resistente. Rampas simples permitem o acesso aos ônibus, todos baixos, sem degraus. E por isso sem necessidade de elevador hidráulico, maquinário, para levantar uma cadeira de rodas. O motorista prepara tudo rapidinho. E está feito o embarque.
Yuriko adora passear sozinha. Ela reúne as descobertas que faz sobre acessibilidade em um blog na internet. No metrô, já sabe que o atendimento é especial. Ela diz onde vai saltar e o funcionário liga para a estação de destino. Vai ter alguém esperando.
Na plataforma para entrar no vagão, a rampinha também é usada. Ou nem isso. Há casos em que praticamente não há vão – buraco entre o trem e a plataforma. Para desembarcar, lá está o outro funcionário a postos com a rampa.
Muita tecnologia ou pouca tecnologia. O mais importante está no que o Roberto diz: “Não adianta você ter uma sinalização no chão ou um sinal sonoro, se as pessoas não te respeitam. O começo de tudo é a educação da população. Em questão de querer ajudar o próximo. E não querer atrapalhar ou tirar proveito”.

Fonte-G1 VEJA VÍDEO

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Justiça concede jornada de trabalho especial para mãe com filho autista

Carga horária foi reduzida em 50% para mulher acompanhar tratamento do filho  
Glaucea Vaccari | 17/09/2015 |
O município de Douradina – distante 194 km da Capital – foi condenado a reduzir em 50% a jornada de trabalho de um funcionária pública municipal, para que ela acompanhe o tratamento de saúde de seu filho, portador de autismo. A decisão é dos desembargadores da 3ª Câmara Cível, que deram provimento ao recurso interposto pela mulher, contra decisão de 1º grau, que julgou improcedente o pedido.
De acordo com o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), o juízo de 1º grau negou o pedido fundamentado no fato de não haver previsão de redução de jornada de trabalho para o caso prevista no Estatuto dos Servidores Públicos do Município, o que não daria amparo legal para conceder o benefício.
A servidora entrou com recurso alegando que, por conta do tratamento do filho, não possui tempo hábil para acompanhá-lo devido a elevada jornada de trabalho e que o direito requerido é previsto em legislação federal e estadual, além de haver o direito de proteção à criança e ao deficiente disposto na Constituição Federal.
O Município pediu pela manutenção da sentença de 1ª instância, voltando a argumentar que não há lei municipal que autorize a concessão do benefício e que a lei municipal deve ser respeitada sob pena de violação do pacto federativo.
O revisor do processo, desembargador Fernando Mauro Moreira Marinho, afirmou que os laudos comprovam o autismo do filho da vítima, motivo pelo qual ficou evidenciada a necessidade de cuidados diários e rotineiros, além de tratamento com medicamentos e terapias específicas a serem realizados em Dourados.
Dessa forma, o desembargador considerou que a mulher, que é funcionária concursada do município, necessita da redução da carga horária para acompanhar todas as terapias do filho. Mesmo a lei não prevendo o benefício, a Justiça interpretou como forma de direito a fim de resguardar a criança portadora de necessidades especiais.
A carga horária da servidora foi reduzida de 40 para 20 horas semanais, sem compensação de horário ou redução de salário
http://www.correiodoestado.com.br/cidades/justica-concede-jornada-de-trabalho-especial-para-mae-com-filho/258013/

