O Programa de Análise de Produtos do Inmetro avaliou oito
diferentes marcas de cadeiras de rodas manuais para uso adulto, com capacidade
de 75 a 100 kg, disponíveis no comércio. Os produtos foram submetidos a seis
tipos de ensaios: estabilidade; características de percurso; resistência do
apoio para pés; resistência das bengalas manípulos; simulação do uso cotidiano
e fadiga de freios de estacionamento. Os resultados evidenciaram uma tendência
de não conformidade nos produtos analisados.
“Foram oito marcas analisadas e 100% das amostras
apresentaram algum tipo de não conformidade. O cenário é preocupante no sentido
de que as cadeiras, que deveriam ser a extensão do cadeirante ou de quem delas
faz uso, não oferecem a segurança necessária, prejudicando assim a autonomia do
indivíduo e a sua sociabilidade”, explica Paulo Coscarelli, da Diretoria de
Avaliação da Conformidade do Inmetro.
A análise também evidenciou irregularidades no comércio,
pois algumas cadeiras não possuíam registro na
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e
outras possuíam registro de modelos diferentes dos analisados. “É importante
alertar que, na hora da compra de amostras pelo Inmetro, as lojas onde as
cadeiras foram adquiridas questionaram apenas a que peso do usuário se
destinavam as cadeiras. As cadeiras de rodas, diferentemente de outros
produtos, deveriam ser comercializadas de forma personalizada, considerando o
peso e altura do usuário; postura; ajustes, entre outros aspectos, mas eles só
fazem sentido quando associados a requisitos mínimos de segurança, o que não
foi observado na análise”, avalia Coscarelli.
O Inmetro enviará os resultados à
Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da
República – SDH e à Anvisa, que avaliarão a necessidade de ações que visem o
aperfeiçoamento do produto. Paralelamente, o Inmetro se reunirá com as partes
interessadas, a fim de discutir oportunidades de melhoria para o setor.
“A maioria dos fabricantes analisados reconheceu a
importância dos resultados encontrados pelo Inmetro e se comprometeu em
implementar melhorias no produto”, finaliza Paulo Coscarelli.
Fonte: Vida mais Livre e Fernanda Zago
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