DEU NA ÉPOCA DO G1
Era para ser uma viagem como todas as outras: a coordenadora de comunicação da Natura, Katya Hemelrijk da Silva, iria embarcar na manhã de ontem com o marido Ricardo Severiano da Silva para São Paulo, após um final de semana em Foz do Iguaçu. Mas não saiu conforme eles planejaram. No aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu, Katya, que é cadeirante, passou nervoso após não conseguir embarcar em um avião da GOL Linhas Aéreas devido a falta do Stair Trac ou ambulift - equipamento utilizado para transportar cadeirantes para o interior do avião. Em publicação no Facebook, Katya contou que, devido a falta do equipamento, ela subiu as escadas se arrastando mesmo. "Só não foi pior porque a tripulação e os demais funcionários estavam tão indignados quanto nós e nos ajudaram no que foi preciso, inclusive resgatar a mala que já estava despachada para que eu pegasse uma calça", escreveu.
Em nota, a GOL afirmou que o
equipamento de transporte, Stair Trac, da base de Foz de Iguaçu "não
estava disponível para uso na manhã de ontem e por isso não pôde ser utilizado
durante o embarque do voo 1076". A companhia afirmou também que tentou
conseguir o equipamento com outras empresas e ofereceu alternativas de embarque
para a cliente que "optou por seguir sem a ajuda dos colaboradores da
companhia" . "A GOL lamenta o ocorrido e informa que tomará as
medidas necessárias para evitar que casos como este voltem a acontecer",
afirmou.
A reportagem tentou entrar em
contato com Katya, mas até o momento não obteve retorno.
Repercussão
A publicação da executiva tem
mobilizado as redes sociais. Com grande repercussão, Katya publicou nesta tarde
um novo post no Facebook sobre o ocorrido. Ela afirmou que já conversou com a
GOL e que não possui "a mínima intenção em processar" a companhia.
Também disse que não publicou a foto para causar algum "tipo de
sensacionalismo". "Minha intenção é aproveitar o ocorrido para tentar
ajudá-los a se estruturar melhor, frente às adversidades que podem aparecer em
qualquer momento (mesmo porque estamos prestes a receber uma Paraolimpíada).
Processar a Gol, seria apenas mais um processo para uma empresa desse porte. O
que eu quero é que as pessoas tenham uma consciência e conhecimento maior sobre
como lidar com pessoas com necessidades especiais, seja ela qual for. É bem
mais simples do que muitos imaginam".
Katya, que tem dois filhos,
também esclareceu que possui a doença Osteogenisis Imperfeita, mais conhecida
como 'Ossos de Vidro' porque causa a fragilidade das estruturas ósseas. "O
fato de ser carregada por qualquer pessoa, inclusive pelo meu marido em uma
situação como essa (escada íngreme, com piso de alumínio e úmida devido ao
sereno da madrugada), gera um risco que eu não estou disposta a correr",
escreveu. A subida sozinha, afirmou, foi a melhor opção encontrada já que
"os movimentos estão sob meu controle e eu conheço meus limites".
Ela confirmou que pediu que seu
marido a fotografasse no momento da subida, "assim como pediria em
qualquer situação: na cadeira, colo ou aguardando na sala de embarque para a
chegada de uma cadeira".
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