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

JN mostra flagrantes do desrespeito a cidadãos com deficiência no país


Pelo menos em teoria, você, qualquer pessoa da sua família, um amigo, qualquer cidadão têm o direito de ir e vir, no Brasil. Tem artigo da Constituição que trata dessa liberdade, mas isso é só na teoria.
Nesta semana, os repórteres Leandro Cordeiro, Jonathan Santos e Marcos Losekann apresentam um retrato dos problemas de acessibilidade no país. O desrespeito do Brasil com as pessoas que têm alguma deficiência.
Uma pedrinha de nada no caminho de quem usa as pernas é uma montanha intransponível para quem depende de rodas.
Quem usa muleta ou cadeira de rodas sabe bem o que significa um meio fio sem rampa, ônibus que não tem elevador, ou que tem, só que estragado. Buracos que mais parecem crateras. Pedreira para todo lado.
“É de eu cair e não conseguir levantar. Quanto eu estou no chão não consigo levantar”, conta Maria de Lousa de Oliveira, dona de casa.
E quando o problema é não conseguir enxergar? Dentro de casa, Éder Fonseca até que se vira. “Porque eu sei onde eu coloco tudo. Se alguém vier aqui e mudar de lugar, por exemplo, aí já complica”, explica Éder Fonseca, massagista.
O pior é da porta para fora. O que os deficientes geralmente mais valorizam é a própria independência. Poder se virar, sem depender de ninguém. Esse seria o mundo ideal para eles. Só que no mundo real, com tantos percalços, não há determinação nem força de vontade que consigam superar as dificuldades espalhadas pelo caminho. E o jeito as vezes é contar com uma mãozinha.
A Natália tem um grande motivo para comemorar. Ela acaba de receber moderníssimos aparelhos de ouvido importados da Europa. “Me fez descobrir novos sons que eu não escutava”, diz a jogadora de vôlei.
O que a Natalia sempre teve foi uma boa visão. Na quadra do time de vôlei, inclusive jogando pela seleção brasileira, ela não vê dificuldade.
Um em cada sete habitantes da Terra não enxerga, não ouve, não se move direito ou tem problemas mentais. No Brasil, um quarto da população apresenta algum tipo de deficiência, segundo o IBGE. Gente que tem o direito de ir e vir, mas que nem sempre encontra condições para isso. É o que acontece em Brasília. Planejada, patrimônio da humanidade, mas essa cidade, construída no centro do Brasil, está longe de ser a capital da acessibilidade.
Outro exemplo é o Rio de Janeiro, a Cidade Olímpica, que vai sediar também os Jogos Paralímpicos no ano que vem. Em termos de acessibilidade, não é considerada maravilhosa. Pelo contrário, o atleta com qualquer tipo de deficiência que decidir sair do centro esportivo para dar um passeio terá muitos obstáculos para superar.
Livingston e André não enxergam nada. São jogadores de um time de futebol de deficientes visuais. Invencíveis para eles, só as ruas do Rio, onde vivem.
Situações que contrastam com o moderníssimo prédio administrativo dos Jogos Olímpicos. A começar pelas rampas, que realmente dão acesso. O Augusto é o engenheiro responsável.
Tem surdos e também cegos na equipe dele. Mais de 70 funcionários. No paraíso da acessibilidade, eles mal lembram das dificuldades.
“Eu tenho essa sensação. Eu só percebo a minha deficiência quando falta acessibilidade”, diz Augusto Fernandes, engenheiro.
O instrutor e auditor da Associação Brasileira de Normas Técnicas aceitou o desafio de andar por alguns lugares mais famosos do mundo: o Calçadão de Copacabana.
“Não tem piso uniforme, contínuo. Isso porque a gente está em Copacabana que não é um dos piores lugares por aqui”, diz Edison Passafaro, instrutor e auditor-ABNT.
Mas tem rampa, não é? “Isso aqui e nada é a mesma coisa. A mesma habilidade que eu uso para descer aqui, eu uso para descer o meio fio. Uma rampa armadilha”, afirma.
Armadilha que não poupa ninguém. Acessibilidade, cidadania, respeito. Juntar tudo isso pra permitir a convivência de todos: está aí uma missão pra quem enxerga longe, sabe ouvir críticas e sugestões e se mexe.
A prefeitura do Rio declarou que está trabalhando para tornar a cidade mais acessível, que, em breve, vai adaptar o acesso aos principais pontos turísticos do Rio para pessoas com deficiência. E instalar mais de 500 rampas na cidade.

Do G1 VEJA VÍDEO

sábado, 12 de setembro de 2015

Nossa apresentação e minha primeira reunião na Comissão de Acessibilidade UFPE

Bom dia...Ontem foi a nossa apresentação na comissão de Acessibilidade, minha 1° reunião, apresentação da logomarca do NACE- Núcleo de Acessibilidade da UFPE.
Vamos labutar para somar na garantia de direitos...

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Aprovada proposta para dispensar pais do trabalho para irem à reunião escolar

A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa aprovou a proposta que dá aos pais o direito de faltarem no trabalho uma vez a cada seis meses para participarem das reuniões nas escolas de seus filhos ou enteados. O Projeto de Lei da senadora Lídice da Mata (PSB – BA) também libera por até sete dias por motivo de doença ou deficiência de companheiros, pais, filhos ou cônjuge, desde que haja compensação.
João Capiberibe (PSB- AP), relator do projeto, a presença dos pais na vida escolar dos filhos e em caso de doenças é indispensável. “A presença deles garante a manutenção do vínculo familiar e transmite segurança aos filhos, oferecendo suporte emocional e o conforto psicológico indispensável a pronta recuperação da saúde e ao mais pleno desenvolvimento educacional”, disse.
A proposta segue agora para as Comissões de Educação, Cultura e Esporte (CE) e de Assuntos Sociais (CAS) para ser aprovada. De acordo com o senador Cristovam Buarque (PDT – DF), conhecido por suas propostas voltadas para a área da educação, o acompanhamento dos pais diante da situação escolar dos filhos vai trazer muitos benefícios para o país.
[ Fonte – Pais e Filhos ]

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Isenção de impostos para compra de carro zero pode chegar a metade da população brasileira

É informação bastante conhecida. No Brasil, o cidadão com deficiência tem direito a isenção de IPI , ICMS, IPVA e até IOF na compra de um carro zero km. Mas existem pessoas em diversas situações que também podem usufruir desse benefício e sequer imaginam haver essa possibilidade. Reunindo dados do Censo IBGE 2010, do Sistema Único de Saúde (SUS), e de outras instituições públicas e privadas, são aproximadamente 100 milhões de pessoas. Ou seja, um em cada dois brasileiros pode obter as isenções.

