Menino de 12 anos mora com a família em Chapada dos
Guimarães.
Paralisia cerebral foi causada por problemas durante o
parto, diz mãe.
Brincar, ir à escola e ficar com a família. São algumas
atividades que fazem parte do cotidiano da maioria dos meninos de 12 anos de
idade. Mas para Gabriel dos Santos Rodrigues, que reside em Chapada dos
Guimarães, a 60 km de Cuiabá, desenvolver essa rotina requer esforço. Portador
de paralisia cerebral, o garoto buscou força nos pés, por exemplo, para
desempenhar muitas ações, como desenvolver as atividades dentro de sala de
aula.
Gabriel não fala e nem consegue se comunicar por meio de
gestos, em razão da deficiência gerada durante o parto, entretanto, é capaz de
entender as pessoas que conversam com ele. “Ele presta muita atenção nas
professoras e, depois, eu vou auxiliando nos exercícios que são feitos no ritmo
dele. O Gabriel escreve em uma espécie de quadro que fica no chão com moldes de
madeira e imãs. Ele usa os pezinhos para montar as letras. Além disso, possui
um computador adaptado e com os pés usa um mouse para clicar nas letras que
aparecem na tela”, contou ao G1 a monitora que o acompanha diariamente na
escola, Aparecida Ferreira dos Santos.
Ela destaca que a criança assiste todas as aulas com os
colegas e atua como monitora de Gabriel há três anos. O garoto nasceu no
município de Alta Floresta, a 800 km da capital, mora com os pais e tem mais
dois irmãos, sendo de 8 e 10 anos de idade. Há quatro anos mudou com a família
para Chapada, onde reside em um loteamento. Gabriel é estudante do 6º ano do
ensino fundamental e se esforça para acompanhar as aulas junto aos colegas de
sala, na Escola Estadual Prof. Ana Tereza Albernaz, como destaca a professora
de língua portuguesa, Ângela Malta do Carmo Faria. “O Gabriel é super
participativo, tem uma ótima socialização com os colegas. É uma pessoa de bem
com a vida, uma criança muito dedica e meiga”, avalia.
A dona de casa Maria das Graças, mãe de Gabriel, disse em
entrevista que uma vez por mês leva o filho ao Centro de Reabilitação, em
Cuiabá, com um carro disponibilizado pela prefeitura do município. No local, o
garoto recebe atendimento de uma nutricionista, pedagoga e uma psicóloga que
avaliam o seu desenvolvimento. Ela conta que em uma das consultas, Gabriel foi
encaminhado para tratamento no Hospital Sarah Kubitschek, em Brasília (DF),
onde recebeu uma cadeira de rodas provisória. Na ocasião, também foi concedida
uma prescrição médica sobre a necessidade de outra cadeira que fosse adaptada e
motorizada.
“Há mais de um ano estou recorrendo à Justiça para pedir uma cadeira para meu
filho, porque nós não temos condições de comprar uma adaptada. E até hoje não
recebemos resposta”, lamentou a mãe, que acredita que o filho teria mais
autonomia para desenvolver as atividades diárias se estivesse com a cadeira
motorizada.
Procurado pela dona de casa, o Ministério Público de
Chapada dos Guimarães ingressou com uma ação civil pública contra o estado e o
município, para que a cadeira de rodas adaptada fosse fornecida a estudante,
com intuito de minimizar as dificuldades causadas pela doença. A Justiça
concedeu no mês de janeiro deste ano uma liminar determinando que o estado
fornecesse a cadeira motorizada a Gabriel.
No entanto, o estado recorreu contra a decisão, o que
impediu que a liminar fosse cumprida. A assessoria da promotoria de Justiça de
Chapada dos Guimarães informou à reportagem que tomará as devidas providências
contra o recurso.
Fonte-G1
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