A lista é grande e pouco divulgada. Abrange pessoas com deficiência física, condutoras ou não e seus familiares, pessoas com deficiências mentais ou intelectuais graves e seus familiares, pessoas cegas e familiares, pessoas com paralisia cerebral e familiares, com Síndrome de Down e familiares, autistas e familiares, pessoas com amputação ou ausência de membro, com artrodese e artrose, artrite reumatoide, pessoas que sofreram AVC (Acidente Vascular Cerebral), câncer de mama e linfomas, com doenças degenerativas e neurológicas, doenças renais e crônicas, Talidomida, Mal de Parkinson, nanismo, Esclerose Múltipla, escoliose acentuada, hérnia de disco, hemiplegia e tetraparesia, problemas na coluna graves e crônicos, monoparesia e monoplegia, prótese interna e externa, mastectomia, Dort (LER) e bursites graves, poliomelite, má formação de membros, problemas no túnel de carpo e tendinite crônica, manguito rotator, neuropatias diabéticas, doenças renais, Hepatite C e hemofílicos.
Uma oportunidade de esclarecer dúvidas sobre o assunto é o Mobility & Show 2015, evento com entrada gratuita que será realizado no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, nos dias 19 e 20 de setembro. “Essa é a primeira edição no Brasil. Existe um evento parecido em Londres (Inglaterra) há mais de 30 anos, chamado de Mobility Roadshow, que apresenta carros, triciclos, cadeira de rodas motorizadas, guinchos e outros tipos de veículos. Na versão brasileira ainda não teremos tudo isso, mas o que é relacionado com motor e automóvel estará presente”, explica Rodrigo Rosso, presidente da Associação Brasileira das Indústrias e Revendedores de Produtos para Pessoas com Deficiência (ABRIDEF).

O principal destaque é uma área, ou tenda, específica sobre as possíveis isenções e como obtê-las, com explicações fornecidas por 20 despachantes do Estado de SP a respeito de direitos e documentos, além de representantes da Receita Federal e de médicos credenciados pelo Detran (Departamento Estadual de Trânsito). “Os médicos não vão emitir laudo durante o evento, mas podem explicar ao visitante se ele tem direito ao benefício. É algo muito importante entender essa diferença, porque há muita gente que pode receber a isenção, mas não sabe. E tem outros que acreditam poder, mas na verdade não vão conseguir. E os detalhes de tudo isso serão esclarecidos”, afirma Rosso.
Outro ponto importante do Mobility & Show 2015 é que a Prefeitura de São Paulo decidiu realizar no local do evento atividades do Dia Nacional da Luta das Pessoas com Deficiência, celebrado em 21 de setembro. Para chegar ao evento, o visitante terá transporte gratuito, por meio do Atende (da SPTrans), com 120 veículos e diversos pontos de partida, além de mais 180 vans contratadas pela organização.

Também estarão presentes as principais montadoras de automóveis com modelos disponíveis e adaptados para Test-Drive com profissionais especializados, autoescolas, bancos financiadores, adaptadoras, seguradoras e diversos outros produtos e serviços.
O presidente da Abridef entende que o melhor caminho para saber tudo o que é necessário sobre a isenção de impostos para compra de um carro zero é por meio do despachante especializado. “É fundamental encontrar um profissional sério e competente, porque há muita ‘picaretagem’ e o cidadão pode acabar enganado”, diz.



Rodrigo Rosso é o criador da Reatech, o maior evento voltado a pessoas com deficiência no País, e da Revista Reação. “Houve no Brasil uma mudança significativa no últimos 20 anos no entendimento sobre o universo da pessoa com deficiência. A inserção no mercado de trabalho, as Paralimpíadas, a Reatech e outras ações colaboraram muito para esse avanço. A LBI (Lei Brasileira de Inclusão) fará uma grande diferença. Vai mudar tudo, porque muitas pessoas não conhecem os próprios direitos”, diz.
Em 2008, uma pesquisa feita pela Reatech e pela Revista Reação entrevistou 3.893 em todo o País e constatou que, no Brasil, 42% das pessoas com deficiência são das classes A/B, 44% da classe C, e 14% das classes D/E. “Tem muita pessoa com deficiência que consome, trabalha, estuda. É gente produtiva”, conclui Rosso.


Fonte-O Estadão

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

‘Pedi para meu marido procurar outra’, conta jornalista após ficar tetraplégica

A jornalista Melanie Reid ficou paralisada em um acidente de cavalo há cinco anos.
A casa de Melanie, autora da coluna Spinal Column no jornal britânico The Times, fica escondida no interior da Escócia.
Apesar de o acidente a ter deixado com movimento mínimos nos braços e nas pernas, a casa permanece sem adaptações que costumam ser consideradas úteis para deficientes: não há bancadas baixas na cozinha ou tomadas adaptadas.
Reid acha que fazer essas mudanças significaria que ela aceitou sua deficiência – e ela continua lutando para superá-la.
Há cinco anos, Reid tinha chegado ao ponto exato de sua vida em que, diz ela, queria estar, fazendo exatamente o que queria fazer.
Era um jornalista de sucesso, com um marido carinhoso e um filho que estava indo bem na vida. Eles se mudaram para uma casa no campo, com uma bela vista e estábulos para os seus amados cavalos.
Reid era quem costumava pensar no futuro e liderar – era conhecida como uma mulher prática, resolvedora de problemas.
Acidente
Foi cavalgando que o acidente aconteceu.
Galopando em direção a um obstáculo, o cavalo empacou. Ela tentou se agarrar ao pescoço dele, mas foi jogada para o alto e caiu sobre o obstáculo com os braços para trás. Seu rosto bateu no chão e o corpo foi torcido.
Quem viu o acidente diz que a queda pareceu inofensiva e em câmera lenta. Ela não perdeu consciência e diz que experimentou sensações inacreditáveis no momento.
"Senti calor e beleza em meu corpo, e vi um brilho vermelho em meus olhos. Era o computador desligando", diz.
Ela passou quase um ano no hospital, trabalhando com determinação para ganhar o máximo de movimento possível. A ideia para a nova coluna no jornal de fim de semana foi concebida durante uma ressonância magnética.
"Preciso contar para as pessoas sobre isso, preciso descrever isso", ela lembra de pensar.
Escrever sobre a sua deficiência, frustrações e batalhas para fazer atividades diárias virou uma forma de terapia. Ela diz que também foi uma forma de recuperar parte de seu poder, até porque ela precisava pagar as contas – Reid sempre foi o arrimo da família.
'Presa'
Ela sabe que declarar publicamente que não consegue aceitar suas limitações físicas irrita e casa indignação entre alguns de seus leitores deficientes, e diz que eles se ressentem dela, porque diz que lamenta "estar presa à deficiência".


Ela já escreveu sobre as sessões de fisioterapia constantes que permitiram que ela arrastasse seus pés por alguns passos, e sabe que alguns deficientes se sentiram traídos, como se não estivessem se esforçando suficientemente.
"Alguns têm a sensação de que estou decepcionando por 'ser uma pessoa que anda'", diz ela.
A ruptura na espinha de Reid não foi completa, o que significa que ela tem algum movimento no corpo, e vive com o que chama de "tortura da possibilidade" todo dia.
Ela se pergunta por que não consegue se mover um pouquinho mais, ou melhorar um pouco mais, e imagina que as pessoas com lesões completas na coluna não precisam viver com essa tortura.
Pouco depois do acidente, Reid reconheceu que não poderia mais ser a "resolvedora de problemas" da família. Ela diz que o marido Dave, que era o divertido, teve que assumir o papel dela. Foi uma grande mudança.
'Pedaço de carne'
Reid deu a Dave a chance de desfazer o casamento. Reid disse que ele poderia ficar com outra mulher, alguém que pudesse fazer sexo com ele, alguém para conversas e ser feliz, alguém que não fosse apenas "um pedaço de carne". Ele respondeu: "Não seja idiota. Não vou a lugar nenhum."
Ele também sentiu grande parte da perda e sofrimento de Reid, admitindo que, às vezes, ficava triste vendo um casal caminhando na rua.
De forma semelhante, ela pediu que o filho se afastasse, para evitar que se sentisse preso. Agora, ele mora na Nova Zelândia, e Reid tenta não escrever e só fala com ele quando está tendo um dia ruim. Ela quer que ele pensa nela como "a mãe que conseguia fazer as coisas".
Reid pensou que não haveria mais assunto para a sua coluna quando voltasse para casa, mas devido à demanda popular continua escrevendo.
Ela acha difícil falar sobre qualquer coisa positiva que tenha decorrido do acidente.
Para ela, continuar sendo a mulher teimosa em sua casa não adaptada é, no momento, muito importante. Mas ela não descarta algumas mudanças no futuro, talvez quando tiver selado a paz com a própria deficiência.

FONTE-G1 e BBC

Tradução